Seguros
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Por Roseli Loturco — Para o Valor, de São Paulo


Arte_Especial_Seguros — Foto: Arte/Valor
Arte_Especial_Seguros — Foto: Arte/Valor

Otimista com o cenário de lançamento dos programas federais de neoindustrialização e do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), as seguradoras estimam poder atingir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em arrecadação até 2030. Hoje, o setor representa cerca de 4%, sem contar previdência e capitalização. O cálculo tem base nos números oficiais, que preveem R$ 1,7 trilhão em investimentos nas obras do Novo PAC, o que tem potencial para impactar diversos ramos, como o seguro garantia das obras, riscos de engenharia e residencial.

Atingido esse patamar, o percentual colocaria o Brasil mais próximo a países como Reino Unido, onde o seguro representa 10,5% do PIB, EUA, 11,6%, África do Sul, 11,3%, e Hong Kong, 19%, conforme dados da Superintendência Privada de Seguros (Susep) “O Novo PAC tem o potencial de trazer uma movimentação positiva de aproximadamente meio trilhão de reais somente para o seguro garantia”, afirma Alessandro Serafin Octaviani, presidente da Susep. Isso na hipótese de que todas as obras do PAC sejam de vulto, conforme a Lei 14.133, que permite que a administração pública exija a prestação de garantia no limite máximo de 30% do valor total das obras. Mas os percentuais podem ser de 5% a 10%, em caso de obras menores. “O percentual máximo de 30% inclui, ainda, a cláusula de retomada, que prevê a obrigação da seguradora, em caso de inadimplência pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do contrato”, observa Octaviani.

A Susep mantém quatro grupos de trabalho para lançar produtos e adaptar outros às demandas da sociedade digital. Um deles é o seguro garantia para infraestruturas críticas digitais. “Os investidores e empreendedores que fazem as infraestruturas digitais correm riscos.”

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Animada com as obras do PAC, a Confederação Nacional de Seguros (CNSeg) faz, no entanto, algumas ponderações. “Antes havia exigência de até 10% de garantia do construtor para o governo. Hoje é de até 30%, o que vai elevar o seguro garantia nessas obras”, diz Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg.

A entidade informa que o setor de seguros vem crescendo desde 2021 com consistência e, em alguns ramos, com força maior. De janeiro a julho, considerando os ramos previdência e capitalização, arrecadou R$ 217,17 bilhões, alta de 8,63% frente a igual período de 2022, segundo dados da CNSeg. Sem previdência e capitalização, o resultado até agosto foi de R$ 123,04 bilhões, alta de 10,85%, conforme levantamento da Susep. Praticamente todos os segmentos cresceram. Auto avançou 16,5%, patrimonial, 16,3%, responsabilidade, 11,3%, e rural 9,8%. “Isso nos leva a projetar arrecadação de R$ 350 bilhões este ano, 10% superior a 2022”, diz Oliveira.

O executivo conta que o setor rural deve receber um estímulo extra do governo federal, que está acenando com mais R$ 500 milhões de subvenção para o produtor este ano. “Isso reflete o momento de dinamismo e inovação e muitas empresas novas entrando no setor. A tendência é de digitalização e diversificação”, conta Oliveira. Ele diz que, para evoluir, o setor aposta em inteligência artificial (IA) e big data, o que tem ajudado na precificação do risco. Além disso, novos produtos adaptados às mudanças climáticas estão no cenário.

A Bradesco Seguros, maior seguradora do país, adotou este ano um novo modelo de negócios que dá mais autonomia para as áreas distintas - vida e previdência, saúde, automóveis, ramos elementares e capitalização. “Retiramos da área comercial o trabalho burocrático. E dividimos a área comercial para deixar parte voltada à rede e atendimento dos clientes do Bradesco e a outra para o mercado em geral”, afirma Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros.

Segundo Gontijo, o resultado já pôde ser aferido no primeiro semestre, quando a companhia registrou lucro líquido de R$ 4,2 bilhões, alta de 21,7% em relação ao mesmo período de 2022. O faturamento subiu 10,3%, para R$ 50,5 bilhões. “O grupo pretende chegar aos R$ 100 bilhões em 2023, o que o tornaria umas das 10 maiores empresas do Brasil”, afirma Gontijo. Segundo o executivo, o grupo está investindo R$ 1 bilhão este ano em tecnologia e inovação digital para facilitar a vida do corretor e democratizar o acesso aos seguros.

A Tokio Marine também aposta em tecnologia para ampliar o alcance de seus negócios. Com atuação múltipla no setor, investe em digitalização de processos e maior eficiência operacional, além do lançamento de produtos e serviços. “As redes sociais já são realidade e logo, além do uso de realidade virtual e internet das coisas (IoT), para apoiar as vendas e processos operacionais de pós-venda, uma das tendências é a facilitação do processo de contratação, com mais agilidade, menos burocracia e precificações mais precisas”, afirma José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora.

“A Tokio Marine foi a primeira seguradora do país a utilizar um modelo de IA na avaliação e orçamentação de sinistros no setor de automóveis”, diz Ferrara. O ramo auto é um dos mais representativos da empresa.

Exigência de até 30% de garantia do construtor vai elevar o valor do seguro”
— Dyogo Oliveira

No primeiro semestre, manteve o segundo lugar no ranking, com crescimento em prêmios de 29,4% (sem DPVAT e sem garantia estendida auto) e R$ 3,61 bilhões em prêmios emitidos.

Animada com o projeto de neoindustrialização do país, a Allianz acredita que o governo federal está posicionando a Susep com perspectiva mais moderna e que isso deve impactar os negócios de seguro de forma positiva. “As empresas tendem a investir mais e terão mais bens que precisarão de cobertura de incêndio, vendaval, maquinário, entre outros”, observa Eduard Folch, presidente da Allianz Seguros, que teve R$ 5,7 bilhões em prêmios de janeiro a agosto.

Para expandir suas operações no segmento corporativo, que inclui grandes riscos, a empresa lançou em setembro a marca Allianz Commercial em toda a América Latina, que contempla o que chama de midcorp (seguros para pequenas e médias empresas, transportes e rural). O objetivo é atender os clientes de seguros comerciais com uma abordagem unificada. “O grupo decidiu trazer esta marca ao Brasil atrelado a este crescimento industrial e aos seguros corporativos e de responsabilidade. Seguro corporativo deve entrar forte no radar da Allianz porque temos muita expertise nesses projetos no mundo.”

Com foco em auto e residencial, a HDI defende que o futuro do negócio está na diversificação de produtos e serviços como forma de gerar mais oportunidades para os corretores, fidelização de consumidores e aumento da base de clientes. Para avançar nesta estratégia fez duas aquisições entre o final de 2022 e o primeiro semestre deste ano, incorporando os ativos de duas concorrentes, a Sompo Consumer e a operação da Liberty Seguros na América Latina.

“Este é um dos países em que mais estamos investindo. Não descartamos uma nova aquisição para avançar, mas também queremos crescer de forma orgânica”, conta Eduardo Dal Ri, CEO da HDI Seguros. O executivo diz que o desafio agora é integrar as operações. “Em 2024 vamos criar uma marca nova para substituir a Liberty. E com a aquisição da Sompo Consumer entraremos mais nos ramos de auto, residência, empresarial PME, vida e condomínio”, diz Dal Ri.

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