Tecnologia bancária
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Por Roseli Loturco — Para o Valor, de São Paulo


Isaac Sidney, da Febraban: Brasil está entre os mais avançados em tecnologia — Foto: Divulgação/Febraban
Isaac Sidney, da Febraban: Brasil está entre os mais avançados em tecnologia — Foto: Divulgação/Febraban

A alta velocidade das transformações no setor financeiro tem feito com que os bancos acelerem os investimentos em TI, de olho na modernização dos sistemas e em oportunidades da bioeconomia - com a criação de produtos e serviços mais sustentáveis. A digitalização, que foi acelerada pela pandemia e por um cronograma regulatório do Banco Central (BC), parte agora para novos desafios.

No topo desta lista estão a implantação das fases três e quatro do open finance, o avanço da carteira de crédito sustentável, ajustes para a chegada do real digital, a adoção de infraestrutura necessária para as novas possibilidades do Pix e a absorção de tecnologias que se aprimoram a cada dia, como a inteligência artificial (IA) generativa e a computação quântica. Essa foi a tônica das discussões da abertura da 33ª edição do Febraban Tech, dia 27 de junho, em São Paulo, que envolveu lideranças de grandes instituições do setor.

Para cumprir as novas demandas, os bancos devem destinar R$ 45,1 bilhões em 2023 em investimentos em tecnologia, alta de 29% em relação a 2022, conforme pesquisa Febraban em parceria com a Deloitte. O Bradesco, que no ano passado investiu mais de R$ 6 bilhões em soluções de tecnologia e inovação, diz que é preciso estar preparado para as novidades como o ChatGPT e a computação quântica, e tem feito testes rodando dentro e fora do ambiente do Inovabra, seu ecossistema de inovação. “Um dos testes usou inteligência de dados para avaliar os comunicados do BC e como eles poderiam interferir nos comunicados futuros. Quando falamos com IA generativa, vemos como ela pode acelerar os processos de avaliação futura”, diz Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco.

A BIA (Inteligência Artificial do Bradesco), criada em 2008, hoje faz mais de 1,2 bilhão de interlocuções com os clientes, com grau de solução entre 60% e 70% dos casos. Se tivesse a IA generativa, o tempo gasto para isso seria 80% menor, diz ele. “No que tange à criptografia de dados, o Google fez experimento para resolução de problemas complexos usando a computação clássica e concluiu que levaria 10 mil anos para resolver. Com a computação quântica, 200 segundos.”

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Em posição de destaque entre os mais avançados do mundo, o sistema financeiro brasileiro foi um dos primeiros a ter chip nos cartões de crédito, tokens, biometria, internet banking e mobile banking, lembra Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Os números também revelam as respostas que a indústria tem dado mesmo em momentos de crise. Segundo Sidney, durante a pandemia, enquanto a economia despencava, os bancos forneceram “volumes inéditos de crédito: mais de R$ 10 trilhões”.

Entre os avanços mais bem-sucedidos, o Pix, além de referência global, já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, tendo batido a marca de 8,12 bilhões de transações, que movimentaram R$ 3,45 trilhões no primeiro trimestre, segundo o BC.

Mesmo antes da ampla adoção do Pix, a Caixa Econômica lembra que, na pandemia, foi o uso da tecnologia que garantiu a inclusão de 70 milhões de brasileiros que estavam fora do sistema bancário para o pagamento do Auxílio Emergencial. “A Caixa criou em 15 dias um app de conta digital para garantir este pagamento. Hoje são 150 milhões de transações por dia no app”, afirma Maria Rita Serrano, presidente da instituição. “A Caixa quer ampliar o debate da sustentabilidade e de que forma a adoção tecnológica possa contribuir com a diminuição da miséria. Isso é a bioeconomia do futuro para nós”, afirma.

A executiva salienta que um dos papéis do sistema financeiro deve ser o de pensar ações que promovam o crédito com preservação do meio ambiente, abrindo também novas oportunidades de empreendedorismo. “O nosso programa Mulheres na Favela é exemplo de promoção de crédito sustentável que promove empreendedorismo nas comunidades”, conta Serrano. O banco classifica seu portfólio e volume de negócios sustentáveis a partir da contribuição das transações com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nessa pauta, algumas instituições financeiras estão mais adiantadas do que outras. O Itaú, que tem como meta atingir R$ 400 bilhões em financiamento a setores que geram impacto positivo do ponto de vista socioambiental até 2025, já desembolsou R$ 300 bilhões. “Nossa agenda para a descarbonização é forte porque entendemos que somos todos sócios do mesmo problema. Queremos ajudar os clientes nesta transição”, afirma Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco.

O banco informa ser signatário do Net-Bank Zero Alliance, da ONU, que estabelece metas de descarbonização. Além disso, o Cubo - principal hub de inovação do Itaú, com mais de 400 startups - já tem 30 delas trabalhando no desenvolvimento de tecnologia para auxiliar as empresas a reduzirem o impacto socioambiental que causam, informa Maluhy.

O Itaú recebeu em março a aprovação do BC para aquisição de participação na Carbonplace, rede para negociação internacional de créditos de carbono no mercado voluntário. A plataforma captou US$ 45 milhões em uma primeira rodada de investimentos com nove bancos. “Devemos ter os primeiros negócios nos próximos 30 dias”, conta Maluhy. No mundo, as operações de dívida com rótulo ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) atingiram US$ 1,3 trilhão em 2022, e a expectativa é chegar a US$ 1,7 trilhão em 2023, segundo levantamento do IFF Sustainable Debt Monitor.

O BTG Pactual lançou em abril um fundo internacional de gestão de florestas, por meio do Timberland Investment Group (TIG), que pretende captar US$ 1 bilhão em cinco anos para reflorestar 300 mil hectares no Brasil, Uruguai e Chile. O TIG é uma subsidiária americana do BTG, com US$ 20 bilhões sob gestão. “Somos o segundo maior gestor de floresta do mundo na América do Norte e do Sul. Já captamos US$ 300 milhões para este fundo”, diz Roberto Sallouti, CEO do banco. A estratégia também visa plantar árvores em florestas comerciais e transformar a madeira em produto industrial com carbono preservado. A iniciativa prevê sequestrar 35 milhões de toneladas de CO2 ao longo de 15 anos. “Isso se transforma em crédito sustentável por meio de um fundo que também apoia o desenvolvimento comunitário inclusivo e equitativo, com tem potencial de gerar renda a seus investidores.”

No Banco do Brasil, o uso das ferramentas digitais tem permeado a organização de forma crescente e caminha junto com a qualidade do crédito. “Temos estimulado que o digital seja a matriz do aprimoramento da nossa cultura organizacional e das decisões estratégicas que tomamos. O uso de dados e de informações analíticas devem ser capazes de customizar de forma crescente o relacionamento com os clientes, diz Tarciana Medeiros, presidente do BB.

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