Telecomunicações
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Por — Para o Valor, de São Paulo


O ano de 2023 foi movimentado para as operadoras de telecomunicações no Brasil: aceleração do 5G pelo país acima das metas regulatórias, transição de clientes pré-pagos para pós-pagos, consolidação dos resultados da aquisição da operação móvel da Oi por TIM, Claro e Vivo, expansão de redes privativas e de serviços digitais. Os mesmos movimentos seguem neste ano e devem se intensificar com avanço do 5G entre empresas, uso de inteligência artificial (IA) internamente, mais serviços para clientes e inovações como o fornecimento de conexões de softwares (APIs) diretamente da rede para desenvolvedores (open gateway).

Segundo relatório da Conexis, representante das operadoras de telecomunicações, 2023 fechou com 282,2 milhões de acessos em banda larga fixa e móvel. Os destaques no primeiro caso foram a velocidade cinco vezes superior à de 2019, graças à fibra óptica (74% do total), e a ascensão do 5G, cuja participação se aproxima de 10% dos acessos móveis e já está presente em mais de 500 cidades. Os investimentos se mantiveram em 20% da receita líquida do ano, apesar da queda de 3% na receita bruta.

Para o presidente-executivo da Conexis, Marcos Ferrari, o setor enfrenta diversos desafios. Um deles é a competição com assemelhados - como aplicativos de voz para pessoas físicas e grandes consumidores do passado, de call centers, e provedores de internet, principalmente os irregulares. Outro é o desequilíbrio do uso das redes, debate global que passa pelas “big techs”, responsáveis por 80% do tráfego móvel e pela captura de valor das redes, com retorno perto de 30% ante 7,5% das teles. Monetização do 5G também está na pauta.

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“A monetização vai direcionar a indústria em 2024 e 2025”, avalia Luciano Saboia, diretor de telecom da IDC América Latina. A IDC apurou resultados discretos no ano passado para todo o setor de telecomunicações, um crescimento de faturamento em torno de 1,5% no ano apoiado por dados. Também contribuiu a melhoria da receita média por usuário (arpu), com iniciativas como o fim da oferta de planos ilimitados impulsionados em 2021 e 2022.

Como o custo de capital continua elevado, buscar eficiência ao máximo e rede 5G devem marcar o ano para as empresas do setor. Entre oportunidades e tendências, Saboia aponta a rede fixa móvel (FWA), com equipamentos mais em conta para os clientes até o ano que vem, equilibrando a competitividade com a tecnologia fixa, e a internet das coisas (IoT) com redução do preço de dispositivos e eliminação das capacidades 5G não necessárias para a aplicação, já em uso na China. Serviços digitais como segurança, nuvem e inteligência artificial devem favorecer os negócios entre empresas, bem como redes privativas e open gateway.

A disponibilização de APIs traz retornos para as empresas de telecomunicações com parâmetros de redes para alimentar aplicações de terceiros, a partir de aproveitamento do core (núcleo central) da rede 5G, apoiada em virtualização e digitalização.

Fim da oferta de planos ilimitados ajudou a aumentar a receita média por usuário

A movimentação para open gateway aponta uma mudança sutil no setor. “Pela primeira vez as grandes atuaram em conjunto”, avalia Marcus Pinheiro, vice-presidente do Gartner Brasil. “A oferta do serviço é um passo na diferenciação da oferta de conectividade e competitividade com big techs por ativos já existentes.”

Entre outros avanços das teles do ano passado para cá ele cita a consolidação do eSim (chip virtual), sem as barreiras do chip físico, e a expansão e melhoria do 4G graças ao desafogo da rede com migração de usuários para o 5G. Outros destaques são o uso de IA para ganho de produtividade, inclusive com IA generativa em vendas, marketing, atendimento ao cliente e otimização da rede, e a adoção de perfil de plataforma agregando vários serviços, inclusive voltados a segmentos específicos.

Levantamento da Teleco soma 40 redes privativas divulgadas até agora, 25 delas com 5G. “Em cada vertical é necessário encontrar e desenvolver caso de uso”, lembra o presidente Eduardo Tude. Outro processo dependente de amadurecimento são aplicações para pessoas físicas. Enquanto isso, já se prepara a chegada do 5,5G, com processo de agregação de frequências, previsto para 2025 pela GSMA, com perspectiva de decuplicar a velocidade da rede, melhorando o envio de dados e aplicações B2B.

De 2024 em diante, Marcio Kanamaru, sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul, reforça a oportunidade de transformação organizacional e de negócios na transição de telcos para o que ele chamou de “techcos”, fornecedoras de conectividade e tecnologia. Ele destaca APIs e movimentos como a Global Telco AI Alliance, iniciativa de operadoras encabeçada pela South Korea para desenvolver modelos de linguagem massiva (LLM) multilíngues específicos para as teles, com uso em atendimento ao cliente, por exemplo.

Além de serviços como nuvens fragmentadas e tomada de decisão baseada em dados, as operadoras têm potencial em marketing e publicidade digital, uso do celular como plataforma integrando diferentes aplicativos para fornecer ao usuário acesso por comando de voz baseado em IA e até mesmo fornecimento de energia gerada em parques próprios, diz Kanamaru.

“O crescimento real das operadoras vai vir do B2B”, avalia Gabriel Codo, sócio da McKinsey e líder em tecnologia e telecom, referindo-se à prestação de serviços para outras empresas. Outros movimentos são avanço de IoT, fim da guerra de preços, com melhoria do arpu, redução de planos pré-pagos, fusões e aquisições (M&As), como a venda dos 4 milhões de clientes de banda larga da Oi, e o lançamento da operadora virtual (MVNO) do Nubank, com infraestrutura da Claro e potencial para atingir pelo menos 10% de sua base de 100 milhões de clientes, segundo análise da XP.

Operadoras competitivas e MVNOs também não estão paradas. A Brisanet já colocou seu 5G em pé e acaba de fechar com BNDES aporte de R$ 146 milhões do Fust para expansão. Os M&As de pequenos provedores de internet dos últimos anos criaram empresas mais parrudas, que tendem a se unir também - o Brasil é líder mundial em número de empresas do ramo, perto de 8 mil, responsáveis por mais da metade dos acessos de banda larga fixa do país. Este ano a Mega já comprou a Internexa e a Samm, rede de fibra óptica da CCR que custou R$ 100 milhões.

O segmento de operadoras virtuais também é promissor e começa a mirar o exterior. A pioneira é a Datora, com escritórios em oito países. “As MVNOs brasileiras estão criando competência no mundo móvel”, diz Luiz Henrique Barbosa da Silva, presidente da Telcomp, que agrega grandes empresas do setor.

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