Seguros, Previdência e Capitalização
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Patrícia Freitas, da Prudential: é preciso superar os estereótipos de gênero — Foto: Breno Veiga/Divulgação
Patrícia Freitas, da Prudential: é preciso superar os estereótipos de gênero — Foto: Breno Veiga/Divulgação

A equidade de gênero na indústria de seguros e previdência ainda tem muito a evoluir, mas os últimos anos trouxeram mais executivas ascendendo aos postos máximos das empresas. De acordo com a última edição da pesquisa “Mulheres no mercado de seguros no Brasil”, coordenada pela Escola de Negócios e Seguros (ENS) e lançada em 2022 (a próxima será em 2025), a participação feminina representa 54% do total dos empregados das seguradoras – era 57% em 2012.

Apesar de as funcionárias serem a maioria nos quadros, entre os gerentes em atividade 44% são mulheres. A situação de diferença entre os gêneros torna-se mais evidente nas cadeiras executivas: para cada diretora, há 2,2 diretores. O levantamento analisou 16 companhias, que somam 20 mil profissionais.

“A fim de impulsionar a equidade e a ascensão de mulheres a cargos de liderança, é fundamental que as empresas adotem um compromisso genuíno com a inclusão, reconhecendo que esse aspecto é essencial para o progresso do negócio”, diz Ângela Assis, primeira mulher a ocupar a presidência da Brasilprev, há 30 anos no ramo de oferta de opções de previdência. “A pluralidade de perspectivas trazida pela diversidade enriquece a tomada de decisões e a resolução de desafios complexos.”

Para as executivas do setor que buscam posições mais altas nos organogramas, a orientação de Assis é fazer um pacto com o crescimento profissional. “Além de se capacitar continuamente, é crucial tomar decisões assertivas”, ensina. “Buscar mentorias com outras líderes também é fundamental para planejar e alcançar objetivos [de carreira].”

Graduada em relações internacionais e com especializações em recursos humanos e liderança estratégica, Assis trabalha na Brasilprev desde 2017. Antes da presidência, que assumiu em 2020, ocupou a diretoria comercial e de marketing. No início de 2024, a companhia superou a marca de R$ 400 bilhões em ativos sob gestão.

“Estamos empenhados em promover a inclusão das mulheres na Brasilprev”, diz. Com cerca de 50% de funcionárias na equipe de 721 funcionários, 39% dos cargos de liderança são delas – índice que marcava 34% em 2019. A meta para 2026 é chegar a 45% de gestoras. “Estabelecer metas alcançáveis e adotar indicadores e mentorias são estratégias eficazes que utilizamos para ampliar a presença feminina.”

Erika Medici, da AXA: mulheres devem se candidatar mais — Foto: Fran Nagata/Divulgação
Erika Medici, da AXA: mulheres devem se candidatar mais — Foto: Fran Nagata/Divulgação

Na opinião de Patrícia Freitas, CEO da Prudential do Brasil desde janeiro de 2023, o mercado de trabalho precisa superar os estereótipos de gênero. “Se uma executiva está em uma posição de liderança é porque tem competência e é qualificada para tal”, afirma ela, que é também primeira mulher a ocupar a cadeira de CEO da empresa no país. “O que nós precisamos é de oportunidade.”

A Prudential do Brasil tem 800 funcionários e o percentual de funcionárias alcança 59%, sendo 44% em posições de comando. “Nossa meta é alcançar 50% de mulheres em postos de liderança até o final do ano.”

Freitas acredita que é preciso fomentar a diversidade nas companhias por meio de políticas de equidade. “Isso vai desde a promoção de processos seletivos mais equilibrados até o suporte necessário para as mulheres, que se dividem entre casa, família e trabalho”, explica. “Possibilitar jornadas flexíveis é uma forma de apoiar quem busca a harmonia entre vida pessoal e profissional.”

A CEO da Prudential do Brasil também aposta na oferta de planos de carreira para as profissionais e treinamentos que incentivam a participação feminina em todos os cargos. A empresa mantém um programa de liderança feminina que, nas duas primeiras turmas, impactou 30 gestoras com movimentação de carreira e promoções. A seguradora conta com um comitê de diversidade e inclusão desde 2017.

Vinda do setor de tecnologia, Freitas diz que ingressou no ramo de seguros em 2015, quando chegou à Prudential como vice-presidente de parcerias comerciais. Graduada em ciências da computação, concluiu um MBA em administração de negócios e especialização em gestão. “Também tenho um MBA em seguros e resseguros pela ENS, que fiz ao entrar no setor”, lembra.

Na análise de Erika Medici, CEO da AXA no Brasil desde 2020, a carreira no campo securitário pode ser construída aos poucos. “Comecei como analista em seguros, um caminho natural para uma jovem formada em estatística”, diz ela, hoje com mais de 20 anos de experiência no segmento. “A minha carreira pode ser vista como um arco que começa em áreas técnicas, como precificação, processos e resseguros, e se direciona para uma atuação mais estratégica, focada em liderança de times multidisciplinares e passagens por setores como digital, comercial e marketing, além de fusões e aquisições.”

Diplomada também em ciências econômicas, a ex-professora do Ibmec acumula ainda um mestrado em estatística e um MBA Executivo. Depois de 12 anos na SulAmérica, entrou na AXA no Brasil em 2016, como diretora-executiva. Dois anos depois, assumiu a vice-presidência comercial e de marketing. Em 2020, foi promovida a CEO.

Medici acredita que as mulheres devem se candidatar mais a posições em que nem sempre cumprem todos os requisitos exigidos na função. “Pesquisas mostram que os homens se arriscam mais e enxergam essa lacuna de características para os cargos como uma possibilidade de desenvolvimento”, compara. “Fui galgando espaços na carreira ao me abrir para novos desafios.”

Para Isabel Blazquez Solano, CEO de resseguros na Aon Brasil desde o ano passado, é importante também ficar alerta a qualquer forma de discriminação. “Não foram raras as vezes em que enfrentei uma situação reveladora do sexismo”, diz a executiva, que começou a carreira na Mapfre Re, na Alemanha. “Acompanhada de colegas homens em eventos do setor, observei que as pessoas presumiam que eles eram os líderes da equipe, não eu.”

Solano pontua que ações corporativas de diversidade e inclusão bem definidas estão relacionadas a um maior engajamento das equipes e ao sucesso das organizações. “É importante o comprometimento genuíno da liderança para fomentar um ambiente mais inclusivo”, diz. A AXA no Brasil tem 554 colaboradores, sendo 51,2% de mulheres. Metade das posições de chefia (50%) é ocupada por executivas.

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