Telecomunicações
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Por — Para o Valor, de São Paulo


Luis Minoru, da Highline: “Nos últimos dois anos investimos mais de R$ 500 milhões na construção de mil sites novos” — Foto: Divulgação
Luis Minoru, da Highline: “Nos últimos dois anos investimos mais de R$ 500 milhões na construção de mil sites novos” — Foto: Divulgação

O aumento da demanda e do uso de dados gerados por serviços como inteligência artificial, realidade aumentada e internet das coisas trazem a necessidade de mais investimentos na infraestrutura de telecomunicações. Para a implantação eficiente de sites, o compartilhamento de infraestrutura é um componente essencial. Isso serve para a continuidade da implantação do 4G em áreas ainda não atendidas ou atendidas de forma ineficiente e na inserção do 5G, que exige uma alta densificação para sustentar e fornecer o nível de serviço que a tecnologia oferece.

Estudo da consultoria SmC+ Digital Public Affairs, em parceria com a American Tower, indica que o setor de telecomunicações no Brasil deve mais do que dobrar o número de sites de infraestrutura para redes móveis (como torres) existentes no território. A estimativa é de um crescimento de 150% em uma década, passando dos 68 mil sites em 2022 para 170 mil em 2032.

O presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), Luciano Stutz, observa, no entanto, que o crescimento acelerado será nas antenas de pequeno porte da tecnologia 5G, as small cells, que estão sendo instaladas em postes, nas laterais de prédios e de forma camuflada como, por exemplo, em marquises, bancos de praças e bancas de revistas. Os sites de grande porte devem representar 20 mil novas torres no período analisado pela SmC+, com a construção das infraestruturas em rodovias e localidades ainda não cobertas.

“Os rádios da tecnologia 5G estão sendo instalados em torres já existentes para o 4G e o adensamento do sinal é feito nas esquinas, nos quarteirões, para não ter buraco de cobertura do 5G. É por isso que esse número cresce muito em pequeno porte e menos em grande porte”, esclarece Stutz.

Para o adensamento do sinal do 5G, além do mobiliário urbano, as operadoras adotam a tecnologia ‘indoor’, isto é, em um ambiente fechado, para atender estabelecimentos como hospitais e shopping centers. O adensamento do sinal é necessário porque, no Brasil, o 5G usa uma frequência mais alta e quanto mais alta é a frequência, menor é o alcance do sinal.

Na avaliação do presidente da Abrintel, o processo para o adensamento do sinal segue nos próximos dois a três anos. “Em paralelo, as operadoras continuam com a expansão e a previsão é de um investimento de mais R$ 5 bilhões até 2026”, informa Stutz. Segundo ele, elas já investiram R$ 1 bilhão desde o leilão do 5G.

Esse investimento é apenas das operadoras independentes de infraestrutura, as chamadas torreiras. Os principais players desse mercado no país são American Tower, Highline, SBA, IHS e QMC, que respondem por quase 70% da infraestrutura instalada. Esses provedores neutros cresceram por meio da aquisição de ativos de operadoras tradicionais e de outras empresas de torres, além da construção de novos sites.

É o caso, por exemplo, da Highline, que após aquisição de 8 mil sites de infraestrutura da operação fixa da Oi passou a ocupar o segundo lugar em participação de mercado, atrás apenas da American Tower. Mas a operadora investe também em novos sites, conforme destaca seu diretor de estratégia e novos negócios no Brasil, Luis Minoru.

Previsão é de um investimento de mais R$ 5 bilhões até 2026”
— Luciano Stutz

“Nos últimos dois anos investimentos mais de R$ 500 milhões na construção de mil sites novos”, diz Minoru. Segundo o diretor, boa parte dessas torres foram instaladas em cidades com até 30 mil habitantes, em zonas rurais e em rodovias, como a construção da infraestrutura de rede móvel ao longo de rodovias no Mato Grosso do Sul (as torres foram instaladas para a TIM fornecer 4G na área da Concessionária Way-112).

Os investimentos da Highline seguem nos próximos dois anos no mesmo patamar. Para os próximos 12 meses, os planos incluem atender regiões com cobertura precária. “O adensamento virá depois, começando pela cobertura em pontos de sombra e ganhando força nos próximos dois anos”, prevê Minoru.

A análise da SmC+ estima que o Brasil é o segundo país na América Latina que mais adota compartilhamento de sites. A Colômbia e o México se destacam com uma média de 1,5 operadoras por site, seguidos pelo Brasil e Costa Rica com 1,3 e pelo Chile e Paraguai com 1,2. Por último, o nível de compartilhamento de infraestrutura na Argentina e no Peru seria menor, com 1,1 operadoras por site. “O Brasil é um mercado maduro de compartilhamento de torre, o que possibilitou a universalização do celular”, comenta Stutz.

Para Minoru, mais do que favorável, o compartilhamento é inevitável. Além de proporcionar uma implantação mais ampla e rápida de cobertura em regiões geográficas novas e mal atendidas, o compartilhamento reduz o número de sites, o gasto de energia e a pegada de carbono das redes móveis, contribuindo com o impacto ambiental e visual.

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