Saneamento
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Por Carmen Nery — Para o Valor, do Rio


Responsável pela coleta, transporte, tratamento e destinação final de 6.000 toneladas diárias de resíduos da cidade de São Paulo, a Loga desenvolve tecnologias para agilizar a operação ao mesmo tempo em que reutiliza resíduos. “Usamos caminhões movidos a biometano, gás gerado no aterro, e o Ecociclo, pequeno veículo elétrico usado nos calçadões”, diz Urias Rodrigues, coordenador da central mecanizada de triagem da Loga.

A Orizon instalou, no Recife, a maior planta de triagem mecanizada da América Latina, tecnologia da alemã Stadler, que será replicada a partir de 2025 nos 16 aterros sanitários que a empresa gerencia no país. Esses aterros recebem, anualmente, cerca de 9 milhões de toneladas de resíduos, dos quais entre 20% a 25% contêm materiais recicláveis. “Desses 25%, um percentual entre 7% e 10% é passível de reutilização por processos mecânicos, e o restante vira biomassa, em substituição ao combustível fóssil”, diz Milton Pilão, CEO do Grupo Orizon Valorização de Resíduos.

Companhias de saneamento aproveitam o lodo resultante do tratamento do esgoto para a produção de fertilizantes e tijolos. A Copasa firmou parceria com a Transplantar Tree, empresa de engenharia ambiental de Contagem (MG), para um projeto que mistura resíduos da poda de árvores usados na criação de gado leiteiro pelo método compost Barn (celeiro com cama de compostagem rica em nutrientes) com o lodo para a produção de fertilizante orgânico.

Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea, diz que com a guerra na Ucrânia, que desregulou o mercado de fertilizantes, o agronegócio passou a prestar atenção aos resíduos de estações de tratamento de esgoto (ETEs) devido ao potencial de melhoria do solo. “Em Piracicaba fizemos uma parceria com a Esalq/USP usando 2.000 toneladas de lodo com secagem e compostagem com resíduo de poda de árvores resultando num composto muito interessante. Aguardamos a validação do Ministério da Agricultura para uso em larga escala”, diz Carlos.

Usamos caminhões movidos a biometano, gás gerado no aterro, e o Ecociclo”
— Urias Rodrigues

Na Águas do Brasil, cerca de 30% do lodo gerado pelas ETEs do grupo foram direcionadas para compostagem, conta Marilene Ramos, diretora de relações institucionais e sustentabilidade. A Tigre Águas e Efluentes lançou o Unifam para substituir as rudimentares fossas ou biodigestores instalados em locais remotos que dispensa serviços de limpa-fossas porque autoelimina os rejeitos por meio de bactérias.

Na produção industrial, avançam as ações de economia circular. A startup Movestock aproxima indústrias com estoques parados, excedentes ou obsoletos. Segundo o CEO, Rafael Davi Valentini, a empresa já eliminou mais de 750 toneladas de sucata industrial em cerca de vinte meses.

Um dos grandes vilões ambientais, o rejeito eletroeletrônico é rico em insumos - inclui metais como lítio, cádmio, bário, mercúrio e cromo - e danoso ao meio ambiente. Ronaldo Stabile, CEO da ReUrbi, diz que a cada ano, 2,1 milhões de toneladas de equipamentos são descartadas no Brasil, mas nem 3% são reciclados ou recondicionados, ante 40% a 50% na Europa e EUA. Um projeto da ReUrbi com a ABES atua no descarte dos setores de TI e telecom, que geram 210 mil toneladas desses resíduos por ano. “Dessas 210 mil toneladas, 80% são descartadas como resíduos, e 20% são recondicionadas e destinadas a programas sociais de capacitação”, diz Stabile.

Outro desafio são as garrafas PET. A Solar Coca-Cola utilizou, em 2022, 8.588 toneladas de resina plástica reciclada para produção de PET. A empresa desenvolveu ainda, na fábrica de Simões Filho (BA), uma alternativa de reúso de bebidas não conformes (fora do padrão ou com validade vencida), transformando-as em insumos para produção de tijolos.

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