Tecnologia bancária
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Por Carmen Nery — Para o Valor, do Rio


Hugo Martins Costa, da Visa: “Vantagens são poder vender frações da produção e reduzir tempo de transações de todos os participantes da cadeia” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Hugo Martins Costa, da Visa: “Vantagens são poder vender frações da produção e reduzir tempo de transações de todos os participantes da cadeia” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

A Visa está ajudando agricultores a tokenizar sua produção a fim de facilitar transações financeiras na cadeia de valor por meio de NFTs. O projeto funciona numa parceria com a Agrotoken, e a ideia é oferecer soluções financeiras inovadoras para que produtores rurais possam usar ativos digitais para comprar maquinário agrícola, insumos e outros produtos. Na tokenização, o produtor ganha um cartão para realizar as transações. “A parceria permite que o produtor gere tokens, guarde numa carteira e transacione com outros parceiros”, explica Hugo Martins Costa, diretor-executivo da Visa. “Na hora que for fazer uma transação, ele transforma em real o token que estava vinculado ao grão e faz a movimentação entre duas contas por meio de uma credencial da Visa. As vantagens são poder vender frações da produção e reduzir tempo nas transações.”

Na Febraban Tech, a Visa também apresentou o projeto selecionado para o Lift Challenge, edição especial do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift) do Banco Central, em parceria com Fenasbac. O desafio ocorreu em 2021, com 37 participantes, e visava ao desenvolvimento de caso de uso da moeda digital emitida pelo BC (o real digital), bem como avaliar sua viabilidade tecnológica. “Escolhemos o setor de agronegócio pela sua importância e porque queríamos ter um caso de uso que resolvesse um problema real”, diz Costa. A iniciativa resultou no desenvolvimento de uma plataforma de finanças agnóstica, usando tecnologia de blockchain, tokenização, NFT e, futuramente, o real digital, a moeda digital brasileira em desenvolvimento pelo BC. Os focos são pequenos e médios produtores rurais, que poderão, por meio da plataforma, buscar investidores no mercado financeiro global.

A plataforma permite executar a operação em três etapas. Na primeira, o produtor cria uma conta para converter reais para real digital. O segundo passo é a criação da NFT de forma simples: o agricultor entra no app e faz o upload de documentos como a cédula do produtor rural (CDR), que normalmente é usada para financiamentos à produção e aquisição de maquinário. Nessa etapa, ele envia a CDR e o contrato de venda futura, que, juntos representam uma produção e um compromisso de compra; e, se há ainda a preocupação ambiental, pode agregar um certificado de práticas ESG numa NFT.

Empresas com grande base de clientes lideram a terceira onda”
— Marcelo Ciasca

“Com essa NFT, o produtor pode ir a um marketplace e fazer um leilão, vendendo a totalidade, ou uma tokenização, vendendo frações da produção. De alguma forma, a solução tem uma similaridade com o mundo real, mas traz uma oxigenação brutal devido ao mundo digital. O produtor pode vender para uma pessoa física que mora na Austrália e resolveu investir na sua produção de café do Sul de Minas”, explica Costa.

A terceira etapa será na conversão e nas transações com o real digital, quando a moeda digital for lançada. A Visa foi uma das empresas selecionadas para atuar no desenvolvimento do real digital.

A integração de soluções financeiras digitais nos negócios é uma forte tendência de vários setores, incluindo varejo, utilities, saúde e telcos, que têm constituído o novo ecossistema financeiro digital. Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini Brasil, lembra que os bancos sempre lideraram a inovação no setor financeiro, mas era uma inovação controlada, baseada em seus próprios produtos.

Com a onda das fintechs e das contas digitais, a inovação tomou outra proporção, chacoalhando a zona de conforto dessas grandes instituições financeiras. Os bancos já se recuperaram, mas sua hegemonia vem sendo ameaçada agora por novos entrantes, com a diferença de que não são mais pequenas startups, e sim grandes players. “Após a pandemia, todas as inovações têm no centro o usuário, que define o que quer comprar. Agora uma terceira onda de inovação é liderada por empresas com grande base de clientes e que, por meio da inovação e contas digitais, podem oferecer serviços financeiros, mesmo sem serem bancos”, diz Ciasca.

A Topaz, braço de serviços financeiros da Stefanini, tem uma carteira de 280 clientes em 25 países, sendo 120 no Brasil e o restante na América Latina. Jorge Iglesias, CEO da Topaz, diz que parte dessa base é de empresas não financeiras que podem contratar toda a infraestrutura de backoffice (retaguarda de core bancário), prevenção a fraude, integração ao Pix e segurança. “O mercado financeiro já não é mais exclusivo dos bancos. Agora a grande transformação vem de novos disruptores, caso de empresas de varejo como Carrefour e Magazine Luiza, duas das maiores varejistas do país. Entre as telcos, Claro e Vivo também têm produtos financeiros. Eles vêm com uma mentalidade diferente dos bancos estruturados e trazem muito valor porque conhecem os seus clientes”, destaca Iglesias.

Para ele, a instituição que tem mais promovido a inovação é o próprio BC. “Os pagamentos instantâneos são um sucesso porque estão mais próximos da jornada das pessoas. O varejo também poderá simplificar essa jornada, com serviços financeiros integrados”, afirma.

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