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Por Eliane Sobral — Para o Valor, de São Paulo


Daniel Grossi, da Liga Ventures; startups criam soluções que vão de receituário eletrônico até a gestão de clínicas — Foto: Divulgação
Daniel Grossi, da Liga Ventures; startups criam soluções que vão de receituário eletrônico até a gestão de clínicas — Foto: Divulgação

Até pouco tempo atrás, a tecnologia ocupava um lugar discreto nas empresas da área médica e de saúde, geralmente no setor administrativo. Hoje, com o desenvolvimento de uma gama diversificada de soluções, o difícil é encontrar alguma parte da jornada de cuidado sem presença da tecnologia, especialmente da inteligência artificial (IA). Da marcação on-line de consultas a diagnósticos, com 98% de precisão, a tecnologia vai muito além de consultas virtuais popularizadas na pandemia de covid-19.

“A saúde digital evoluiu muito depois da pandemia, tanto em ferramentas, quanto em regulamentação” diz Edgar Gil Rizzatti, presidente de unidades de negócios médico, técnico, de hospitais e novos elos do Grupo Fleury. Segundo ele, a empresa faz, mensalmente, 60 mil consultas por telemedicina.

O Fleury processou 277 milhões de exames em 2022. “A tecnologia é essencial para trabalhar com volumes como esses”, diz Alessandro Ferreira, diretor executivo da área comercial e de marketing da empresa. Esta, porém, é a área mais básica com presença da tecnologia no grupo. Hoje, dizem os executivos, o uso da IA é um dos maiores impulsionadores da medicina de precisão - que vai desde o sequenciamento de DNA, com rastreamento de diversos tipos de cânceres, até a determinação personalizada das drogas mais indicadas para cada tratamento -, levando em conta não apenas a doença, como o perfil do paciente. “Temos equipes multidisciplinares, com engenheiros, arquitetos e analistas de dados, trabalhando lado a lado com médicos”, acrescenta Rizzatti.

A empresa encerrou 2022 com investimentos de R$ 22,7 milhões em pesquisa e desenvolvimento e alta de 40% na implantação de novos produtos, serviços e metodologias: foram 217 novos produtos e 347 alterações de metodologias, com inclusão de novas tecnologias ou atualização das já em uso.

Startups têm participação importante no desenvolvimento de novas tecnologias. No Fleury, nos últimos cinco anos, 57 healthtechs tiveram soluções instaladas, e não apenas no setor de diagnóstico.

Segundo levantamento da Liga Ventures, o setor de saúde é o terceiro em número de startups em atividade no Brasil e na América Latina, com 629 healthtechs. Daniel Grossi, um dos sócios-fundadores da empresa, diz que as soluções desenvolvidas por essas microempresas são bastante diversificadas; vão da padronização de prontuários, guias de reembolso e emissão de receituário eletrônicos até gestão administrativa de clínicas e consultórios. “Começamos com a aceleração das startups, mas é um mercado tão dinâmico que hoje acompanhamos toda a jornada dessas desenvolvedoras, como modelo de negócio, educação e gestão financeira, entre outros serviços”, diz. A Liga Ventures não trabalha com fundo de investimento específico. “Nosso modelo de negócio é juntar as duas pontas, a grande empresa que precisa de alguma solução e a startup que tem ou pode desenvolver a resposta”.

A inteligência artificial, na área de diagnóstico, é uma ferramenta auxiliar”
— Edson Amaro

A tecnologia na área de saúde não é impulsionada só por startups. No Hospital Albert Einstein, um time de 240 profissionais trabalha num hub de desenvolvimento tecnológico. Dali já saíram 86 projetos para áreas diversas do hospital, diz Edson Amaro, superintendente de analytics e ciência de dados da área de big data no Einstein. A equipe é formada por profissionais de áreas como engenharia, arquitetura e análise de dados, além das diversas especialidades da medicina. “A tecnologia não vai dispensar o profissional, ao contrário”, afirma. “A inteligência artificial, na área de diagnóstico, é uma ferramenta auxiliar. Não é ela que dá a última palavra, é o médico. E, por fim, na ponta de toda essa tecnologia está o paciente, que tem que ser o maior beneficiário de qualquer inovação dentro da área da saúde”, diz Amaro.

Para Carlos Lopes, CEO da Doctoralia Brasil, a maior resistência às inovações vem dos médicos - embora, ressalva, estejam menos refratários, especialmente na administração de consultórios e clínicas. “Consultórios digitalizados são muito mais eficientes na gestão. E liberam o médico para cuidar dos pacientes”. A Doctoralia parte do grupo Docplanner, presente em 13 países e que processa 15 milhões de agendamentos de consultas por mês. No Brasil, são 6 milhões, de acordo com Lopes.

Na Dasa, a transformação digital começou em 2017, na unidade de diagnóstico. Hoje, a plataforma de saúde digital da companhia, o Nav, tem 7,7 milhões de usuários e 54 mil médicos cadastrados. Os serviços vão de marcação de exames, consultas e telemedicina até a identificação de lacunas no cuidado dos pacientes, com alertas sobre exames em atraso, por exemplo, segundo o diretor-geral médico e de cuidados integrados, Leonardo Vedolin. “Temos grande impacto na redução de tempo de atendimento para os pacientes, redução de custo na otimização do uso de equipamentos e melhor navegação dos pacientes pela nossa rede”, afirma o executivo. “E a cada dia temos a possibilidade de ser mais preditivos para cuidar da saúde dos nossos pacientes”, explica.

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