Tecnologia bancária
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Por — Para o Valor, de São Paulo


Sanfelice, do BV: uso de score psicométrico gerou R$ 104 milhões de crédito — Foto: Divulgação
Sanfelice, do BV: uso de score psicométrico gerou R$ 104 milhões de crédito — Foto: Divulgação

Os ecossistemas de inovação aberta organizados por bancos e empresas do setor financeiro impulsionam cada vez mais novos produtos e soluções. Ganha força esse modelo colaborativo no qual instituições financeiras, companhias consolidadas, startups, universidades e investidores monitoram tendências, trocam experiências e geram negócios. “Os bancos são estruturas complexas e, apesar de serem muito tecnológicos, possuem desafios e prioridades que não conseguem tocar internamente. Então, nos ecossistemas, é possível ver coisas que não estavam no radar e acelerar inovações por meio de parcerias”, diz Chen Wei Chi, sócio líder de transformação de negócios e inovação para serviços financeiros da EY.

O Cubo, criado em 2015 pelo Itaú Unibanco junto com a Redpoint eventures, conta atualmente com 60 corporações e mais de 500 startups. “Nos últimos anos, a atuação foi potencializada a partir de uma plataforma omnicanal. Além de startups de todas as regiões do país, cerca de 10% da comunidade é do exterior como Estados Unidos, Argentina e Uruguai”, afirma Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú.

Por meio do Cubo, saíram parcerias com startups que ajudaram o banco a melhorar processos, bem como soluções para o core business. Por exemplo, o Itaú investiu na Monkey Exchange, uma plataforma que torna mais barata e menos burocrática a antecipação de recebíveis por fornecedores de grandes empresas. Outra oportunidade foi a aquisição de fatia majoritária da fintech Zup IT para aceleração de produtos digitais e novas funcionalidades para clientes.

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Costa destaca que a inteligência artificial figura entre os temas mais relevantes no Cubo. “IA é uma tecnologia com demanda crescente e que impacta diretamente na resolução de desafios dos mais diversos setores”, avalia.

O Inovabra do Bradesco começou há quase dez anos como uma iniciativa de intraempreendedorismo, que depois se ampliou, tendo como marco da estratégia de inovação aberta a inauguração da sua sede, em São Paulo (SP), em 2018. Hoje, são 50 grandes empresas e 230 startups integrantes ecosssistema. Mais de 70 provas de conceito de novas tecnologias são realizadas por ano com participantes do hub ou de fora.

“Para o banco, as missões são melhorar as soluções existentes, olhar para novos produtos e fontes de receitas e experimentar tecnologias emergentes”, afirma Renata Petrovic, head de inovação aberta do Bradesco. Um dos casos recentes foi a aquisição da fintech Aarin, que possibilitou a entrada do banco no segmento de “lending as a service”, conectando soluções de capital de giro e microcrédito às plataformas de comércio eletrônico por meio de APIs (interface de programação de aplicativos).

No consórcio de blockchain R3, que reúne instituições financeiras, o Bradesco está realizando a terceira prova de conceito de tokenização de CDB para utilização como garantia de empréstimo.

O Bradesco também monitora oportunidades em IA generativa. Inclusive, Renata Petrovic ressalta que a BIA, assistente de inteligência artificial do banco está incorporando a tecnologia generativa, com projetos pilotos em andamento. “Outra tecnologia que estamos olhando é a computação quântica para otimização de carteiras de investimentos”, diz.

Diante de uma nova estratégia para diversificar o portfólio de produtos, o banco BV, líder em financiamentos de veículos, fundou em 2017 o ecossistema BVx. Ricardo Sanfelice, diretor executivo de clientes, produtos e inovação do BV, diz que para ampliar as conexões, foi lançado no ano passado o Programa de Inovação Aberta (PIA), convocando startups para trazer soluções para a instituição. A primeira edição contou com 250 startups, que geraram 50 provas de conceito, resultando em 45 contratos ativos. As inscrições para a segunda edição estão abertas.

Uma das parcerias recentes do BV foi com a startup israelense Innovative Assessments, que disponibiliza uma solução de score psicométrico, com base em comportamentos financeiros para a concessão de crédito. Assim, os potenciais clientes passaram a ser testados em mais critérios, além das avaliações tradicionais do banco. “A partir do score psicométrico foram gerados R$ 104 milhões de crédito, algo que, sem essa tecnologia, o banco não faria”, comenta Sanfelice.

No início de 2023 o Grupo Fator, formado por banco, gestora de recursos, seguradora e securitizadora, lançou o Fator Inova. “O programa é aberto o ano inteiro e possui desafios sobre temas específicos como inteligência artificial, otimização das operações e melhoria na experiência dos clientes”, explica Thiago Moreno, head de inovação do Fator. Segundo ele, já participaram do desafio de IA mais de cem startups, sendo que cinco soluções foram selecionadas para um pitch day, resultando na aprovação de todas, em piloto de implantação.

Algumas empresas de tecnologia para o mercado financeiro também apostam em hubs de inovação. A Sinqia tem o Torq desde 2018 e passou a contar seu próprio veículo de investimento focado em startups em estágio inicial em 2021, um corporate venture capital (CVC), que já investiu mais de R$ 30 milhões. Hoje, mais de cem startups participam dos programas. Uma das fintechs investidas é a Pluggy, que oferece uma tecnologia que facilita a portabilidade de produtos de previdência. No ano passado, a Sinquia foi comprada pela porto-riquenha Evertec e o Torq vai se expandir na América Latina. “Já começamos o projeto de internacionalização pelo Chile”, anuncia George Carvalho, especialista de inovação do Torq.

A Tecban lançou em 2022 a ATMosfera Ventures em parceria com a FCJ Venture Builder, com o objetivo de cocriar negócios escaláveis com startups. Para fomentar a atuação da ATMosfera, a Tecban participa do Inovabra, da aceleradora Next e da Abstartups. Assim seleciona projetos e entra com smart money - que é apoio estratégico e estruturação comercial, em troca de participação no negócio. Uma das investidas é a Quick Digital, com uma nova solução para saques no varejo. “Em vez de caixa eletrônico, o consumidor faz o saque a partir do Pix, usando a maquininha, retirando o dinheiro da gaveta do caixa do lojista. E o dinheiro que saiu da conta do cliente é logo depositado na conta do estabelecimento comercial”, explica Marcos Pedroso, gerente de inovação aberta da Tecban.

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