Tecnologia bancária
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Jacilio Saraiva — De São Paulo


O profissional do mercado financeiro da era digital precisa entender muito mais de tecnologia do que antes e “circular” por diferentes áreas de negócios das instituições, segundo especialistas em tecnologia da informação, treinamento e gestão. Habilidades como criatividade e uma postura mais empática com as necessidades dos clientes também aparecem como prioritárias.

“A época de pedir projetos somente para o departamento de TI acabou”, diz Maurício Garcia, conselheiro acadêmico do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), de ensino na área de computação e software. Todas as áreas de uma empresa devem conhecer os avanços do setor, e quem não estudar as inovações que estão chegando vai ficar de fora do mercado, afirma.

De acordo com uma pesquisa recente feita nos Estados Unidos pelo site de empregos ResumeBuilder, saber usar ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT já é um diferencial nos currículos. Quase a totalidade (91%) das firmas com posições abertas no portal estão em busca de perfis com essa competência.

Na avaliação de Claúdia Silva, gestora pós-venda de contas corporativas e líder da comunidade de afinidade étnico-racial da Cisco, gigante de tecnologia para internet com 78 mil funcionários no mundo, além de conhecimentos em inovação, a mão de obra precisa ganhar pensamento crítico, com uma fácil “leitura” sobre a sociedade atual. “O profissional de finanças deve saber para qual usuário pretende inovar, mostrar empatia e entender a ‘dor’ do cliente”, diz. E esse público inclui desde famílias que se sustentam com uma determinada quantia por mês a donos de negócios abertos todos os dias, destaca.

Um levantamento feito em 2022 por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indica que 75 milhões de brasileiros vivem com meio salário mínimo ou menos.

Para Darlan Costa, superintendente de arquitetura de TI da Caixa Econômica Federal, os candidatos à indústria financeira precisam desenvolver uma postura mais criativa e analítica. “Sem criatividade ou espírito empreendedor, as ideias da área de TI ficam sem vida”, afirma o executivo, há 23 anos no banco estatal. “As tecnologias estão disponíveis para todos, mas saber trabalhar com uma visão baseada em dados pode fazer a diferença.”

Costa diz que a Caixa tem investido em programas internos para descobrir talentos que queiram seguir carreira em áreas estratégicas para a companhia, como a computação em nuvem e UX (experiência do usuário, na sigla em inglês). Em março, o braço de ensino corporativo da instituição, a Universidade Caixa, foi premiada no Cubic Awards 2023, competição global que reconhece equipes de treinamento pela influência positiva nas organizações.

Para o superintendente, o executivo de finanças deve ser mais “cross areas”, ou seja, multissetorial. “É necessário circular por setores da organização.” Assim, o funcionário de TI “entende” o departamento de negócios e o colega da tecnologia sabe o que o time de negócios está fazendo”, diz.

Claúdia Silva, da Cisco, afirma que as corporações devem se movimentar para que os talentos que desenvolvem não sigam para a concorrência. “Precisam oferecer um ambiente de trabalho em que o funcionário se sinta ouvido [pela direção] e saiba que a companhia tem um ‘rumo’ para ele”, diz a executiva, há 29 anos no mundo corporativo, sendo 11 deles na multinacional de TI. “O salário não é o único motivador.”

A gestora afirma que benefícios como expedientes flexíveis e cultura organizacional baseada em colaboração entre times são ferramentas cruciais para a retenção do quadro. “A Cisco já mantinha uma política de trabalho a distância antes da pandemia”, lembra Silva, que hoje cumpre expediente de forma remota. “Também é possível participar de fóruns on-line com funcionários de todo o mundo sobre a área de trabalho ou setores em que exista algum interesse em atuar no futuro.”

Mais recente Próxima Agenda da digitalização segue em alta velocidade

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

O colunista Thomas Nader aconselha leitor que não vê perspectiva de crescimento na empresa onde trabalha

O que fazer se me sinto estagnado na carreira?

Para Franco Berardi, a inteligência artificial pode ser ferramenta para o progresso desde que haja subjetividade social para governá-la

‘A razão hoje não é algo que pertença ao humano', diz filósofo italiano

‘Se eu virar padeiro e nunca mais trabalhar como ator, não vou me frustrar’, diz o vilão da próxima novela das sete da Globo, “Volta por Cima”

O ator que virou padeiro: após sucessos no cinema e na TV, Milhem Cortaz diz que está realizado

Nos anos 1990, Mônica e Clóvis Borges lideraram a busca por recursos internacionais para adquirir mais de 19 mil hectares de áreas no litoral do Paraná, hoje em processo de restauração

‘Temos um vício no Brasil de achar que plantar mudas salva o mundo’: o casal que comanda a conservação de áreas naturais há 40 anos

Em ‘Diários da assessora de encrenca’, a autora relata bastidores de turnês mundiais com Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de dar indicações de bons restaurantes na Europa

O que faz de  Gilda Mattoso a relações públicas predileta de grandes artistas da música brasileira

A Corte analisa um recurso da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional que tenta reformar decisão do Tribunal Regional da 4ª Região

STF começa a julgar cobrança de IR sobre doação

Com o incentivo regulatório correto, a expectativa é de que haja menos conflitos e mais fairplay nas corporations brasileiras

O alívio monetário nos EUA retira um dos elementos de risco incluídos na ata da reunião

Mercado volta a aumentar probabilidade de elevação da Selic à frente

Banco Central endurece tom em ata e gera disparada dos juros futuros