Saneamento
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Por Jiane Carvalho — Para o Valor, de São Paulo


Eduardo Siqueira: “Em Minas Gerais, a venda da Copasa pode demorar mais” — Foto: Divulgação
Eduardo Siqueira: “Em Minas Gerais, a venda da Copasa pode demorar mais” — Foto: Divulgação

A perspectiva de privatização de duas das maiores companhias saneamento básico do país, a Sabesp e a Copasa, promete movimentar o mercado a partir de 2024. Atuando em dois dos maiores Estados do país - São Paulo e Minas Gerais -, as empresas já têm ações negociadas em bolsa e buscam a construção de um modelo para a venda do controle acionário. A visão de que é possível melhorar as operações com a privatização associada à necessidade de levantar capital para os investimentos programados para os próximos anos explicam o interesse dos investidores e também dos governos na transferência do controle das companhias.

Em relatório sobre a perspectiva para o setor de saneamento, a Fitch Ratings destaca que a capacidade das empresas para realizar os investimentos regulatórios será mais importante nos próximos anos “para evitar penalidades nos reajustes de tarifas ou vencimento antecipado de contratos, em casos extremos”. O fluxo de caixa livre (FCF) das empresas - dinheiro livre para remunerar os acionistas - deve seguir pressionado por maiores investimentos. O FCF das dez empresas avaliadas pela Fitch, incluindo Sabesp e Copasa, deve totalizar R$ 4,8 bilhões negativos em 2023. A agência estima aumento de cerca de 75% nos investimentos das empresas no ciclo 2023-2025, comparado a 2020-2022.

“Nos próximos anos, as empresas precisarão comprovar a ampliação da prestação dos serviços para que em 2033 atinjam 99% de abastecimento de água e 90% de coleta de esgoto, com 100% do tratado. Essas metas demandarão vultosos investimentos nos próximos 11 anos”, afirma o relatório assinado pelo diretor da Fitch Ratings Gustavo Mueller. A Sabesp, cujo processo de privatização deve sair primeiro, já anunciou que para o período 2023-2027 planeja investir R$ 26,2 bilhões.

Procuradas pela reportagem, Sabesp e Copasa informaram que não se manifestam sobre privatização. A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo relatou que a International Finance Corporation foi contratada para identificar modelos para a estrutura de capital da Sabesp, “incluindo a possível participação do setor privado”. O projeto tem sua conclusão prevista para 2024.

O mercado financeiro vê com bons olhos a privatização das companhias. Para o analista da Guide Investimentos Eduardo Siqueira, há duas janelas de oportunidades para a venda da Sabesp - no primeiro semestre de 2024 ou apenas em 2025, após as eleições municipais. “Nos contratos da Sabesp há uma cláusula que cancela os acordos com municípios em caso de troca do controle acionário, algo que precisa ser resolvido”, diz Siqueira. “Em Minas Gerais, a venda da Copasa pode demorar mais.”

A perspectiva de valorização dos papéis das companhias é muito positiva, na visão do analista. “Além de terem bons fundamentos, se a venda ocorrer nos próximos dois anos será em momento de maior liquidez nos mercados”, comenta Siqueira. Hoje, na Guide há uma recomendação de compra para os papéis da Sabesp, com preço-alvo de R$ 68 e potencial de valorização de 23% sobre a cotação de 13 de julho.

Sobre a Copasa, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) de Minas informa que, com base nos estudos do BNDES, o governo mineiro avaliou as melhores alternativas para a privatização e elaborou um projeto de lei que “aguarda avaliação dos órgãos competentes estaduais, para encaminhamento ao Legislativo”. Sem dar detalhes do PL, informa apenas que a intenção é enviá-lo ainda este ano ao Legislativo. Uma fonte revelou que estão em análise tanto a venda no modelo de corporation, com limite por acionista de até 10% no capital votante, como a alienação completa da companhia, em modelo de venda direta das ações em poder do Estado.

A perspectiva de privatização das duas empresas já movimenta o mercado. Um fonte do setor diz que um dos interessados, a IG4 - gestora de infraestrutura que atua na área por meio da Iguá Saneamento - tem interesse em se tornar uma acionista de referência, com algo entre 10% a 15% do capital votante e presença no conselho. A IG4 já teria contratado banco nos EUA para estruturar um veículo para participar do processo, provavelmente um fundo de private equity. Procurada, a IG4 preferiu não se manifestar.

A IG4 é a principal acionista da Iguá, criada em 2017 e hoje presente em 39 municípios de seis Estados. O interesse pela Sabesp e pela Copasa se justifica, segundo a fonte, pela bom desempenho do investimento na Iguá. Em Cuiabá (MT), por exemplo, a empresa elevou a coleta e o tratamento de esgoto de 32% para 90% da população e com 100% de água tratada. “Temos melhorado o atendimento com tecnologia de ponta, reduzindo desperdício e garantindo eficiência operacional”, diz Carlos Brandão, CEO da Iguá, empresa cujo Ebtida saltou de R$ 135 milhões, em 2017, para R$ 900 milhões.

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