Seguros, Previdência e Capitalização
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Bettencourt, da Sompo: no comando da área de resseguros — Foto: Divulgação
Bettencourt, da Sompo: no comando da área de resseguros — Foto: Divulgação

Seguradoras e corretoras estão buscando um novo perfil profissional para os times de trabalho. Segundo especialistas em recrutamento para o mercado segurador, a experiência profissional representa um peso importante nas seleções, mas os empregadores “enchem os olhos” quando se deparam com um currículo capaz de mostrar foco em resultados e liderança inovadora na condução de projetos. A estruturação de novas unidades de negócios nas empresas, ligadas a áreas como serviços e manutenção, seguro-garantia e resseguros, também movimenta a dança de cadeiras no setor, principalmente entre os cargos de direção.

Na consultoria de recursos humanos Fesa Group, a procura por executivos da indústria de seguros aumentou 11,1% no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023. “O padrão [de demanda] no início do ano foi mais contido, seguido por uma melhora a partir de março”, diz Fabiana Pita da Rocha, director & partner do Fesa Group. “Esse cenário pode indicar que o mercado vai aquecer ao longo do ano.”

No ano passado, a consultoria intermediou o recrutamento de mais de 15 gestores no segmento e neste ano fechou posições para áreas como comercial, tecnologia, ouvidoria e inteligência de mercado, relata. Rocha observa movimentações atípicas nas seleções, o que pode sinalizar uma repaginação nos perfis desejados pelas seguradoras – inclusive com profissionais de faixas etárias mais baixas. “Tivemos o caso de um executivo com menos de 40 anos que foi contratado para liderar o comercial de uma seguradora de destaque”, conta, sem abrir detalhes. “Há alguns anos, essa situação seria impensável nesse mercado, considerado conservador [no recrutamento de candidatos mais jovens].”

A especialista acredita que, com o aumento da concorrência entre as empresas e o surgimento de plataformas on-line que oferecem apólices, os executivos são mais cobrados por resultados mais sólidos. “Hoje, as competências essenciais nos currículos incluem visão estratégica, crucial para antecipar tendências e oportunidades de crescimento, além de uma liderança ‘inspiradora’”, diz. “Saber motivar os times é fundamental para alcançar os objetivos das organizações.”

Na seguradora Sompo, essas habilidades são reforçadas em capacitações sugeridas pela área de RH, segundo o diretor-executivo Celso Ricardo Mendes. “Somente em 2022, mais de 230 líderes participaram de cerca de três mil horas de treinamento para incentivar o protagonismo e o senso de propósito nas equipes”, diz.

No ano passado, a empresa lançou o programa “Eles com elas”, uma ação de mentoria para mulheres, com seis meses de duração, com a intenção de fortalecer a equidade no ambiente de trabalho. São sete mentores da diretoria e 12 mentoradas, entre gerentes, superintendentes e diretoras. As oficinas incluem temas como ascensão na carreira e formação de redes internas de executivas.

Morroni, da Porto: posição multidisciplinar para um perfil que busca desafios — Foto: Divulgação
Morroni, da Porto: posição multidisciplinar para um perfil que busca desafios — Foto: Divulgação

A Sompo tem 665 funcionários e contratou 110 profissionais em 2023. Neste ano, a estimativa é admitir mais 40, sendo 13% para posições de chefia. Atualmente, conta com 33 vagas abertas, com 9% delas para cadeiras de comando. Do total de contratações em 2024, a estimativa é que a maior parte siga para os nichos de proteção para transporte (15%), empresarial e engenharia (7,5%).

Segundo Mendes, desde 2022, a Sompo investe em capital humano para suportar o atendimento a clientes em diversos ramos de negócios, como seguros corporativos e agronegócio. “Nesse processo, entre o final de 2022 e junho de 2023, dobramos a equipe multidisciplinar da área de garantia, com a contratação de engenheiros, advogados e atuários”, detalha. “Também criamos uma unidade de ‘financial lines’ [linhas financeiras, do inglês], com a admissão de especialistas do setor.”

Em janeiro de 2024, a seguradora contratou Maria Cristina Bettencourt (ex-Excelsior Seguros) para a direção das áreas de resseguros, atuarial de produtos, produtos corporativos e precificação. A executiva, no mercado segurador desde 1989, diz que não perdeu tempo nesse primeiro trimestre do ano.

“Lançamos a nossa ‘esteira’ de produtos, um processo que envolve toda a companhia, desde a ideação até a venda ao segurado”, afirma a executiva, com passagens em companhias de seguros e resseguros, como Allianz, XL Capital e HDI. “Estamos atuando no desenvolvimento de ofertas que devem ser lançadas neste ano, parte do plano de aumentar o leque de opções para o segmento corporativo.”

Na Allianz Seguros, com dois mil funcionários, o interesse é que o departamento de RH acompanhe a expansão de segmentos-chave da marca, como automóvel, vida e residência. Marcia Evangelista Lourenço, diretora-executiva de RH e comunicação, diz que foram selecionados 180 currículos em 2023 e que há 45 posições em aberto, sendo 10% para cargos de decisão.

Em fevereiro, a seguradora criou uma diretoria exclusiva para o segmento de vida, com o objetivo de expandir os contratos na modalidade. A unidade ganhou a liderança de Eric Dannemann Lundgren, com 25 anos de janela no mercado. Um mês antes, a Allianz convidou Maria Clara Ramos (ex-Tokio Marine) para a diretoria executiva de transformação, estratégia e marketing.

A chegada de Ramos ajuda a dar tração a um movimento de diversidade patrocinado pela Allianz que, neste ano, atingiu a marca de 50% de mulheres na diretoria executiva. Hoje, 58% do quadro é ocupado por mulheres. “Colocar a mulher no papel de protagonista não apenas fortalece a nossa cultura corporativa, como também impulsiona os negócios”, afirma Lourenço, também contratada em 2024.

Na avaliação de Anderson Valadares, superintendente de gente e cultura da Porto, uma das ferramentas para compor boas equipes é valorizar a “prata da casa”. “Privilegiamos o recrutamento interno para reconhecer os talentos que estão na empresa”, diz.

Mesmo com essa diretriz, a seguradora contratou 2,2 mil funcionários em 2023 e a expectativa em 2024 é recrutar mais 2,5 mil pessoas – de janeiro até o fim de abril foram admitidos 1,1 mil candidatos. As oportunidades são principalmente para as operações da Porto Serviço (43% das vagas), vertical de negócios lançada em dezembro de 2023, com atividades de reparo, manutenção e instalação de equipamentos.

Valadares diz que o alto volume de contratações acontece para atender às necessidades da holding e das verticais, como a Porto Bank, de soluções financeiras, e a Porto Saúde. “Almejamos incentivar o ‘cross-selling’ [venda cruzada] dentro da companhia”, justifica.

Contratado em março pela Porto como diretor de serviços automotivos, Daniel Morroni, ex-vice-presidente na Movida, de aluguel e venda de veículos, diz que nunca havia atuado no ramo segurador, mas sempre cultivou relações de trabalho com as seguradoras.

“O desafio dos projetos [na Porto] me chamou a atenção”, diz o executivo, ao ser perguntado por que aceitou o convite. Hoje, ele é responsável por ações estratégicas no grupo, como os centros automotivos, rede com mais de 300 unidades no Brasil que realiza serviços de manutenção e revisão para segurados e não segurados.

De acordo com Artur de Castro Frischenbruder, sócio da consultoria de RH Evermonte Executive Search, profissionais multidisciplinares como Morroni devem seguir no radar das seguradoras nos próximos meses. “As empresas estão se preparando para dar um próximo passo [nos negócios]”, diz. Depois de um ciclo de reforço nas áreas comercial e de tecnologia, espera-se um maior suporte nas diretorias de produtos e de marketing, explica.

A indústria de seguros se digitalizou bastante, analisa. “Considerando que o público das seguradoras tende a ser muito heterogêneo, lideranças com conhecimento em experiência do consumidor [CX, na sigla em inglês] serão cada vez mais visadas.”

Nas corretoras, o interesse por novos perfis de candidatos também é crescente, segundo Nancy Quintela, diretora de RH da WTW, com 960 funcionários. “Estamos ampliando as funções comerciais e estruturando áreas de produtos, como a surety [seguro-garantia]”, diz. A empresa deve contratar cem profissionais em 2024.

Em 2023, entre as aquisições da companhia para cargos de ponta, está Leonardo Calado Francisco (ex-SulAmérica), que assumiu a diretoria de saúde e benefícios (H&B, na sigla em inglês). “Essa é a minha segunda passagem pela WTW”, diz Francisco, no mercado segurador há 18 anos. “No passado, atuei aqui por quase sete anos e saí em 2016.”

Segundo o executivo, a competição das empresas por currículos com experiência é visível. “Em 2023, recebi duas propostas e neste ano fui procurado por headhunters via LinkedIn.”

Na visão de Juliana França, gerente-executiva da consultoria Michael Page, a disputa por talentos deve continuar em alta em 2024. A demanda por executivos aumentou 20% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2023, afirma. “Este ano, vemos possibilidades de vagas especialmente em nichos como atuarial e contabilidade.”

A especialista observa que as chefias desejam pares que “queiram inovar e fazer diferente”. “Estamos recrutando candidatos até de outros segmentos”, diz. “As empresas aceitam ensinar a parte técnica do seguro para ter, em troca, um profissional ‘mente aberta’, com um olhar diferente para novas formas de fazer [negócios].”

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