Revista Energia
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Sistema da ISA CTEEP conectado ao SIN exigiu R$ 146 milhões — Foto: Estúdio Trama/Divulgação
Sistema da ISA CTEEP conectado ao SIN exigiu R$ 146 milhões — Foto: Estúdio Trama/Divulgação

As energias solar e eólica poderão representar 50% da matriz elétrica do país em 2050, segundo projeção da consultoria Mirow&Co, com base em dados do mercado. Essas duas fontes limpas elevaram sua participação na matriz de 7% em 2015 para 16% em 2022. Diante desse boom, despontam como grandes oportunidades os sistemas completos de armazenamento e gerenciamento de energia elétrica, sobretudo os que utilizam baterias (Battery Energy Storage System – BESS).

Essas soluções tecnológicas visam estocar energia excedente para utilização posterior. O benefício evidente é lidar com a intermitência. Nas usinas solares e eólicas, a geração de eletricidade ocorre somente quando há sol e vento e o armazenamento garante fornecimento de energia nos demais momentos. Mas há outras vantagens, como back-up para interrupções, melhoria da qualidade de energia e redução de custos. Outra aplicação é em sistemas isolados, que fornecem energia para localidades remotas, sem acesso ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Conforme Felipe Diniz, economista e sócio da Mirow&Co, esse mercado está em fase inicial no Brasil. A maior parcela é de sistemas individuais voltados para indústrias, comércio e residências. O grande desafio é destravar iniciativas de grande porte no armazenamento de energia a serviço da rede elétrica. “Se tiver algum incentivo e uma regulamentação clara, os investimentos serão vultosos”, acredita.

A Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae) projeta mais de R$ 45 bilhões em oportunidades de investimentos até 2030, atingindo um total de 23,4 gigawatts/hora. Atualmente, o país possui somente 291 megawatts/hora instalados. “Além da definição da regulamentação, as premissas são a participação nos leilões de reserva de capacidade e a mudança no regime tributário”, explica Sergio Jacobsen, conselheiro da entidade e CEO da Micropower Energy no Brasil.

Alguns passos importantes já foram dados. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promoveu a Consulta Pública nº 39/2023 sobre adequações regulatórias para integração de sistemas de armazenamento de energia à rede. Agora, aguarda-se a minuta da regulamentação, com o modelo de negócios e as regras de remuneração, que deverá passar por outra consulta para chegar à versão final. E há expectativas de inclusão dos sistemas de baterias no Leilão de Reserva de Capacidade de Energia.

No dia 8 de março, o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu a Consulta Pública nº 160 sobre a minuta da portaria de diretrizes para esse certame, previsto para 30 de agosto, mas se limitou à contratação de potência de termelétricas e hidrelétricas. Apesar disso, alguns dias depois, o ministro Alexandre Silveira afirmou no evento CERAWeek, em Houston, nos Estados Unidos, que o governo está trabalhando para inserir as soluções de armazenamento no leilão.

Hoje, os impostos chegam a 70,8% sobre sistemas de armazenamento importados e 50,7% sobre os nacionais. “O ideal é que o regime tributário do armazenamento de energia seja, pelo menos, igual ao das térmicas (na faixa de 30%)”, diz o conselheiro da Absae.

Considerado um relevante caso setorial, o primeiro sistema de armazenamento de energia em larga escala conectado ao sistema de transmissão no país é da ISA CTEEP, em operação desde novembro de 2022, totalizando R$ 146 milhões em investimento. Localizado na Subestação Registro, ele beneficia cerca de dois milhões de pessoas no litoral sul paulista. São 180 racks de baterias de lítio (da chinesa CATL), com 30 megawatts de potência e entrega de 60 megawatts/hora de energia por duas horas, no pico de consumo no verão. Segundo Dayron Urrego, diretor-executivo de projetos, a ISA CTEEP vê no armazenamento de energia uma nova via de expansão.

Para acelerar o conhecimento na área, a WEG adquiriu, em 2019, o negócio de sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS) da empresa americana Northern Power Systems (NPS). “Essa operação nos Estados Unidos cresce em vendas e vem munindo de expertise o nosso núcleo de engenharia no Brasil”, diz Carlos Bastos Grillo, diretor-superintendente da WEG Digital e Sistemas. Por aqui, o negócio ainda é pequeno, considerado o porte da companhia – os principais clientes são indústrias –, mas está pronto para avançar. Grillo ressalta que há sinergia de engenharia e manufatura do BESS com a área de mobilidade elétrica, na qual a WEG está bem posicionada. Inclusive, foram feitos investimentos recentes na ampliação da fábrica de packs de baterias de lítio em Jaraguá do Sul (SC).

A Moura, que domina as tecnologias de baterias de lítio e de chumbo-carbono, começou a investir em BESS em 2011. “Quando esse mercado estiver mais maduro, o negócio BESS poderá ser do tamanho atual da Moura”, diz Luiz Mello, diretor de eletrificação e armazenamento de energia. A Moura instalou um BESS no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), integrado à rede de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), para atendimento da demanda energética da instituição e de consumidores externos. Em sistemas isolados, a Moura tem projetos nas cidades de Amajari e Pacaraima, em Roraima, beneficiando 30 mil moradores.

Outra empresa que ganhou fôlego é a Micropower Energy, joint-venture da Siemens, Comerc e Equinor, que atua no Brasil desde 2018 como desenvolvedora de projetos de armazenamento de energia “as a service”, geração solar e microrredes. As baterias utilizadas são da Tesla.

No ano passado, a Micropower Energy implementou o BESS no Terminal da Ilha Guaíba da Vale, no Rio de Janeiro, reduzindo gastos com energia da mineradora em horários de pico. A empresa também desenvolveu projetos no âmbito do Programa Luz Para Todos em Tocantins, Rondônia, Maranhão e Pará.

A Matrix, que opera no mercado livre e em geração distribuída, lançou em março sua unidade de negócios de BESS “as a service” voltada para empresas, a partir de parceria estratégica de tecnologia com a Huawei Digital Power. A companhia investiu R$ 100 milhões no BESS e deve destinar mais R$ 375 milhões até o fim de 2025, segundo Alexandre Gomes, diretor da Unidade Matrix Services.

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