Saúde
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Por Genilson Cezar


Toguchi, da MetLife: parcerias com venda em bancos digitais — Foto: Lúcia Haraguchi/Divulgação
Toguchi, da MetLife: parcerias com venda em bancos digitais — Foto: Lúcia Haraguchi/Divulgação

As operadoras de planos odontológicos do país seguem em contínuo crescimento, embora apenas 15% dos brasileiros possuam esse serviço. Segundo levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgado no início de junho, os planos exclusivamente odontológicos registraram um total de 31,24 milhões de beneficiários no fim de abril, com uma trajetória de crescimento a partir de janeiro de 2022.

“O mercado de odontologia suplementar cresce, em média, 1,6 milhão de vidas por ano. Praticamente dobrou de tamanho desde 2011, mesmo com todos os grandes desafios que foram enfrentados nesse período, como uma das maiores recessões da história do Brasil em 2016 e 2017 e a pandemia da covid-19 a partir de 2020”, afirma Rodrigo Rocha, CEO da Amil Dental, empresa do grupo americano UnitedHealth, que conta com mais de 2,2 milhões de beneficiários.

No plano financeiro, ao contrário das operadoras de planos de saúde privados, que fecharam o quarto trimestre de 2022 com um prejuízo de R$ 10,7 bilhões, as empresas que operam planos exclusivamente odontológicas tiveram resultado líquido positivo de cerca de R$ 700 milhões. A receita total dessas operadoras chegou a R$ 4 bilhões, de acordo com a ANS. “Alguns fatores têm contribuído para essa constante expansão do número de beneficiários dos seguros odontológicos, entre os quais uma oferta mais ampla de produtos individuais e familiares do que os planos médicos, o que facilita o acesso”, diz Rocha. “Além disso, não há como negar que o uso desses planos dentais é menor do que seus equivalentes médicos. E as mensalidades são relativamente baixas, em comparação aos planos médicos, e contemplam uma gama extensa de procedimentos, normalmente tudo o que o consumidor precisa”, destaca.

Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, grupo segurador e braço financeiro do sistema de cooperativas Unimed Brasil, concorda: “O valor mensal bem acessível ante as inúmeras vantagens e a ampla cobertura que oferecem, mesmo nos produtos mais básicos, são atrativos suficientemente fortes que colaboram para o sucesso do segmento”. A Unimed Odonto conta atualmente com quase um milhão de usuários. Em um ano, a operadora conquistou 173.756 novos clientes, saindo de 794.267 para 968.023 beneficiários, o que representa um crescimento de 21,8%.

Esse avanço se deve, de acordo com o executivo, a um bom desempenho na área comercial, além dos fortes investimentos em inovação para melhorar os recursos on-line e o atendimento. “Um dos diferenciais é a nossa plataforma de inteligência artificial (IA), a Tina, que é capaz de avaliar o risco de patologias bucais, oferecer orientação personalizada e indicar profissionais com maiores probabilidades de resolver o problema do usuário”, conta Freitas. A ferramenta está disponível para os clientes no aplicativo da Seguros Unimed, o SuperApp.

Ainda no plano de tecnologia e inovação, a Unimed Odonto acaba de lançar um plano odontológico envolvendo inteligência artificial (IA) e atendimento presencial. Denominado SorrIA, o produto faz uso de dados de texto coletados, de forma integrada, pela Tina, consultora virtual de saúde bucal com inteligência artificial. “Desse modo, é possível entender as necessidades individuais de cada cliente e elaborar orientações personalizadas, como, por exemplo, quando é a hora de realizar um exame de rotina, uma consulta preventiva ou um tratamento específico”, explica.

A MetLife, uma das principais empresas de serviços financeiros do mundo, que hoje conta com mais de um milhão de clientes de seus planos odontológicos no Brasil, considera que o mercado tem apresentado resultados positivos e crescimento consistente nos últimos anos. “Por ser um produto de custo acessível, acreditamos e temos trabalhado para que milhões de pessoas possam contar com um plano odontológico”, diz Paula Toguchi, diretora de produtos da MetLife Brasil.

Nesse sentido, de acordo com ela, a operadora busca criar o acesso ao produto por meio de parcerias, com venda em bancos digitais e também com a atuação dos corretores. “Trabalhamos fortemente na conscientização das pessoas sobre os benefícios relacionados à importância do plano odontológico e da saúde bucal para o bem-estar no presente e no futuro. Isso significa o apoio a programas importantes que levam esse tipo de informação às pessoas, como o Julho Neon, que acontecerá no próximo mês e que nós apoiaremos, e investimentos em marketing para levar a informação a mais pessoas, como fizemos no festival de música C6 Fest e onde pudemos dar informação sobre a importância do produto”, relata Toguchi. Na parceria com os bancos, diz ela, o objetivo é oferecer planos a preços mais acessíveis.

Para a MetLife, um dos grandes desafios do setor para maior crescimento – que as empresas precisam combater com rigor para evitar aumento de custo e queda do faturamento das operadoras – é a fraude. A MetLife não relata muitos problemas nessa área, segundo a executiva, porque acompanha de perto todas as etapas da utilização do plano, desde o primeiro cadastro, além das necessidades dos clientes, que são transmitidas pela rede credenciada. Isso tem ajudado muito, diz Toguchi, na hora de oferecer coberturas e assistências.

“Mas, pensando no setor como um todo, posso dizer que certamente as principais fraudes são aquelas relacionadas a procedimentos de baixa complexidade técnica para realização, mais comuns e, por isso, mais frequentes. Geralmente a técnica não exige nenhuma comprovação para sua realização”, relata. Algumas das fraudes mais comuns, segundo Toguchi, são: colocação de aparelhos ortodônticos, prótese dentária, implantes e odontologia estética e consultas não realizadas. “Nesses casos temos não só a venda de procedimentos que não são necessários, como também a atuação de clínicas e institutos que agem de má-fé para conseguir clientes”, diz.

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