Revista Inovação
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Erivelto Tadeu


 Valério, do Instituto Caldeira: 450 empresas e instituições conectadas ao hub — Foto: Jonas Adriano/Divulgação
Valério, do Instituto Caldeira: 450 empresas e instituições conectadas ao hub — Foto: Jonas Adriano/Divulgação

O número de empresas vinculadas a parques tecnológicos no país aumentou 325% entre 2013 e 2021, incluindo tanto startups quanto empresas tradicionais. E a estimativa é que essa expansão continue nos próximos anos. Atualmente, há 86 iniciativas de parques tecnológicos em andamento, sendo 59 em operação, 20 em fase de implantação e sete ainda no papel, de acordo com levantamento feito pela InovaData-BR, plataforma de acompanhamento do desenvolvimento dos parques tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Dados do MCTI-InovaData-Br mostram que as 2.650 empresas vinculadas aos parques tecnológicos em operação, em diferentes programas, geraram faturamento da ordem de R$ 5,49 bilhões, cerca de R$ 212 milhões em recolhimento de impostos e mais de 42 mil empregos em 2022.

O indício de que o ritmo de crescimento deve continuar é o aumento dos investimentos do governo federal em projetos de parques tecnológicos, que neste ano serão de R$ 557 milhões. Segundo Públio Ribeiro, coordenador-geral de ambientes inovadores e startups do MCTI, o recurso é resultante de suplementações orçamentárias e será destinado aos 48 parques contemplados nas duas chamadas públicas realizadas pela pasta, sendo 32 em operação e 16 em fase de implantação.

Leia mais:

Ribeiro observa que os parques tecnológicos oferecem toda uma infraestrutura e suporte para que as startups se desenvolvam e criem sinergias com universidades, centros de pesquisa, laboratórios e empresas, até porque geralmente são áreas vinculadas.

Fiorin, do Tecnopuc: de 250  empresas, metade delas são startups — Foto: Lisa Roos/Divulgação
Fiorin, do Tecnopuc: de 250 empresas, metade delas são startups — Foto: Lisa Roos/Divulgação

Um exemplo de como se dá essa colaboração é o InovaLab, centro de inovação instalado no Sapiens Parque, em Florianópolis, em Santa Catarina. Resultado de uma parceria entre a Fundação Certi, o espaço é compartilhado por pesquisadores, funcionários de empresas tradicionais, startups e grupos ligados ao ambiente acadêmico.

O parque, criado em 2002 pelo governo de Santa Catarina para promover a ciência, tecnologia, meio ambiente e turismo, atualmente reúne 72 empresas, dos mais diversos perfis e segmentos, que atuam basicamente no desenvolvimento de software. “Nós temos desde a Softplan, que é uma das maiores fornecedoras de software do Brasil, até empresas menores que trabalham na criação de aplicativos na área de sustentabilidade energética, a exemplo da Fotovoltaica, que instalou um laboratório no parque para pesquisas visando à produção de hidrogênio verde”, afirma Eduardo Vieira, presidente do Sapiens Parque.

O mais recente integrante do parque catarinense é o JBS Biotech Innovation Center, do grupo JBS, o maior processador de proteína animal do mundo. Ele será o maior centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação em proteína cultivada, no qual estão sendo investidos US$ 62 milhões. A previsão é que ele seja inaugurado no fim de 2024.

Outro polo de inovação de destaque é o Porto Digital, maior parque tecnológico urbano em extensão, que ocupa uma área de 171 hectares na região central do Recife (PE) e conta com 350 empresas e 17 mil profissionais. No ano passado, o empreendimento movimentou mais de R$ 4,7 bilhões. Do Porto Digital já emergiram empresas como a Neurotech, especializada na criação de sistemas e soluções de inteligência artificial, machine learning e big data, adquirida recentemente pela B3, que opera a bolsa de valores.

Em setembro, o Porto Digital iniciou um processo de internacionalização com a instalação de um hub em Portugal, na cidade de Aveiro, na região central do país. A ida para Portugal, segundo o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, teve três objetivos. “Um deles é internacionalizar nossas empresas para que possam vender seus produtos no exterior. Outro objetivo é fazer com que empresas portuguesas se instalem no Recife, porque a falta de capital humano é dramática no país. E o terceiro ponto é buscar recursos de fundos europeus para os nossos institutos de ciência e tecnologia”, destaca.

Um dos parques tecnológicos mais bem-sucedidos do país, o Tecnopuc, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), criado há 20 anos, congrega 250 empresas nacionais e internacionais das áreas de tecnologia da informação e comunicação, biotecnologia, ciências da saúde, energia e meio ambiente. Desse total, cerca de 50% são startups em programas de desenvolvimento, que abrangem desde a parte de educação empreendedora até a interação com o mercado, explica Flávia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc.

Segundo ela, o parque oferece suporte completo às startups, abrangendo desde a integração dos programas de graduação da universidade com um enfoque de educação empreendedora até a interação direta com o mercado, o que já gerou inúmeros negócios e empresas. “Nós temos essa trajetória de empresas que nasceram na universidade”, diz. Como exemplo de negócio que surgiu dentro do ambiente acadêmico, Fiorin cita a Aquiris, que se tornou um dos principais estúdios de desenvolvimento de jogos da América Latina, criado por alunos da Famecos, a escola de comunicação, artes e design da PUC-RS. No ano passado, o estúdio recebeu um investimento da gigante dos games Epic Games, criadora do popular jogo de ação Fortnite.

A cooperação envolvendo universidades e instituições de pesquisa é o foco adotado também pelo Techno Park Campinas, o primeiro parque tecnológico privado do país, que concentra 74 empresas, das quais 59 são de base tecnológica. O parque está inserido no ecossistema de Campinas, que conta com duas universidades de renome (Unicamp e PUC), diversas instituições de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) públicas e privadas, incubadoras e um robusto setor de empresas consolidadas.

O responsável por fomentar a integração entre as empresas visando à consolidação de um ambiente empreendedor e inovador é o comitê de CT&I, que tem como papel também aproximar o núcleo de administração do Techno Park aos profissionais engajados nas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Já o órgão gestor do parque, a Associtech, além de responder pela administração, faz as interações entre as empresas do parque com os demais atores que compõem o ecossistema de Campinas. “O que nós fazemos é facilitar a relação das empresas com as universidades e centros de pesquisa, mas não atuamos em ações individualizadas”, afirma José Luiz Guazzelli, diretor do Techno Park Campinas.

Nos últimos anos, começaram a ganhar espaço os polos de inovação, que nada mais são que hubs de produção de alta tecnologia formados por empresas tradicionais, startups, universidades e institutos de pesquisa, voltados ao desenvolvimento de soluções inovadoras. Um dos principais hubs de inovação e empreendedorismo digital é o Órbi Conecta, de Minas Gerais.

Fundado em 2017 pela comunidade de startups San Pedro Valley, com apoio de três grandes empresas mineiras – Banco Inter, MRV e Localiza –, o hub tem como propósito conectar startups de base tecnológica a grandes empresas, universidades e a uma diversidade de iniciativas governamentais e de outras organizações para impulsionar o mercado de tecnologia e inovação do país.

Entre as startups sob o guarda-chuva do Órbi Conecta está a EasyCare, voltada a cuidados com a saúde e serviços de enfermagem e de cuidadores. “Temos também a Ucondo, startup que desenvolveu uma plataforma de administração de condomínios e que hoje atende todos os condomínios dos prédios da MRV, por exemplo”, afirma a CEO do Órbi Conecta, Dany Carvalho.

Um dos hubs em desenvolvimento atualmente é o Instituto Caldeira, que busca conectar empresas e startups para estimular o ecossistema de inovação do Rio Grande do Sul. A iniciativa surgida em 2019 contou com o apoio financeiro de 42 grandes empresas gaúchas, como Sicredi, Banrisul, Lojas Renner e Gerdau, entre outras. “A ideia foi criar um hub de inovação, que formalmente se configura como uma associação empresarial sem fins lucrativos, e um espaço físico que aproximasse diferentes atores para fomentar a inovação e o empreendedorismo de alto impacto”, diz o CEO do Instituto Caldeira, Pedro Valério.

O hub foi construído em uma antiga área industrial na zona norte de Porto Alegre, chamada 4º Distrito, que reúne cinco bairros. Valério explica que a instalação do Instituto Caldeira integra também a estratégia de revitalização da região. Segundo ele, o Instituto tem hoje 450 empresas e instituições conectadas ao hub e 35 empresas residentes, entre elas a Amazon Web Services (AWS), Google for Education, Microsoft, Oracle e Salesforce como parceiros educacionais em um projeto que busca capacitar e empregar jovens da rede pública de ensino.

Mais recente Próxima Formação: falta aproximação com a indústria

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Criptomoedas registram ganhos na esteira de dado macro positivo, que aumenta as chances de um corte de juros

Bitcoin sobe mais de 2% após inflação dos EUA vir abaixo do esperado

Do montante total, R$ 807 milhões são destinados à formação de reserva de capital

Oncoclínicas homologa aumento de capital no total de R$ 1,5 bilhão

Considerando-se o segundo trimestre deste ano, a produção diária no período foi de 50,7 mil barris de óleo equivalente, resultado 1,5% abaixo do registrado no primeiro trimestre deste ano

Produção da 3R Petroleum avança 4% em junho sobre maio

A produção total de junho foi de 156,7 mil barris de óleo equivalente, ante 503,8 mil em maio

Enauta tem queda de 68% na produção diária em junho ante maio

Queda do CPI de junho reforça percepção de que início do ciclo de cortes de juros americanos está mais próximo

Dólar e juros futuros passam a cair após inflação ao consumidor dos EUA abaixo do esperado

O movimento ocorre diante da percepção de que o início do ciclo de corte dos juros americanos está mais próximo

Dólar e juros futuros vão às mínimas após inflação ao consumidor nos EUA mais fraca que o previsto

A empresa espera que o mercado de cabos submarinos dos Estados Unidos cresça mais de 30% ao ano nos próximos 10 anos

A greve é por tempo indeterminado, pois, segundo o sindicato, a empresa não tentou dialogar durante os três dias de paralisação

Samsung Electronics enfrenta maior greve trabalhista em 55 anos de história

Mudança poderá alterar carreiras, prejudicar empresas e afetar a economia de um país com nove milhões de habitantes que depende da cooperação e apoio internacional

Boicotes a Israel levam isolamento também à ciência e à educação do país

Cada acusação contra Bill Hwang, fundador da Archegos Capital Management, acarreta uma pena máxima de 20 anos de prisão; ex-diretor financeiro também foi considerado culpado

Investidor que contribuiu para colapso do Credit Suisse é condenado por fraude e manipulação de mercado