Revista Logística
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Uehara, da Iconic: resposta caiu de três dias para 40 minutos — Foto: Divulgação
Uehara, da Iconic: resposta caiu de três dias para 40 minutos — Foto: Divulgação

Dados de vendas organizam a distribuição de estoques em centros de distribuição (CDs); robôs transportam insumos e mercadorias em fábricas e armazéns; drones contabilizam estoques; torres de controle organizam a movimentação em pátios e fora deles com aplicativos para monitorar veículos, condutores e cargas até o destino final; e máquinas portuárias são operadas a distância.

Essa riqueza tecnológica disponível para cadeias de suprimento e logística tem seu uso completo restrito a poucos, mas tende a se espalhar com o barateamento dos dispositivos e disponibilidade de soluções, divididas em duas grandes frentes. A otimização matemática sustenta tomada de decisão, experiência do usuário e predição de demanda, por exemplo. A digitalização e a automação geram visibilidade na cadeia de suprimentos e aceleram operações e reações. Processos mais transacionais são foco de soluções prontas, como sistemas de planejamento avançado (APS), de gestão de armazém (WMS) e de transportes (TMS). As soluções específicas para segmentos de mercado ou processos se somam ao boom de startups no setor e formam uma colcha de retalhos.

“Quem faz integração bem-feita extrai mais valor”, diz Edson Guimarães, sócio associado da McKinsey no Brasil, cuja pesquisa com 34 empresas mostra que quase metade sequer possui tecnologias como WMS ou TMS, e só 4% usam as mais sofisticadas. Marketplaces estão entre usuários maduros. A Amazon usa e abusa de algoritmos e inteligência artificial (IA) para otimizar rotas de entrega, indicar produtos a consumidores e extrair dados de fontes externas para atualizar descrições de produtos. “Com tecnologia generativa, basta uma frase para vendedores receberem rascunho com descrições personalizadas”, destaca Thomas Kampel, líder de relações públicas corporativas da Amazon Brasil.

O Mercado Livre desenvolveu sistemas de gerenciamento de coleta e entrega. “Aprendizado de máquina (ML) ajuda a prever vendas e garantir que os produtos estejam no CD mais próximo do interessado”, diz o diretor de tecnologia no Brasil, Daniel Ambrosio. Categorização de produtos, moderação de conteúdo, custo e prazo de entrega, avaliação de vendedores e recomendação de produtos são apoiados por IA.

Mesmo sem TMS ou WMS, a Iconic, joint venture da Chevron e da Ipiranga voltada para lubrificantes, investiu R$ 400 mil em 2023 na torre de controle que integra sistemas como conferência de frete e rastreio de carga. “A resposta a solicitações de previsão ou canhoto de entrega caiu de três dias para 40 minutos”, afirma Glauce Uehara, coordenadora de transportes e redes. Em meio à jornada de implantação de ERP (sistema integração de gestão empresarial) e outros sistemas, o próximo passo é oferecer aos cerca de 110 mil clientes informações via portal e e-mail.

A Ipiranga, por sua vez, criou em 2019 a startup de gestão e abastecimento de frotas Pró-Frotas, com aplicativo para transações digitais, gestão integrada ao sistema dos clientes e serviços como recolhimento de nota fiscal automática, gestão de multa e roteirização inteligente. Em 2023, segundo Mauro Kondo, diretor do Pró-Frotas, alcançou 130 mil transações mensais para mais de 700 empresas.

CD da Amazon em Nova Santa Rita (RS) que usa IA — Foto: Divulgação
CD da Amazon em Nova Santa Rita (RS) que usa IA — Foto: Divulgação

Outro que implementou torre de comando para monitorar a operação logística é o grupo Edson Queiroz, com mais de 50 mil entregas mensais. O diretor-executivo de supply chain, Jorge Doria, diz que a meta foi integrar inteligência na gestão das frotas para a Minalba, com 115 caminhões, e Nacional Gás, com 195 autotanques. O WMS ainda está de fora, mas a torre já integra programação de entregas do sistema ERP da Oracle e o TMS está sendo implantado já integrado à torre.

Já a Coty usa drones para contagem de estoques de forma integrada ao ERP SAP, com redução de 75% no tempo para realização de inventário. O uso do dispositivo avança mais em intralogística, diz Emerson Granemann, organizador da Drone Show 2024.

Operadores logísticos vão pelo mesmo caminho. No Tecadi, sediado em Itajaí (SC), com 140 mil m² de área coberta e frota própria de 60 veículos, os drones aumentaram a produtividade de inventário em 200%. Em 2024, a empresa deve investir R$ 20 milhões no centro de inovação e tecnologia Tecadi.labs, que oferece ferramentas para gestão, integração, softwares e plataformas para os clientes. Uma delas é um computador portátil robusto com funções como reconhecimento de digital e cálculo de volume, diz o CCO Rafael Dagnoni.

A Movecta, com oito unidades, incluindo três terminais alfandegados e 64 mil m² de CDs, investiu cerca de R$ 25 milhões no ano passado, especialmente para tecnologia da informação, rumo à integração da cadeia de supply chain. Em 2023, faturou R$ 700 milhões e atualizou sistemas de operação de terminais (TOS) e WMS em Itajaí, com previsão para as demais unidades neste ano. O sistema permite uso de apps com coletores e tablets, acesso a portal do cliente e faturamento automatizado, afirma o head de tecnologia de informação (TI), Maicon Victorino. A temperatura de armazéns refrigerados é controlada por internet das coisas (IoT) em duas unidades paulistas.

A JSL, com faturamento anual superior a R$ 9,6 bilhões, oito empresas, 23,1 mil ativos, 84 CDs e 1,4 milhão de m²de armazenagem, está desenvolvendo aplicativo próprio para conectar cargas e motorista com funções como pagamentos e comunicação. “O rastreamento está sendo aprimorado para o cliente visualizar veículo e carga”, diz o CTO Bruno Siqueira Lopes.

A visualização também está na mira da Log-In, com terminal portuário de contêineres, terminais intermodais e receita anual acima de R$ 2 bilhões. Isso inclui conectividade em navios e melhoria na plataforma Log-Aí para o cliente monitorar operações marítimas e rodoviárias em tempo real, solicitar programações e reservas e emitir documentos. O aplicativo Log-App é usado pelos motoristas. Portêineres automatizados no terminal portuário de Vila Velha (ES) permitirão operação remota. “Estão em testes contêineres inteligentes e IA para gestão da frota de contêineres”, diz Rafael d’Assunção, diretor de atendimento.

O grupo Move3 usa big data para previsões, economia e redução de falhas e ML para acelerar entregas para suas 538 franquias, diz o CEO da empresa, Guilherme Juliani. A operação recebeu o Mega Sorter, esteira com 900 saídas e capacidade de roteirização de até 34 mil objetos por hora, e 220 veículos autoguiados. Chatbots e tracking ajudam o cliente final. O grupo fatura mais de R$ 1 bilhão por ano, anunciou fusão com a operadora Sequoia e reúne dez empresas, como a startup Levoo, que usa lojas como ponto de coleta, e 1 Minuto, rede de armários para e-commerce.

Fornecedores de tecnologia aprimoram as ofertas. A plataforma Simocrane, da Siemens, desenvolveu automação de seis pontes rolantes com base em gêmeo digital para operação remota para a Suzano, no porto de Santos (SP), diz Felipe Baccaro, especialista de desenvolvimento de negócios da Siemens. Também chegou por aqui a Digital Logistics, especializada na digitalização de operações logísticas.

Keila Lima, gerente de pré-vendas da SAP Digital Supply Chain, observa no setor de logística inovações holísticas, com destaque para IA, ML e realidade aumentada. Sistemas da marca ganham capacidade preditiva, desde o desenvolvimento de produto até a execução logística e manutenção, inclusive com chamada de vídeo com realidade aumentada para apoio de especialista em tempo real.

O grupo Benner atende mais de 400 clientes no setor logístico, com soluções como ERP, TMS e WMS, lançou aplicativo de checklist para automatizar a verificação do veículo antes do carregamento ou descarga e mira incorporação de IA para validar imagens, analisar respostas e gerar indicadores, além de sistema conversacional por voz, diz Fernando Alex de Carvalho, head de mercado e produto. Já a IHM Stefanini criou a solução Plant Assistant, com IA generativa (GenAI), para apoiar interação mais natural entre sistemas industriais e decisores para melhorar predições e prescrições. “A GenAI deve ser o próximo passo da indústria”, afirma Gustavo Brito, diretor de indústria digital da IHM.

Novatas se voltam a processos segmentados. A Intelipost criou plataforma de gestão de entrega de última milha, que integra lojas on-line e opções de frete em tempo real para e-commerce e responde por documentação e rastreamento. Em 2021, adquiriu a Pegaki, hub de três mil pontos de entrega e coleta, e a Agile, especialista em roteirização e otimização de rotas com uso de dados. Com 650 clientes e faturamento de R$ 200 milhões em 2023, investe neste ano R$ 40 milhões em pesquisa e desenvolvimento com foco em IA e ML, diz Ross Saario, CEO da Intelipost.

Já a Bindflow criou a BindTrack, solução de baixo custo para monitorar caminhões, voltada a cooperativas rurais. Outro sistema automatizou a classificação dos produtos por equipamentos do mercado. Com isso, alcança agora de gestão de pátios a integração de armazém e portos, conta Emerson Martens, CEO da empresa.

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