Telecomunicações
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Por — Para o Valor, de Porto Alegre


Porto Alegre inundada: Conexis, que representa as grandes operadoras, até agora não tem estimativa dos prejuízos — Foto: Mauricio Tonetto/Secom
Porto Alegre inundada: Conexis, que representa as grandes operadoras, até agora não tem estimativa dos prejuízos — Foto: Mauricio Tonetto/Secom

As enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril provocaram 169 mortes (53 pessoas estão ainda desaparecidas) e deixaram cerca de 640 mil desabrigados e desalojados em 469 dos 497 municípios gaúchos, conforme o boletim de ontem à tarde (27) da Defesa Civil do Estado. As águas também arrasaram boa parte dos sistemas de telecomunicações no Estado.

A estimativa da InternetSul, que representa 619 prestadoras de pequeno porte (PPP) de banda larga fixa locais, é que a destruição de redes e equipamentos deixou quase 340 mil assinantes sem conexão. Ao mesmo tempo, 263 cidades chegaram a ficar com os serviços de internet móvel das grandes operadoras total ou parcialmente comprometidos no dia 5 de maio, conforme a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

“Temos datacenters embaixo d’água, postes caídos, redes destruídas e equipamentos como rádios, switches e controladores queimados devido a descargas elétricas violentas”, diz Fábio Badra, presidente da InternetSul. Segundo o conselheiro Fabiano Vergani, as PPP atendem 2,1 milhões dos 3,5 milhões de assinantes de banda larga no Estado e levarão até 36 meses para restabelecer completamente os serviços afetados, desde os núcleos de redes até os endereços dos clientes, com um custo projetado de R$ 1,21 bilhão. Nas cidades de até 50 mil habitantes, as pequenas prestadoras detêm 92,5% do mercado.

Junto com outras associações do setor, no dia 21 deste mês a entidade pediu ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a liberação de recursos não reembolsáveis do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para a recuperação da infraestrutura das PPP atingidas pelas cheias. Solicitou ainda outras medidas de apoio como financiamentos com “juros simbólicos” de bancos de fomento, “alguma forma de desoneração” para o segmento e ajuda no pagamento de salários. “Temos empresas destruídas que não têm condições de sobreviver sem ajuda”, afirma Badra.

O ministério já havia anunciado a oferta dos recursos disponíveis no Fust, no montante de R$ 1,7 bilhão, para financiar a reconstrução das redes de telecomunicações no Estado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em entrevista ao Valor, o ministro disse que ainda não há previsão de quanto será necessário para recuperar os estragos, até que a redução da chuva e o recuo dos níveis de água nas cidades permitam às pequenas prestadoras e grandes operadoras avaliar mais precisamente os prejuízos.

Os empréstimos poderão ser solicitados diretamente ao BNDES e terão prazos de até 15 anos para pagamento, incluindo carência e amortização, e correção pela Taxa Referencial (TR), pela taxa básica do banco limitada a 1% ao ano e pela taxa de risco de no mínimo 0,2% anual. “A liberação dos recursos já foi permitida pelo Conselho Gestor do Fust e a Anatel já atualizou seu sistema para contemplar as localidades permitidas. O BNDES está em fase de atualização das suas políticas operacionais e, assim que finalizar, o recurso estará efetivamente liberado para a reconstrução da infraestrutura de telecomunicações do Rio Grande do Sul”, relata o ministro.

As grandes operadoras também foram afetadas. Segundo a Anatel, que passou a fazer atualizações diárias em seu painel de dados na internet sobre o impacto das enchentes, somente em 14 de maio todas as cidades gaúchas voltaram a contar com cobertura pelo menos parcial de telefonia móvel. No dia 3, não havia sinal de qualquer provedora em 31 municípios, mas o número foi caindo nos dias seguintes com o aumento das localidades parcialmente afetadas ou que retornaram à situação normal.

A Conexis Brasil Digital, que representa as grandes operadoras de telecomunicações, disse que as enchentes no Rio Grande do Sul são “uma tragédia sem precedentes” e que suas associadas ampliaram as equipes e estão trabalhando de forma ininterrupta para restabelecer os serviços. Até agora a entidade não tem uma estimativa dos prejuízos sofridos pelas empresas, pois ainda estão avaliando os danos e muitos equipamentos foram completamente danificados e precisarão ser substituídos.

Temos datacenters embaixo d’água, postes caídos, redes destruídas”
— Fabiano Vergani

Desde os primeiros dias de chuva, segundo a Conexis, as empresas também abriram o roaming gratuito de dados, para que os clientes possam usar alternativamente o serviço de outra prestadora. Além disso, ofereceram bônus de internet e isenção de multas e juros sobre as faturas e forneceram conexão Wi-Fi para abrigos que recebem as pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas em função das enchentes.

A Claro informou que vem colaborando na restauração das comunicações de órgãos públicos como governo do Estado, Defesa Civil, prefeituras e hospitais com a entrega de roteadores 4G e conexão por WiFi, inclusive com apoio de satélites e de uma antena móvel, além da doação de modems para a Procempa, companhia pública de tecnologia da informação de Porto Alegre.

Já a Oi anunciou a instalação de WiFi com sinal aberto em abrigos no Rio Grande do Sul e que trabalha para manter a conectividade de assinantes corporativos, órgãos públicos e serviços de emergência, inclusive com abertura rotas alternativas para restabelecer a comunicação nos casos de isolamento de municípios por conta de inundações, quedas de barreiras e incidentes em rodovias. A empresa também estendeu por dez dias o vencimento das faturas de seus clientes e suspendeu ações de cobrança.

Segundo o diretor técnico da TIM, Marco Di Constanzo, após as enchentes “sem precedentes” no Estado, a operadora já garantiu o restabelecimento do sinal em todas as cidades atingidas e, após a recuperação e reconstrução da sua infraestrutura local, vai manter um grupo técnico permanente para atuar em situações de calamidade. A empresa também garantiu pacotes de internet grátis para os clientes pré-pagos até 25 de maio e estuda a renovação do benefício.

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