Revista Logística
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Oliveira, da nstech: retrabalho com os sistemas isolados — Foto: Vivian Koblinsky/Divulgação
Oliveira, da nstech: retrabalho com os sistemas isolados — Foto: Vivian Koblinsky/Divulgação

Ganhar rapidez no transporte e envio de mercadorias e reduzir atrasos e desperdício de recursos são objetivos comuns entre os transportadores que investem em veículos eficientes e em sistemas de informações para o controle da frota. A idade média da frota brasileira, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, é de 21 anos, ou seja, há muito espaço para avançar na modernização. Ainda segundo a secretaria, há mais de 3,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil e, desse total, 26% foram produzidos há mais de 30 anos – são cerca de 910 mil veículos nessas condições.

Estudo da Trimble Transportation com 350 executivos de embarcadores, operadores logísticos e transportadores, entre outubro de 2023 e dezembro de 2023, mostra que neste ano 61% planejam investir em renovação e aumento de frota, 57,6% em tecnologias e softwares e 54,2% em treinamento e capacitações. Dessa amostra, 57,1% têm frota própria com até dez anos de uso e 38,7% de veículos de até cinco anos.

No fim de 2022, muitos transportadores anteciparam compras de caminhões Euro5 – conjunto de normas que regula a emissão de poluentes dos motores diesel – para não arcarem com um aumento médio de 20% dos custos da nova tecnologia Euro6 ou Proconve P8 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) no Brasil. “Vemos uma adesão menor a novos caminhões entre os pequenos e médios transportadores e autônomos em 2024”, diz Rony Neri, diretor de operações da Trimble Transportation. Em grandes operadores logísticos, a tendência é a modernização em fases de caminhões com combustíveis tradicionais por gás natural veicular (GNV), etanol e metas de eletrificação da frota, principalmente em veículos urbanos ou agrícolas.

Operadores logísticos como a FedEx, com uma frota terrestre própria de cerca de 2,6 mil veículos no Brasil, sendo 25 elétricos, prevê até 2040 todas as unidades com motor elétrico em veículos leves de coleta. No ano fiscal que se encerra em maio de 2024, os veículos a combustão da FedEx que têm idade média de 7,4 anos serão renovados, passando para 6,7 anos. “De 2018 a 2022, cerca de 800 veículos foram substituídos por modelos zero-quilômetro com motor Euro6”, afirma Camila Lima, diretora de planejamento e engenharia da FedEx.

A Vamos, que pertence à holding Simpar, conta com uma frota de 45,1 mil veículos, sendo 35 mil caminhões e 10 mil entre máquinas e equipamentos, em mais de 1,4 mil clientes. Segundo Gustavo Couto, CEO da Vamos, 80% da frota é revendida quando ultrapassa os cinco anos, o que permite à empresa manter uma idade média inferior a dois anos. A companhia possui cerca de 200 caminhões e veículos urbanos de carga (VUC) elétricos, além de 29 modelos movidos a biogás. “A eletrificação dessa frota é mais lenta, devido aos custos para os clientes e à pouca capilaridade dos postos de recarga nas estradas”, diz Couto. O principal movimento de eletrificação da Vamos ocorre na frota de empilhadeiras, com 60% de modelos.

Para estimular a renovação da frota nacional, a Vamos comprou 140 caminhões com idade média de 36,4 anos de caminhoneiros autônomos, que foram retirados das estradas brasileiras e encaminhados à Gerdau, que os transformou em matéria-prima para a produção de aço 100% reciclável e com uma baixa pegada de carbono. “Como parte desse processo de renovação, a Vamos adquiriu 140 caminhões zero-quilômetro que geram menos emissões”, diz Couto.

A Arval, que terceiriza uma frota de 30 mil veículos leves para distribuição logística em áreas urbanas, tem 1% de elétricos e 4% de híbridos (outros combustíveis como etanol). “Nossa meta é que os clientes façam a transição energética para veículos eletrificados até 2025”, afirma Julio Meneghini, diretor de marketing e produtos da empresa. Levando em conta as particularidades de cada mercado, a empresa estuda, com telemetria, o comportamento das frotas para direcionar a parcela dos carros e o melhor momento para a eletrificação ou adoção de veículos flex (gasolina e etanol) em clientes.

A transição para combustível GNV foi a opção da JWM Soluções Logísticas, que conta com cem veículos próprios e cerca de 500 unidades de transportadores agregados ou autônomos. “Prevemos substituir 50% dos veículos de grande porte que operam nas regiões Sul e Sudeste, que contam com melhor infraestrutura de abastecimento, por modelos baseados em GNV em 2024”, afirma Ygor Marinelli, diretor financeiro e administrativo da empresa.

A DHL Supply Chain, com oito mil veículos entre parceiros, autônomos e próprios, renovou 10% da frota em 2023 e prevê a atualização de mais 10% em 2024. “Temos 90 veículos elétricos e planos de adquirir mais cinco até o fim do ano, além de incluir veículos movidos a GNV em nossa malha para longas distâncias”, diz Solon Barrios, vice-presidente de operações. A frota é equipada com telemetria, rastreadores e controles on-line de temperatura das cargas refrigeradas. “Para garantir a segurança das pessoas e mercadorias, investimos em câmeras de bordo, câmeras externas, travas, cofres e blindagem eletrificada”, destaca.

Meneghini, da Arval: veículos eletrificados urbanos até 2025 — Foto: Mauro Nery/Divulgação
Meneghini, da Arval: veículos eletrificados urbanos até 2025 — Foto: Mauro Nery/Divulgação

Além da modernização dos veículos, a automação do monitoramento da frota em plataformas que consolidam as informações está entre as prioridades de investimentos. A pesquisa da Trimble mostra que 84% dos operadores classificam como extremamente importante e importante a integração de dados entre os elos da cadeia logística; e 50% dos respondentes classificam a integração como critério de compra. “Um dos problemas são as ilhas de tecnologia, isto é, sistemas de vários fornecedores que não se conectam entre si ou com a tecnologia embarcada nos caminhões. Por isso as plataformas de gerenciamento de frota que agregam e consolidam dados são cada vez mais valorizadas”, diz Neri, da Trimble Transportation.

Vasco Oliveira, CEO e fundador da nstech, considera que sistemas isolados ou que não se comunicam com eficiência fazem com que uma empresa tenha retrabalho ou precise se relacionar com 15, 20 ou mais fornecedores de tecnologia na tentativa de explorar ao máximo seus softwares, colocando em evidência o conceito de “open logistics”. “São padrões de comunicação entre os softwares ou interfaces que facilitam a digitalização dos processos, o compartilhamento de informações em tempo real, a visibilidade e a coordenação entre parceiros da cadeia de suprimentos”, diz.

A FedEx conta com um sistema global que gerencia cerca de 68 mil veículos da FedEx Express. Usando a roteirização baseada em algoritmos – modelos matemáticos que mostram o melhor cenário de produtividade e caminhos que o veículo deve seguir considerando restrições –, reduz a quilometragem rodada e as emissões de CO2. Em São Paulo, a empresa está testando vans elétricas equipadas com inteligência artificial, desenvolvida pela startup T4S, contra roubo de cargas e veículos. Câmeras interligadas ao centro de operações de segurança (SOC) da FedEx monitoram visualmente a operação dos veículos, enviando alertas em caso de emergências.

A Edenred, representada no Brasil pelas marcas Edenred Ticket Log e Edenred Repom com 33 mil empresas clientes e 1 milhão de caminhoneiros autônomos, conecta 2 milhões de veículos em sua plataforma. “Consolidamos dados como custo total, abastecimento, manutenção, pedágio, emissões de CO2, multas, desmobilização da frota e locação, o que ajuda a tomada de decisão dos embarcadores”, explica Douglas Pina, diretor-geral de mobilidade da Edenred. Um sistema com inteligência artificial permite a gestão de abastecimento, analisando o histórico do veículo e sugerindo a troca pontual de postos com base no preço do combustível, volume abastecido, distância de deslocamento e rota, enviando as informações ao caminhoneiro por aplicativo. “A solução permite uma economia no tempo médio de 26 horas mensais e 312 anuais”, diz Pina. O sistema notifica os motoristas que estão com a CNH vencida e os impede de fazer o abastecimento enquanto o documento não estiver regularizado.

Para gerenciar a frota, a JWM conta com uma torre de controle que acompanha as operações dos veículos por rastreamento, analisando métricas e corrigindo desvios, alertando o motorista no caso de intercorrências por meio de um aplicativo. “A principal funcionalidade da torre de controle é a gestão visual com informações em tempo real interligada aos sensores dos veículos, coletando dados sobre a localização, as condições do tráfego e os padrões de condução dos motoristas, antecipando problemas potenciais, como congestionamentos ou necessidade de alterações de rota”, explica Marinelli, da JWM.

Em uma operação de transporte urgente de cargas, por exemplo, o veículo se deparou com um acidente que bloqueou a rota planejada. “Graças ao monitoramento em tempo real e resposta rápida da torre de controle, conseguimos recalcular a rota, evitando atrasos e assegurando a pontualidade da entrega, onde a tecnologia permite adaptar estratégias e garante a continuidade das operações com segurança”, relata Marinelli.

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