Shopping centers
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Por — Para o Valor, de São Paulo


Paes Mendonça, do Grupo JCPM: “Terrenos praticamente não existem mais, o custo da construção civil e dos juros é alto, o que dificulta novos lançamentos” — Foto: Divulgação
Paes Mendonça, do Grupo JCPM: “Terrenos praticamente não existem mais, o custo da construção civil e dos juros é alto, o que dificulta novos lançamentos” — Foto: Divulgação

Sem espaço no mercado para abertura de novos empreendimentos, os grandes grupos do ramo estão apostando na ampliação dos espaços já existentes e na requalificação dos serviços. A Ancar Ivanhoe, por exemplo, expandiu as instalações do Natal Shopping no começo do ano com a abertura de um alpendre. O espaço ao ar livre, dedicado ao lazer, passou a contar palco, restaurantes gourmet, parque de diversões e área para pets. Mais duas expansões em outros empreendimentos ainda estão previstas. A empresa, que atua como proprietária e gestora de shoppings há 52 anos, ainda não revela o nome das unidades que irão crescer em área bruta locável (ABL).

“Existem oportunidades de aperfeiçoar porque, no pós-pandemia, o shopping começou a ser visto como extensão da casa das pessoas, com gastronomia e eventos ganhando destaque. Também reforçamos a digitalização atrelando o acesso às áreas de lazer com uso do nosso aplicativo. Além disso, a tecnologia nos conecta diretamente e em tempo real com todos os pontos de venda”, conta Marcelo Carvalho, copresidente. Sobre o momento do setor, avalia como positivo. “Comparado com 2023, as vendas estão, em média, 12% maiores. Estamos otimistas”, emenda. A Ancar possui 14 espaços de convivência em funcionamento.

No Nordeste, o Grupo JCPM lidera o setor com participação em 11 shoppings distribuídos entre as principais capitais, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, ambos em Pernambuco. Deste total, administra sete. No Shopping Recife, uma nova área de 40 mil m2 receberá um complexo formado por parque gourmet, centro médico, hotel e 380 unidades residenciais. A maior parte dele deve ser inaugurada em 2025. Já no Salvador Norte, cerca de 10 mil m2 acabam de ser recebidos e estão sendo reservados para receber uma âncora e um corredor de lojas satélite. Salvador Shopping, RioMar Recife e o RioMar Fortaleza receberão novos restaurantes.

O presidente da empresa, João Carlos Paes Mendonça, acredita que o momento do setor é de pausa após forte crescimento. “Terrenos praticamente não existem mais, o custo da construção civil e dos juros é alto, o que dificulta novos lançamentos. Além disso, abrir um shopping é um projeto de longo prazo que demanda muito investimento. O segmento entendeu e está ajustando-se à realidade”, explica, anunciando que irá manter o foco do negócio no Nordeste. As ampliações e reformas no pipeline do grupo, que também atua no setor imobiliário e comunicação, irão demandar R$ 570 milhões nos próximos três anos.

Dona de 71% do mercado catarinense de shoppings, a Almeida Junior optou pela estratégia de “fechar mercado” em 2008 quando vendeu o Santa Úrsula, de Ribeirão Preto. Em 2023, a companhia familiar lançou o primeiro fundo de investimento imobiliário de uma rede de shoppings de sócio único, o AJ Malls. Com o produto, capta recursos para investir na expansão dos empreendimentos e aquisição de outros, sem perder o foco nos públicos A e B. Nos próximos cinco anos, a empresa planeja investir R$ 800 milhões na ampliação dos ativos, com as expansões do Balneário Shopping, de Camboriú, e do Neumarkt, de Blumenau, já licenciadas. Os equipamentos irão ganhar novas lojas-satélite, inclusive de marcas internacionais, restaurantes e estacionamentos maiores.

“Projetos greenfield estão inviabilizados por conta da taxa de juros e mercado saturado. As cidades que poderiam ter shopping, já têm. E shopping center significa capital intensivo de curto prazo com retorno no longo prazo. O fenômeno da expansão ao invés de abertura de unidades também está acontecendo na América do Sul e Estados Unidos”, enfatiza Almeida Junior, CEO da empresa desde sua fundação em 1980.

O executivo comemora o crescimento de 22% nas vendas, no primeiro trimestre do ano, além de indicadores financeiros acima da média, como taxa de inadimplência negativa em -0,2%. “As vendas estão aquecidas e os shoppings viraram a solução para o e-commerce onde o lojista faz o ‘ship from store’ e ‘pick-up store’ no seu espaço. O fluxo de consumidores está maior também”, observa, referindo-se à entrega em casa de produtos dos pontos físicos ou ao ‘retira em loja’.

Já em São Paulo, capital com o maior número de shoppings no país, o Center Norte inaugurou 27 novas lojas em outubro, acrescentado 10% à ABL. Um dos mais tradicionais da cidade, o equipamento ganhou marcas como Diesel, Sephora e Zara. Também abriu novas vagas no estacionamento, 600 delas cobertas, e um fraldário. O Lar Center, outro empreendimento do grupo, recebeu uma ala gastronômica com três novos restaurantes, incluindo um premiado internacionalmente. A empresa calcula que o aporte de R$ 120 milhões na expansão e melhorias gerou mil empregos diretos e indiretos.

“O fluxo de vendas no Center Norte cresceu 22% no pós-expansão, um bom sinal. O sucesso trazido nos faz pensar em mais ampliações, além de considerar transformações no mix para atender melhor o consumidor”, comenta Guilherme Marini, diretor de operações.

Para Marini, eventos, variedade de serviços e ambientes mais agradáveis ajudam a contornar os desafios impostos pela conjuntura brasileira, como juros altos. “Inflação e juros afetam o poder de consumo das famílias, mas acredito que as requalificações são um caminho que ajuda a navegar o cenário, atraindo mais fluxo”, defende. Para se diferenciar da forte concorrência que caracteriza o segmento, Marini diz que investe em pesquisas de mercado, programas de relacionamento e eventos exclusivos. Aportes futuros, no entanto, não foram revelados.

Mais recente Próxima Total de marcas em shoppings cresce 35% em 10 anos

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