![Regina Maia, do iFood: bolsas de estudo para entregadores — Foto: Divulgação](https://s2-valor.glbimg.com/BEIfX6Kbgk6DyytQ6dgihkjl-PE=/0x0:1500x1000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2024/l/X/YdLebtS6ilZ7VgKRC9GA/056-regina-maia-ifood.jpg)
O segmento de entregas rápidas segue em expansão no Brasil e as empresas líderes nesse mercado buscam cada vez mais entender as necessidades do consumidor para oferecer produtos diferenciados. No caso do iFood, a empresa atende hoje as áreas de refeições, supermercados e farmácias em sua plataforma.
“Cada vez mais o consumidor tem buscado a praticidade no seu dia a dia. Para atender a essa demanda, investimos em tecnologia, sustentabilidade e inclusão social. Entre as iniciativas estão o uso de inteligência artificial para personalização da experiência do consumidor, embalagens biodegradáveis, programas educacionais para entregadores e suporte a empreendimentos de pessoas pretas e pardas”, afirma Regina Maia, diretora de comunicação do iFood.
Entre as iniciativas, segundo ela, a empresa tem o programa Meu Diploma do Ensino Médio, que oferece bolsas de estudo para o curso preparatório ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) para os entregadores conectados à plataforma. Em dois anos mais de seis mil entregadores conquistaram o diploma do ensino médio. A partir deste ano a oportunidade estará disponível também para restaurantes.
Segundo ela, pedir comida no delivery pode ser acessível. Assim, a empresa lançou em dezembro o iFood Hits, com a finalidade oferecer refeições de qualidade a preços mais baixos no delivery. A iniciativa reúne refeições variadas no almoço e jantar por até R$19,99, com entrega grátis. No primeiro momento, a ação está sendo lançada exclusivamente em Fortaleza (CE).
No Rappi, a preocupação também é atingir novos segmentos. Segundo Felipe Criniti, CEO do Rappi Brasil, é essencial que a empresa entenda o perfil de cada cliente para entregar a melhor experiência de forma personalizada. “Quando você soluciona um problema na vida do usuário, ele volta a fazer negócio com o Rappi. Nós continuamos a ver este retorno com frequência, para todos os perfis, porque as pessoas se acostumaram a pedir de tudo pelo aplicativo, desde um café da manhã de padaria até aquele produto de conveniência de última hora que ele pode receber em apenas dez minutos”, ressalta.
Para Criniti, as entregas ultrarrápidas de conveniência são uma tendência do momento no Brasil. De olho nessa necessidade, a empresa criou há mais de dois anos o Rappi Turbo, que é o serviço de entregas de conveniência em até dez minutos, o mais veloz da América Latina. Agora, vai expandir o modelo Turbo para todos os segmentos, porque acredita que esse é o grande diferencial da empresa: os usuários podem ter aquilo que precisam, no tempo que desejam. Para 2024, Criniti projeta um crescimento contínuo e sustentável no mercado brasileiro. Por isso, a empresa tem um plano de investimentos de R$ 100 milhões em sua operação no Brasil neste ano.
A Loggi também tem investido no desenvolvimento de soluções que atendam diferentes públicos, como empreendedores, pessoas físicas e pequenos negócios. De acordo com Thibaud Lecuyer, CEO da empresa, a Loggi tem investido fortemente em tecnologia para tornar as entregas mais rápidas, assertivas e a um custo cada vez mais reduzido aos clientes. Com isso, tem crescido cerca de 30% ao ano e segue com essa mesma perspectiva para 2024.
Segundo Lecuyer, a empresa trouxe para o mercado novas soluções para que diferentes tipos de consumidor tenham acesso a uma abrangente rede “logística diretamente da palma de suas mãos”. Por exemplo, a empresa está ampliando o Loggi Ponto, que cria e conecta uma rede de varejo habilitada, possibilitando economia significativa nos envios de diversos tipos de produto pela rede de distribuição em todo o país. Essa rede tem permitido acesso a um mercado de 200 milhões de pessoas, ampliando as possibilidades de negócios e renda para quem vende em todo o Brasil. Por isso, diz ele, 90% dos 20 maiores e-commerces do Brasil trabalham com a Loggi para os serviços de entrega.
No fim do ano passado, a empresa anunciou o serviço chamado Envio pelos Correios, uma modalidade que permite ao cliente enviar pacotes pelos Correios diretamente pelo aplicativo. “Essa é uma solução que complementa os serviços oferecidos pela Loggi aos clientes e, nessa funcionalidade, a empresa atua como facilitadora, conectando seus clientes aos Correios e ampliando o alcance para atender a uma base de pessoas ainda maior”, diz Lecuyer. Segundo ele, o cliente pode comprar o frete e gerar etiquetas diretamente pelo aplicativo, entregar em uma agência e ter desconto de até 55% na emissão da etiqueta. “Vários pequenos e médios negócios utilizam a plataforma para ter rapidez e custos mais acessíveis em envios para todo o país”, destaca.
Como contraponto ao crescimento das empresas de plataformas digitais, as de entregas tradicionais vêm perdendo espaço e fechando suas portas. Em cinco anos, das cinco mil que existiam no Estado de São Paulo, restam duas mil. Segundo Fernando Souza, presidente do Sindicato das Empresas de Distribuição de Entregas Rápidas do Estado de São Paulo (Seder-SP), as empresas tradicionais não têm conseguido crescer, apenas mantêm sua carteira de clientes, em geral bancos e escritórios que preferem a segurança das empresas que têm entregadores registrados em carteira. Segundo ele, agora que o presidente Lula lançou uma nova categoria profissional, destinada aos motoristas autônomos de transporte individual, que trabalham por aplicativo, a expectativa é que também seja criada uma regulamentação para os motoboys, que ficaram de fora da regulamentação.