Revista Infraestrutura e Logística
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Por Domingos Zaparolli


 Vergueiro, do Mercado Livre: até dois dias para entrega em 90% dos pedidos — Foto: Divulgação
Vergueiro, do Mercado Livre: até dois dias para entrega em 90% dos pedidos — Foto: Divulgação

A oferta e a demanda por galpões logísticos para a instalação de centros de distribuição (CDs) estão em expansão em praticamente todas as regiões do país. A consultoria em real estate Erea Advisory estima que a área bruta locável (ABL) de galpões de alto padrão, os chamados classe A, que representam 75% do mercado, deve fechar 2023 com um crescimento de 10%, superando a média verificada desde 2018, de 8,5% ao ano. “Os sinais são de que em 2024 a expansão será ainda mais robusta”, diz Marcelo Potyguara, diretor da consultoria.

Os investimentos em novos centros de distribuição, nos últimos anos, foram gerados principalmente por empresas de e-commerce, que precisavam proporcionar suporte a um crescimento nas vendas que chegou a 41% em 2020 e 27% em 2021, de acordo com a Nielsen Ebit. Agora essas empresas investem para aperfeiçoar suas infraestruturas e reduzir o tempo de entrega.

Nas maiores capitais do país, já é comum as encomendas do e-commerce chegarem em até 24 horas após a compra. A rapidez na entrega agora está sendo expandida para capitais menores e cidades de porte médio, exigindo uma descentralização das infraestruturas logísticas.

A busca por novos galpões também reflete a expansão dos operadores logísticos terceirizados, os 3PL, de varejistas físicos e de fabricantes de bens de consumo.

O Mercado Livre inaugurou no fim de agosto um novo centro de distribuição em Duque de Caxias, que atenderá a região metropolitana do Rio de Janeiro, e planeja uma nova estrutura para o Recife, com operação prevista para ter início em 2024. “São duas regiões importantes para a nossa estratégia de crescimento no Brasil e que já vínhamos notando uma demanda dos consumidores por uma entrega mais rápida”, diz o diretor de logística, Luiz Vergueiro.

A expansão logística do Mercado Livre é intensa. Há pouco mais de cinco anos, a companhia de e-commerce utilizava os Correios e suas entregas levavam entre seis e sete dias para chegar ao destino. A mudança veio com a adoção de um sistema fulfillment – no qual o marketplace é responsável por todo o processo logístico de seus parceiros de negócios, os sellers.

O Mercado Livre passou a investir em CDs próprios, que agora, com a nova unidade no Rio de Janeiro, somam 11 no país. A estrutura logística é complementada com 13 mil veículos e sete aeronaves. “Hoje realizamos entregas em até dois dias para mais de 90% dos pedidos”, afirma Vergueiro.

A operadora logística DHL Supply Chain planeja inaugurar no início de 2025 seu maior CD no Brasil. Ocupará em Jundiaí (SP) uma área de 300 mil m², onde deverão ser erguidos dois armazéns com 137 mil m² de área construída. “Será uma solução ‘end to end’, onde nos ocupamos desde a definição das demandas logísticas do cliente, o desenho operacional, a escolha do local, financiamento, construção e a gestão das instalações e atividades logísticas”, diz o diretor de real estate da companhia, Jalaertem Campos.

O executivo identifica nos mercados de e-commerce e saúde os potenciais clientes para a nova área de armazenagem. A companhia não divulga o valor do investimento. Informa, porém, que compõe um pacote de R$ 800 milhões previstos para o país até 2025. Nos últimos doze meses, a DHL Supply Chain abriu novos CDs em Aparecida de Goiânia (GO), Itapoá (SC), Serra (ES) e Extrema (MG). No total, a companhia opera CDs em 80 localidades do país, com mais de 1,3 milhão de m² de área de armazenagem.

Em abril, a Nestlé inaugurou seu primeiro CD no Rio de Janeiro, com uma área útil de 10 mil m², 7 mil posições de paletes e previsão de movimentar 24 mil toneladas por ano de produtos em 8 mil entregas para mais de 300 clientes. “Vamos reduzir de seis para dois dias o tempo de entrega para esses clientes”, diz Alexandre Teixeira, head de logística da companhia.

Trata-se do segundo CD implementado pela Nestlé em pouco mais de um ano. Em maio de 2022, a empresa inaugurou uma unidade em Nova Santa Rita (RS), com capacidade de armazenar 8 mil paletes e expedir 150 toneladas de produtos por dia. O tempo de entrega no Rio Grande do Sul caiu de nove para dois dias. Em todo o país, são sete CDs em operação. Até o fim de 2024, a Nestlé programa inaugurar mais dois novos CDs, em locais ainda não divulgados. No total, os investimentos somam R$ 140 milhões.

A Toyota anunciou investimentos de R$ 160 milhões para a construção de um novo armazém em Sorocaba (SP), onde está instalada sua principal fábrica no Brasil. O CD terá 55 mil m² e poderá receber e distribuir 1,1 milhão de peças por mês. Deve entrar em operação em 2025, com a previsão de atender 300 concessionárias no Brasil e 20 distribuidores na América Latina e América do Norte. “O novo CD otimiza nossas operações logísticas e aumenta nossa competitividade regional e global”, diz Jorge Mussi, gerente geral de pós-venda da Toyota do Brasil. Atualmente, a companhia opera um CD em Porto Feliz (SP), com capacidade para despachar 800 mil peças de reposição por mês.

Uma tendência que ganha força são os miniCDs, braços de CDs de grande estrutura, instalados em áreas urbanas com a responsabilidade de fazer a última etapa da entrega. A Coca-Cola Femsa, que opera 47 CDs no Sul e Sudeste do país, iniciou testes com os miniCDs em 2021 e hoje soma quatro unidades, sendo duas em São Paulo, uma em Curitiba e outra em Belo Horizonte. Uma terceira unidade deve entrar em operação em São Paulo em 2024.

“Avaliamos que a operação é eficaz e devemos expandir a estratégia nos próximos dois anos nos principais centros em que atuamos”, diz Mário Schafaschek, diretor de supply chain da companhia.

Os miniCDs são pequenos galpões com 600 a 750 m², com pé direito de 8 a 10 metros e capacidade de movimentar aproximadamente 1,5 milhão de caixas por ano. A operação é realizada por oito veículos utilitários, mas também possibilitou a introdução de bicicletas e tuc-tucs elétricos para pequenas entregas.

Com os miniCDs, o tempo de deslocamento dos veículos de entrega foi reduzido, possibilitando um ganho de atendimento aos clientes em 20%. Também houve redução de 18% na quilometragem rodada dos veículos, com ganhos na economia de combustível e nos custos de manutenção. Os cálculos da Coca-Cola Femsa indicam que os quatro miniCDs já implementados permitem, a cada ano, que seus veículos de entrega rodem 17 mil km a menos, evitando a emissão de 39 toneladas de CO2 por ano.

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