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Por Eliane Sobral — Para o Valor, de São Paulo


Fonseca, da Aliansce Sonae  brMalls: mais negros em cargos de liderança — Foto: Divulgação
Fonseca, da Aliansce Sonae brMalls: mais negros em cargos de liderança — Foto: Divulgação

O uso racional de energia é apenas um dos pontos em comum entre os shoppings centers brasileiros quando se trata da pauta ESG (de responsabilidade ambiental, social e de governança). Entre 2019 e 2020, a AD Shopping, que administra 43 centros comerciais no Brasil, investiu R+$ 3 milhões para trocar 16 escadas rolantes do Shopping Metro Tatuapé, em São Paulo. Agora, os novos equipamentos consomem 30% menos de energia. Outra providência foi atualizar os sistemas de resfriamento dos equipamentos de ar-condicionado. Foram investidos R$ 4 milhões, e 90% deles já passaram pelo chamado retrofit. Em comparação com o sistema antigo, a modernização representa queda de 40% no consumo de eletricidade dos refrigeradores.

As medidas de sustentabilidade ambiental não começaram agora, diz o Rubens Joaquim, coordenador de operações da AD Shopping. Desde 2005 a companhia vem migrando do mercado cativo de energia para o mercado livre, onde estão, atualmente, 80% dos empreendimentos administrados pela empresa. Só aqui a economia é da ordem de 24% nos gastos com energia e uma redução de 13 toneladas na emissão de CO2, segundo Joaquim. “É preciso olhar de forma atenta ao que era moderno na época da inauguração de cada shopping e que hoje está obsoleto, especialmente na eficiência energética”, afirma Joaquim.

Em empreendimentos mais novos, a pauta ESG já está presente no projeto arquitetônico, como no shopping ParkJacarepaguá, no Rio de Janeiro, administrado pela Multiplan. Inaugurado em 2021, o centro comercial foi projetado para substituir a iluminação elétrica pela luz natural. No centro do edifício, uma claraboia de 500 m2 e outras duas de quase 700 m2 nas laterais garantem redução do consumo de energia durante o dia. O shopping também foi inaugurado com 3.800 painéis solares que respondem por 20% da energia consumida, segundo Vander Giordano, vice-presidente institucional da Multiplan. Ele diz que praticamente todos os empreendimentos da rede - a Multiplan administra 20 shoppings em sete cidades brasileiras - têm geração própria de energia, principalmente solar.

É preciso olhar de forma atenta ao que hoje está obsoleto”
— Rubens Joaquim

Em 2019, o grupo realizou a construção da primeira usina fotovoltaica externa para abastecer o VillageMall, também no Rio, que se tornou o primeiro shopping da América Latina a produzir 100% da energia que consome. A usina está localizada em Itacarambi, Minas Gerais. No ano seguinte, a segunda usina, localizada em Paty de Alferes (RJ), passou a responder pelo abastecimento da sede da companhia. Pelas contas do executivo, a economia proporcionada pelas usinas próprias foi de R$ 9 milhões e menos 17 mil toneladas de CO2 lançadas na atmosfera. A energia gerada no ano é suficiente para abastecer cerca de 90 mil residências durante um mês.

Ao lado da gestão do consumo de energia, o uso eficiente de recursos hídricos está entre as prioridades dos shoppings brasileiros. No caso da Multiplan, diz Giordano, são sete estações próprias de tratamento de esgoto, além de sistemas de reúso e de captação de águas pluviais.

Na Aliansce Sonae +brMalls, que administra 39 shoppings no Brasil, 27 dos quais próprios, a meta é chegar a 2030 com 100% da água utilizada pelo sistema de reúso, de acordo com a diretora jurídica, Paula Fonseca. A rede também está investindo na eficiência energética com a troca da iluminação por lâmpadas de LED, que consomem menos energia. Atualmente, 96% das unidades compram energia renovável no mercado livre.

A pauta ESG, porém, não se resume a questões ambientais, que incluem também a gestão de resíduos, especialmente os sólidos produzidos nas praças de alimentação (veja reportagem nesta página). Segundo Fonseca, a empresa quer ampliar a participação de pessoas pretas e pardas para 44% dos cargos de liderança - em 2022 eram 40% -, além de aumentar a presença de mulheres em postos de chefia. “O Brasil não é um agressor ambiental, mas temos questões sociais muito graves e aí que vamos fazer a diferença”, afirma a executiva.

Com seis marcas em seu portfólio, o grupo Almeida Júnior, de Santa Catarina, por sua vez, se prepara para reforçar sua governança. A companhia está instituindo um comitê de auditoria e gestão de riscos e compliance e vai aderir às práticas de governança corporativa do Novo Mercado da B3, que estabelece uma série de critérios de divulgações de resultados e de outras ações administrativas.

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