Tecnologia bancária
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Por Carmen Nery — Do Rio


Maria Teresa Lima, da Embratel: “Podemos expandir esse ecossistema” — Foto: Rogerio Vieira/Valor
Maria Teresa Lima, da Embratel: “Podemos expandir esse ecossistema” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

As operadoras de telecom avançam para além da conectividade e se posicionam como plataformas capazes de habilitar negócios de outros setores. Neo Gong, diretor sênior de soluções da Huawei Enterprise, afirma que as telcos têm grande base de usuários e estão constituindo ecossistemas e fazendo parcerias com empresas de mídia e finanças, entre outras indústrias. Tudo isso será impulsionado com IoT e 5G.

Para ele, o futuro das operadoras é conectar-se com várias indústrias para oferecer negócios de maior valor agregado. Gong cita que, no Quênia, a maior plataforma financeira é oferecida por uma operadora de telecomunicações porque ela tem a maior base de clientes do país e conhece bem esses dados.

“Na China, já temos o ‘banco das coisas’, com o uso massivo de dados coletados em dispositivos conectados com IoT. Esses dados permitem melhor avaliação dos clientes, com análises de riscos automáticas a partir de internet das coisas, o que reduz o tempo de processos que levavam dias e também os riscos dos financiamentos. Em todo o mundo, é inevitável que o IoT e o 5G se tornem dominantes”, prevê.

Maria Teresa Lima, diretora executiva da Embratel para o setor governo, diz que a companhia tem se posicionado como habilitadora da transformação digital dos clientes não apenas com conectividade, mas também com serviços de segurança, nuvem, analytic, aplicações de IoT, redes privativas 5G e viabilizando novos modelos de negócios.

“A Claro tem mais de 100 milhões de usuários se considerarmos todas as empresas do grupo. Isso gera um grande volume de dados, que nos permite conhecer os clientes e todas as suas decisões. O uso desses dados por bancos e fintechs pode ajudar a reduzir fraudes. Podemos expandir esse ecossistema e trabalhar com algumas indústrias, como agro, manufatura, smart cities, utilities, saúde e educação”, afirma a diretora.

Na Febraban Tech, a empresa anunciou uma parceria com o Banco do Brasil para, juntos, atuarem em um projeto de coinovação em 5G, unindo as expertises dos laboratórios de inovação das duas empresas, o Lentes do BB e o beOn da Claro e Embratel. Pelo acordo, a Claro e a Embratel uniram-se ao BB para implementar uma rede privativa 5G standalone na sede da instituição, em Brasília. Por meio do projeto, o banco poderá fazer uso da estrutura 5G com novas aplicações em diversos segmentos como agronegócio, smart cities, indústria e educação.

“Estamos montando um laboratório conjunto e unindo nossas equipes de engenharia, desenvolvimento e inovação com o time do banco para desenvolver aplicações que possam ser levadas ao mercado. Eles têm como foco o agronegócio e smart cities, que também são focos nossos. Por enquanto, está em aberto, mas é provável que comecemos com essas duas verticais. Ainda não definimos como vamos oferecer ao mercado, se diretamente pelo BB ou com incorporação das soluções ao nosso portfólio”, afirma Lima.

A Embratel também venceu uma licitação da Caixa Econômica Federal para aproximar a rede dos pontos de presença do banco, a fim de permitir computação de borda e reduzir a latência para suportar o projeto de descentralização do processamento da instituição. Guilherme Guimarães Mendes, gerente nacional de telecom da Caixa, diz que o banco tem o desafio de conectar cerca de 3.300 agências, 9.200 correspondentes bancários e 13 mil lotéricas. Em termos de dispositivos, são 115 mil notebooks, 45 mil terminais de autoatendimento, 55 mil terminais lotéricos e 18 mil caixas.

“Administramos mais de cem contratos com 22 operadoras. A forma de nos prepararmos é permitir que o tráfego de dados não saia apenas de nosso datacenter centralizado, mas diretamente das agências. O que ainda falta é chegar com novas tecnologias a localidades pouco assistidas. Vemos oportunidades com o 5G, mas a tecnologia tem de chegar a localidades remotas”, diz Mendes.

Gustavo Borges, superintendente de controle de obrigações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), diz que novos ecossistemas impulsionarão as operadoras. Há uma função básica do setor, a conectividade como uma plataforma habilitadora de várias aplicações. Mas hoje as operadoras passam a ser parceiras de casos de uso em novos negócios.

“A Anatel está completando 25 anos, período em que promoveu uma revolução tecnológica, que evoluiu do telefone fixo para uma rede 4G, já chegando a todos os 5570 municípios. Agora esperamos aumentar a conectividade, nos próximos dez anos, com o 5G. E estamos avançando para outros temas, como a segurança das coisas, de máquinas e de carros conectados, todos com alta criticidade do ponto de vista de segurança”, diz Borges.

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