A preocupação com a sustentabilidade ganha cada vez mais espaço na estratégia dos bancos. Isso passa por olhar de forma proativa e técnica os riscos socioambientais das atividades das empresas que tomam empréstimos.
Esse é um dos focos de atenção do Santander, conta Mário Leão, CEO do banco. “Temos ainda agenda com papel financeiro focado no social com fomento ao microcrédito. O Prospera tem carteira de R$ 3 bilhões e tudo o que desenvolvemos com os empréstimos soma mais de R$ 20 bilhões. Esta carteira tem 3 milhões de clientes ativos”, afirma. O Prospera é o banco de microcrédito do Santander. “É a maior operação de microfinanças privada do Brasil. E a agenda de negócios ESG é fundamental para o banco no Brasil e no mundo. O Santander investe 2 bilhões de euros só no fomento ao ensino superior, sendo R$ 40 milhões em bolsas de estudos no Brasil”, diz Leão.
Caixa, Bradesco e Itaú também avançam em suas carteiras de crédito ligadas ao Escopo 3, do Pacto de Paris, que diz respeito aos empréstimos a empresas comprometidas com práticas ESG (ambientais, sociais e de governança).
A Caixa criou uma vice-presidência executiva para tratar de sustentabilidade e inovação e garante que mais da metade de sua carteira já está em conformidade com o Escopo 3. “Somos o único banco que têm 64,29% de R$ 1,1 trilhão da nossa carteira de crédito já com operações de crédito sustentável”, afirma seu presidente, Carlos Vieira.
O Itaú deve bater nos próximos meses a meta estabelecida para 2025 de conceder R$ 400 bilhões em crédito para empresas que tenham projetos de transição energética e socioambiental. “Vamos estender o volume ainda maior para os próximos cinco anos. Queremos ajudar as empresas emissoras de CO2 a se engajarem nesta transição”, conta o presidente da instituição, Milton Maluhy.
“No ESG todas as letras são importantes para o Bradesco. Para 2025, estamos com R$ 250 bilhões para aplicar em companhias que têm sustentabilidade. Já em relação ao ‘S’ a fundação Bradesco mantém 40 escolas com 42 mil alunos, com orçamento anual de R$ 1,7 bilhão”, afirma o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha.