Serviços digitais
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Por Roseli Loturco — De São Paulo


Daniele Capobiango, da ABTV: Pix é alternativa para saque de dinheiro em lojas, sem necessidade de ir ao banco — Foto: Divulgação
Daniele Capobiango, da ABTV: Pix é alternativa para saque de dinheiro em lojas, sem necessidade de ir ao banco — Foto: Divulgação

Em três anos de funcionamento, o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros para pequenos valores, perdendo apenas em volume financeiro para o TED. Foram 66,1 bilhões de transações de 16 de novembro de 2020 a 31 de outubro deste ano, em um total de R$ 29,5 trilhões, segundo dados do Banco Central (BC). A instantaneidade da operação, a ausência de custo para pessoa física e a disponibilidade ininterrupta do serviço explicam, na opinião de especialistas, parte deste resultado, inclusive entre os que não eram bancarizados até então.

Levantamento dos 12 meses anteriores ao lançamento do Pix mostra que havia mais de 71,5 milhões de pessoas que antes não realizavam TED e que agora usam a modalidade de pagamento instantâneo. “Esses dados evidenciam a força que o Pix tem para a inclusão financeira. Não se trata apenas de acesso a serviços financeiros, mas também a outros serviços digitais que anteriormente eram exclusivos para portadores de cartão de crédito”, diz Renato Dias de Brito Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e resolução do BC.

Apesar de ser majoritariamente usado para transferência entre pessoas, outras funcionalidades do Pix vêm avançando, como o pagamento a empresas com o uso de QR Code. São as cobranças híbridas, onde a fatura apresenta a possibilidade de pagamento por boleto com código de barras ou Pix, via QR Code. “A quantidade de pagamentos por meio do Pix usando o QR Code já ultrapassa 35% do total das transações”, afirma Brito Gomes. Já o Pix automático, que será concorrente do débito automático, está em desenvolvimento e deve ser lançado no início de 2024.

Mesmo perdendo para a TED em valores transacionados no primeiro semestre deste ano, em volume de transações o Pix se mostrou imbatível: somou 17,6 milhões de operações, o equivalente a 93% de todas as outras opções de pagamento (cartões de crédito e débito, boletos, TED, DOC e cheques) juntas. Em valores, somou R$ 7,3 bilhões no período, contra R$ 20,5 bilhões da TED. “Até 31 de outubro deste ano, tinham 675 milhões de chaves-- das quatro disponíveis- cadastradas no Pix. Para um país de pouco mais de 200 milhões de habitantes, teve adesão massiva. As pessoas estão usando Pix para pagar desde conta de telefone, luz e água até um sorvete na praia”, conta Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Revolucao nos meios de pagamento.jpg — Foto: Arte/Valor
Revolucao nos meios de pagamento.jpg — Foto: Arte/Valor

Alguns especialistas, porém, dizem que o Pix não foi, sozinho, responsável pela bancarização de quem estava fora. “Foi um produto certo em um momento ímpar, que foi a pandemia. Tivemos um alto índice de bancarizarização por conta do auxílio emergencial, e o Pix bebeu disso”, afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Para ele, as instituições mais atuantes nesse processo foram a Caixa Econômica Federal e as fintechs, e o cadastramento das chaves se deu primeiro pelos bancos digitais. “O Pix permitiu maior movimentação bancária. Antes, a grande maioria dos brasileiros recebia o dinheiro e tirava da conta, porque para fazer transferência pagava taxa. Com o Pix, o sorveteiro, a manicure, a doméstica passaram a receber, e ao invés de sacar, passaram a transacionar mais por aí”, afirma Meirelles.

Para o pequeno comerciante e empresas de serviços, o Pix também tem representado redução de custos. “Pagamos [taxas] entre 1% e 3% no débito e no crédito varia entre 2% e 6%. Esse percentual tem impacto para os empresários que trabalham com volumes menores. Outro ponto é que o Pix cai imediatamente na conta do lojista”, afirma Felipe Tavares, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

As pessoas estão usando Pix para pagar desde conta de telefone, luz e água até um sorvete na praia”
— Walter Faria

Hoje 30% de todas as operações de pagamentos dentro desses setores são feitas por Pix. “O que representa cerca de R$ 13,6 trilhões só em 2023, até o dia 31 de outubro”, conta Tavares. Outro ponto é a formalização do fluxo de caixa, que antes era só em dinheiro. “Ao aderir ao Pix e digitalizar o seu fluxo de pagamento e recebimento, o dinheiro entra na conta e é formalizado no extrato bancário. Assim dá para ter acesso a crédito sem dificuldades”, diz o economista.

Mas, mesmo a popularização do pagamento instantâneo não foi suficiente para impactar o uso do dinheiro, que ainda é o principal meio de transações financeiras para 70% da população. “Não há dúvidas de que o Pix trouxe benefícios, alavancou o volume de transações e vem assumindo as funções das TEDs e do cartão. Porém, segundo o BC, a circulação de cédulas e moedas na economia passou de R$ 280 bilhões, em 2019, para R$ 340 bilhões em 2022”, diz Daniele Capobiango, presidente da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV).

Para ela, o Pix democratizou o acesso da população ao dinheiro em espécie por meio das modalidades Saque e Troco, com as quais os varejistas, principalmente de bairro, tornam-se uma alternativa quando não há agências bancárias próximas.

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