Tecnologia bancária
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Por — Para o Valor, de São Paulo


Matt Candy, da IBM Consulting: arcabouço generativo melhorou em 25% a resolução de problemas no Lloyds Bank — Foto: Paulo Cesar Rocha/Divulgação
Matt Candy, da IBM Consulting: arcabouço generativo melhorou em 25% a resolução de problemas no Lloyds Bank — Foto: Paulo Cesar Rocha/Divulgação

Os bancos definiram como uma de suas prioridades a aceleração dos investimentos na implementação da inteligência artificial generativa nas operações que envolvem clientes. Casos de uso já são testados com colaboradores e grupos limitados de consumidores. Esta é uma iniciativa não só do sistema financeiro no Brasil, mas no mundo. Pesquisa da IBM Global AI Adoption Index, conduzida pela Morning Consult, mostra que 86% das instituições financeiras da América Latina estão usando ou se preparando para usar a ferramenta neste ano.

No Reino Unido, o Lloyds Bank busca evoluir o desempenho de sua assistente virtual voltado para o cliente. “No Lloyds, o arcabouço generativo melhorou em 25% a precisão na resolução de problemas”, afirma Matt Candy, sócio-gerente global de IA generativa na IBM Consulting. Além disso, o executivo diz que o banco inglês melhorou em 85% a precisão na classificação das conversas e teve ganho de 15% na confiança dos clientes.

A IBM conta ainda que, no Brasil, a Sicredi, maior cooperativa de crédito do país, está usando ÎA generativa para ajudar no atendimento aos clientes e na satisfação de funcionários. “O resultado foi a melhora de 10% a 12% na resolução de consultas e casos que deixaram de ser escalonados”, observa Joaquin Campos, vice-presidente de IA da América Latina da IBM.

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Na opinião dos maiores bancos do Brasil, o uso da IA generativa vai transformar não só o backoffice, mas também a forma de relacionamento com os clientes. Itaú Unibanco, Banco do Brasil , Caixa Econômica Federal (CEF) e Bradesco acreditam que terão que mudar o ‘mindset’. “Uma das experiências do uso de IA com clientes é no reconhecimento da prova de vida do INSS. E outra é no numerário, pois através da IA, a quantidade de cédulas que precisamos ter em cada agência diminui enormemente”, conta Marisa Reghini, vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do BB.

O Banco do Brasil criou uma unidade de analytics com IA no ano passado. “Todas as suas funções estão disponíveis em nossa plataforma. São 4 mil usuários por dia usando, sendo que 60% estão na diretoria de negócios. Disponibilizamos ainda módulos com IA generativa para testar e avaliar. Falamos muito sobre como usar os dados e as questões éticas”, diz.

O Itaú vivenciou um dia inteiro de testes, cujo desafio era como habilitar uma instituição inteira com IA e IA generativa. “Discutimos o jeito que a gente enxerga a IA generativa e a velocidade com que o ChatGPT tem sido usado. Recebemos uma avalanche de solicitações de pessoas que começaram a adotar o ChatGPT no banco. O fenômeno nos levou a ações e temos 250 casos de uso dentro do banco”, conta Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco.

Já a Caixa está com 116 milhões de clientes usando a ferramenta em forma de teste. “Temos cláusulas pétreas para o uso desta tecnologia e isso inclui as pessoas, pois devemos usar essa solução só para melhorar a vida das pessoas”, diz Laércio Roberto Lemos Souza, vice-presidente de tecnologia e digital da Caixa. Souza alerta que é preciso ter uma boa gestão de pessoas para gerir a IA generativa, ainda mais no caso da Caixa, que atua como banco de negócios e na entrega de benefícios do governo federal. “Um exemplo de uso de IA é na nossa jornada de habitação, que reduziu a análise de processo de três dias para três horas”, afirma.

O Bradesco, que começou a sua jornada com IA em 2016, com a BIA, seu chatbot, diz que é preciso adotar a IA generativa com muita responsabilidade, especialmente quando começar a ter relação com os negócios. “Mais de 800 mil clientes já usaram a BIA para fazer PIX de janeiro a maio deste ano. A questão é qual o modelo e uso racional que esperamos com cada iniciativa de uso do GenAI”, observa Edilson Reis, CIO do Bradesco.

Reis diz que faz sentido no futuro usarem modelos menos generalistas para ganhar tração. “Vejo a evolução para os próximos anos em como nós olhamos e o que queremos entregar para os clientes com o uso da tecnologia”.

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