![Ivani Silveira: “Aumentamos para 25% o número de mulheres nas diretorias” — Foto: Divulgação](https://s2-valor.glbimg.com/cPZlCf-zcF0HMnhMwS81EsjXVfY=/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2023/D/x/a08YskRFOqIluKQqkooQ/foto26rel-101-esg-f6.jpg)
O aumento de empresas empenhadas em estratégias de diversidade e inclusão (D&I) reflete o esforço do setor siderúrgico por equilíbrio entre a representatividade das equipes e da sociedade. O movimento inclui desde a criação de áreas dedicadas ao tema até mentorias para assegurar avanços nas carreiras dos grupos subrepresentados e processos de recrutamento e seleção mais inclusivos. O setor, majoritariamente masculino, está presente em regiões remotas, em municípios pequenos, que em geral são mais conservadores.
Uma das mais adiantadas nessa agenda é a Novelis, onde 44% dos executivos que se reportam ao presidente são mulheres. Entre os anos fiscais de 2021 e 2023, a participação de líderes que se autodeclaram negros passou de 4% para 9%. A empresa mantém o programa Igual desde 2017, com compromissos e grupos de afinidade voltados a gênero, raça e pessoas LGBT+, e prevê ações como mentorias diversa, para diferentes grupos, e reversa, com aconselhamentos de executivos por profissionais abaixo de seu grau hierárquico.
A Novelis ainda tem programas de educação continuada - com custeio total de especialização exclusiva para negros - e estágios com metas de contratação entre os grupos. No programa global de desenvolvimento de engenheiros, a Novelis América do Sul atingiu 40% de participação de mulheres.
A Usiminas criou um programa em 2019 com base nos pilares gênero, raça e etnia, pessoas com deficiência (PCDs), gerações e LGBT+. De dezembro de 2019 a agosto de 2023, o número de mulheres na companhia passou de 909 para 1.253 (de 8% para 11% do total de funcionários). Elas compõem 18% (105 mulheres) das posições de liderança e, em cargos de gestão, o percentual dobrou para 19%, segundo o diretor corporativo de gestão de pessoas, Cesar Bueno.
Mentorias ajudam a planejar carreiras dos grupos minorizados; 44% dos trainees são mulheres, índice semelhante se reflete no estágio e, entre aprendizes, elas já são 54%. O pilar gerações mira transferência de conhecimento entre profissionais técnicos experientes e jovens digitais. O programa Habitar prepara ambientes para mulheres e PCDs. O mais sensível é o voltado a pessoas LGBT+, medido por pesquisas de clima organizacional.
A Belgo Arames, parceria entre ArcelorMittal e Bekaert no Brasil, criou a gerência de D&I e responsabilidade social, que tem apoio do Instituto Mais Diversidade e com foco em gênero, PCDs, migrantes em vulnerabilidade, equidade racial, LGBT+ e gerações. Dos 3.170 empregados, 48,6% se declaram pretos e pardos, 17% mulheres, 6% LGBT+, 5,6% PCDs e 0,7% em situação de refúgio ou migrantes vulneráveis. Entre os líderes, 20,7% são negros, 16%, mulheres (contra 7% em 2020), e 1%, PCDs. A diretora de gente, cultura e engajamento, Clarisse Drummond, destaca programas como Elas 360 e Elas na Fábrica, para impulsionar carreiras de mulheres. A meta é ter 30% de participação feminina até 2030.
A ArcelorMittal lançou programa de D&I em 2019 e mira 25% de mulheres na liderança até 2030 - hoje são 21%, contra 9% dois anos atrás. As iniciativas focam diversidade racial, equidade de gênero, LGBT+ e PCDs, este com programa de aprendizes exclusivo. Em 2022, o programa PertenSER discutiu o tema do machismo estrutural.
Já a Ternium implantou política de D&I em 2018, com os eixos gênero, geração, multiculturalidade, LGBT+, raça e etnia e PCDs, com iniciativas como mentoria de carreira para jovens negros e grupos de discussão de temas como identidade, vieses inconscientes e liderança intercultural. Segundo a diretora sênior de recursos humanos, Ivani Silveira, no último ano fiscal foram mais de 250 contratações de grupos sub-representados na sociedade. “Aumentamos para 25% o número de mulheres nas diretorias nos últimos anos”, diz.