Tecnologia bancária
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Por Roseli Loturco — Para o Valor, de São Paulo


Cristina Pinna, do Bradesco: design organizacional tem que ter foco no cliente — Foto: Divulgação/Febraban
Cristina Pinna, do Bradesco: design organizacional tem que ter foco no cliente — Foto: Divulgação/Febraban

A chegada de um sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros do cliente entre diferentes instituições financeiras ainda provoca resistência entre os consumidores, apesar de todo o investimento feito pelo setor. O open finance está em sua fase 4. Desde abril, permite a troca de dados abertos de câmbio, investimento e credenciamento. Neste mês de julho começa a segunda onda da fase 4 A, que engloba os produtos de capitalização, previdência e seguros de pessoas, ainda só em relação aos dados abertos, sem que as informações confidenciais dos clientes sejam disponibilizadas.

“Só na fase quatro B, em setembro, entram os produtos de investimentos que, com consentimento dos clientes, permitirá a troca de dados para esta funcionalidade entre as instituições”, conta Carolina Sansão, diretora adjunta de inovação, tecnologia e cibersegurança da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Carolina Sansão, da Febraban: fase 4 B vai focar em produtos de investimentos — Foto: Divulgação/Febraban
Carolina Sansão, da Febraban: fase 4 B vai focar em produtos de investimentos — Foto: Divulgação/Febraban

Desde o início de sua operação, em fevereiro de 2021, o total de consentimentos ativos é de 34 milhões em algumas fases de adoção do open finance, sendo que o total de chamadas (ou seja, conexão entre os bancos via APIs), em três anos do produto, é de 30 bilhões, o que dá uma média de três bilhões de chamadas por mês, segundos dados da Febraban. O número ainda é considerado baixo pelo mercado - e muito distante da rápida adesão do Pix. Ainda assim, é visto como natural dada a complexidade do tema e a quebra de cultura que a operação traz.

Em toda a sua história os bancos sempre orientaram seus clientes a nunca compartilharem dados - e agora buscam incentivá-los a fazer exatamente o contrário. “E tem outro aspecto. O consentimento tem prazo de validade. A nossa taxa de renovação de consentimentos ainda é baixa, entre 4% ou 5%. O cliente ainda não está percebendo valor. Precisamos trabalhar nisso”, observa Cristina Pinna, diretora de TI do Bradesco.

Para a executiva, existem outros aspectos relevantes, como o padrão, para a operabilidade, e o uso de dados, para que possa haver personificação de ofertas. “No primeiro aspecto, o design organizacional tem que ter foco no cliente. Começamos a pensar em áreas de tecnologia com este foco. Em inteligência de dados, [pensamos] tanto em jornadas quanto na personificação. Trabalhamos os empreendimentos ágeis, as vilas com engenharia de dados”, afirma Pinna. A ideia é ter a tecnologia e o negócio focados em entregas, como o gerenciador financeiro.

Quando se fala na importância do uso de dados, o open finance, na essência, parece simples, mas os especialistas dizem que o desafio está no volume de dados, que é alto. Além disso, o cliente quer respostas rápidas. “No agregador financeiro, ele tem que visualizar os produtos de diferentes bancos em um único canal e, com o analítico, poder comparar limites, taxas, para decidir a alocação de capital de forma mais eficiente. Esta avenida abre caminhos para além do mercado financeiro”, diz Isis Galote, gerente de estratégia do Itaú Unibanco.

Parte do mercado avalia que a próxima fase, de investimentos, será de ruptura, pois irá entrar em uma seara onde as informações nunca estiveram disponíveis e onde o cliente, para fazer parte do jogo, terá que mudar a sua cultura. “No crédito, a gente está acostumado, tem informação em muitos lugares e elas estão organizadas. Já em investimentos e em seguros, a informação não está estruturada e nem de fácil acesso a todos. Se o cliente permitir, ele vai poder comparar preço, rentabilidade, taxas, corretagem em previdência, seguro e investimento com fácil acesso. Isso leva valor”, afirma Lessandro Werner Thomaz, diretor de Clientes e Captação a Caixa Econômica Federal (CEF).

Mas não há consenso em relação a eficiência dessas comparações por se tratarem de produtos complexos e de natureza distintas. “Estou mais cético com o open investiment e o open insurance. São produtos de difícil comparabilidade, porque, mesmo em automóveis, há diferenças em subscrição e pagamentos de sinistros ou riscos excluídos. Em seguros de vida, por exemplo, tem a questão da carência”, observa Pedro Bramont, diretor de meios de pagamentos e serviços do Banco do Brasil.

Bramont explica que no open investment, se não tiver boa educação financeira, o cliente vai comparar apenas taxas. “E a diferença de liquidez? Rentabilidade? Sou um pouco mais cético em relação ao real impacto desse produto. Mas terão mais agregadoras no investimento, e é importante ver de forma mais agregada”, diz Bramont. Outro ponto diz respeito às coberturas específicas com personalização. “Como compor produtos específicos com base em book? A adequação concreta vai ser mais complicada no open investment.”

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