Revista Logística
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Hernandez, da VLI: ainda é cedo para previsões — Foto: Wanezza Soares/Divulgação
Hernandez, da VLI: ainda é cedo para previsões — Foto: Wanezza Soares/Divulgação

Duas medidas para expansão da malha ferroviária brasileira podem impulsionar o crescimento do transporte multimodal e reduzir a dependência do uso de rodovias para movimentação de carga. Uma delas foi a aprovação, em 2021, do novo marco regulatório do setor, que estimula investimentos privados e parcerias público-privadas para aumentar a eficiência operacional e modernizar as linhas férreas. Outra foi a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre investimentos em obras ferroviárias.

Para Sérgio Leite, CEO de ferrovias da Bahia Mineração (Bamin), ambas representam um estímulo gigantesco e inédito na história do Brasil, que reflete em obras, equipamentos e locomotivas. “A expansão da malha ferroviária já soma 12 mil km de novos trilhos e há requerimentos e autorizações para mais de 22 mil km de novas ferrovias, com investimentos previstos de R$ 295 bilhões”, diz, citando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Concessionária de um trecho de 537 km da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), no sul da Bahia, a Bamim está investindo R$ 25 bilhões em um corredor logístico que interligará por trilho a sua mina Pedra de Ferro, em Caiteté, ao porto Sul, em fase de construção, a 12 km ao norte de Ilhéus. Quando a integração ferroviária-portuária estiver concluída, em 2027, terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas por ano de minério e commodities agrícolas. Por enquanto, a produção é escoada por caminhão até um terminal a 40 km de distância, onde a carga segue pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA), informa Leite.

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A demanda por serviços de logística integrada sinaliza um cenário promissor para quem opera no transporte multimodal e estimula os investimentos em ativos. A Copersucar, por exemplo, pretende contar com mais um terminal de transbordo; atualmente a empresa opera com dois, nas cidades de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, no interior paulista. A definição do local vai depender do avanço da ferrovia, explica Tomas Manzano, CEO da companhia.

Manzano, da Copersucar: mais um terminal de transbordo — Foto: Divulgação
Manzano, da Copersucar: mais um terminal de transbordo — Foto: Divulgação

Em uma operação logística que integra armazenagem, rodovia, ferrovia e porto, a Copersucar escoa açúcar (produção própria e de terceiros) para o mercado doméstico e para exportação. Na safra 2023/24, movimentou 5,3 milhões de toneladas por trem e caminhão, enquanto o volume de transbordo de um modal para outro somou 2,4 milhões de toneladas. A previsão deste ano é movimentar 6 milhões de toneladas de açúcar para exportação, diz Manzano. A capacidade de movimentação de grãos do terminal de elevação que a Copersucar administra no porto de Santos (SP) foi elevada em 2,5 milhões de toneladas, para 8,5 milhões de toneladas.

A VLI espera em 2024 a consolidação de dois novos corredores de escoamento de fertilizantes. Um deles, em parceria com a Companhia Operadora Portuária de Itaqui (Copi) e investimento de R$ 400 milhões, liga o porto de Itaqui (MA) a Palmeirante (TO). O outro teve aporte de R$ 107 milhões e liga o Terminal Integrador Portuário Luiz Antônio Mesquita (Tiplam), na Baixada Santista, ao Terminal de Fertilizantes de Uberaba, no Triângulo Mineiro.

O registro de Agente Transportador Ferroviário de Cargas (ATF-C), concedido em janeiro pela ANTT, tem potencial para incrementar a movimentação de cargas da VLI por trilhos, avalia Carolina Hernandez, diretora-executiva comercial da companhia. Isso porque será possível negociar o compartilhamento de trechos ferroviários de outras concessionárias de ferrovia para prestar serviços aos clientes.

Com ativos que somam sete terminais portuários, nove terminais intermodais, quatro ferrovias e cinco corredores logísticos para suprir empresas de diversos segmentos, a VLI tem a expectativa de fechar o exercício 2024 com resultados positivos. Hernandez avisa, entretanto, que é prematuro fazer previsões sobre o incremento na movimentação de carga.

A expectativa é repetir a movimentação de açúcar e de fertilizantes registrada em 2023. O mesmo tende a acontecer na siderurgia, apesar do momento difícil do setor. Já no agronegócio, que deve representar 45% das operações da VLI neste ano, o fenômeno climático El Niño impactou a produtividade em algumas regiões e acendeu o sinal de alerta em relação à quebra de safra. “A safra de soja foi moderada e temos que ver como será a de milho. Mesmo assim, mantemos o otimismo, porque temos muitas capturas a fazer no agro”, afirma.

O aumento da cobertura e da capacidade de transporte será o pilar do crescimento da operação da Log-In Logística Integrada em 2024. Na cabotagem, por exemplo, a empresa criou o Serviço Expresso Amazonas, que faz a rota Santa Catarina, Paraná, Santos, Nordeste (Bahia, Pernambuco e Ceará), Manaus e retorno a Santos, reduzindo em três dias o tempo de entrega comparado ao tempo do mercado.

No primeiro semestre, dois novos navios porta-contêineres serão adicionados à frota da Log-In, que passa a ter nove embarcações e uma capacidade de transporte de cargas na cabotagem 13% superior. No Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), no Espírito Santo, investimentos na renovação de maquinários e atualizações tecnológicas para otimizar a produtividade estão em andamento, totalizando R$ 500 milhões entre 2020 e 2048, quando expira o contrato de concessão.

A projeção para o setor de transporte multimodal via cabotagem neste ano é de alta entre 6% e 12% no volume de cargas movimentadas, depois de um crescimento tímido registrado no quatro trimestre de 2023, diz Marcus Voloch, vice-presidente de navegação da Log-In. Vai depender, entretanto, do clima. Destino de cerca de 40% do escoamento por esse modal, Manaus foi atingida por uma estiagem que prejudicou a navegabilidade, interrompendo o tráfego de navios. “Se não houver seca novamente, o índice crescimento pode ser maior”, afirma Voloch.

O incentivo ao consumo das famílias, especialmente de itens considerados importantes para o transporte multimodal, como alimentos, produtos de limpeza e higiene e bens de consumo duráveis, pode impulsionar o volume de carga movimentada. Na avaliação de Voloch, programas como o Desenrola Brasil, do governo federal, que tem como objetivo recuperar as condições de créditos de quem tem dívidas negativadas, são fundamentais para a retomada do fluxo de mercadorias.

Em operação há cinco anos, a G2L definiu as prioridades para o ciclo 2024/28. Além de reforçar a cultura de segurança, com investimento em tecnologia e treinamento de motoristas, pretende instalar uma nova torre de controle na sede da matriz, em Barueri (SP). “Vamos aprimorar a nossa capacidade de monitoramento e gestão logística”, diz Marlos Tavares, CEO da companhia.

Faz parte dos planos intensificar o uso da plataforma digital integrada Vector, desenhada para conectar embarcadores e transportadores, e que já tem 100 mil motoristas conectados, nas operações de frete rodoviário. A meta é dobrar a quantidade de viagens no modal rodoviário – foram 211 mil no exercício passado. A G2L pretende ampliar de três para seis o número de centros de distribuição.

Uma empresa da Gerdau Next, divisão de novos negócios da Gerdau, a G2L atende 4,4 mil cidades brasileiras por meio de seu serviço de transporte rodoviário, ferroviário e cabotagem. Em 2023, transportou 5,4 milhões de toneladas por caminhão (a frota tem 1,5 mil veículos) e trem e dez mil contêineres por navios. A empresa também opera um terminal ferroviário na cidade de Mogi das Cruzes (SP).

Além do mercado doméstico, a Modern Logistics volta as atenções para as oportunidades de negócios no exterior. A partir do segundo trimestre, inicia as operações na Argentina, Chile, Colômbia e Estados Unidos. Internamente, planeja investir em tecnologias de inteligência artificial e aprendizagem de máquina, na capacitação dos colaboradores e em ativos estratégicos para incrementar a operação.

Em relação aos ativos, Cristiano Koga, CEO da Modern Logistics, revela que duas novas aeronaves foram incorporadas à frota própria, totalizando cinco, para operar as rotas domésticas e internacionais, que aumentarão em 60% a capacidade de transporte de cargas. Para o modal rodoviário, a companhia dispõe de uma frota de seis mil veículos. A previsão é manter o ritmo de crescimento do transporte de cargas dos últimos anos.

A ADM (Archer Daniels-Middland) Brasil, que tem no setor agrícola uma de suas três unidades de negócios no mercado nacional, espera repetir neste ano o mesmo volume de movimentação de cargas do exercício passado, quando destinou quase 180 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja ao mercado externo. “Estamos torcendo para uma boa safra de milho para trabalhar o ano cheio, como foi em 2023”, diz Vitor Vinuesa, diretor Latam de logística da companhia.

Em sua operação logística, a ADM conta com uma transportadora própria, a Sartco, que movimenta mais de dois mil veículos por dia, mantém contratados com concessionárias de ferrovia e de hidrovia (no Arco Norte) e trabalha com diversos terminais portuários. Desde 1997, tem a concessão de um terminal no porto de Santos, com capacidade para oito milhões de toneladas, por onde escoa a maior parte de suas exportações.

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