Paraná
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Cláudio Marques — Para o Valor, de São Paulo


Honfleur Maison, empreendimento em Vitória da JL, que também tem marina no Rio — Foto: Divulgação/Construtora JL
Honfleur Maison, empreendimento em Vitória da JL, que também tem marina no Rio — Foto: Divulgação/Construtora JL

Empresas com atuação no mercado imobiliário paranaense levam expertise e marcas para outros Estados atrás de novos negócios. São companhias como Plaenge, Construtora JL e A.Yoshii. Nesse movimento, um desafio é entender a lógica da cidade onde vai atuar, para oferecer produtos que atendam ao gosto e cultura locais, sem interferir no DNA da empresa.

“O produto imobiliário é sempre muito local. É preciso desenvolver conhecimento antes de ir para uma cidade”, diz Alexandre Fabian, sócio-diretor da Plaenge, companhia fundada em Londrina (385 km de Curitiba) em 1970. A busca por mercados fora do Paraná começou em 1983, quando se instalou em Cuiabá. Depois foi para Campo Grande e, em seguida, a expansão se voltou para o próprio Estado, com atividades em Curitiba e em Maringá (425 km de Curitiba), também no norte paranaense. Posteriormente, partiu para o sul do Chile, Campinas (SP), Joinville (SC), Porto Alegre e São Paulo.

Hoje a Plaenge é uma das maiores empresas de capital fechado do setor imobiliário do país. Possui 79 empreendimentos em execução, que somam 8.296 unidades como um valor geral de vendas (VGV) de R$ 9,53 bilhões. O valor médio de um apartamento desses projetos é de R$ 1,15 milhão, com o metro quadrado variando de R$ 8 mil a R$ 28 mil, dependendo da cidade. Em 2022, a empresa vendeu R$ 1,9 bilhão e, em 2023, a comercialização já chegou a R$ 2,4 bilhões - a perspectiva é atingir R$ 2,7 bilhões até o fim de dezembro. “Nosso desempenho tem a ver com o agro estar em um bom momento”, diz Fabian, lembrando que seus principais mercados - Curitiba, Londrina, Maringá, Campo Grande e Cuiabá -, com exceção da capital paranaense, têm relação com o agronegócio. Com 3,5 mil funcionários diretos, já entregou 466 empreendimentos, que acomodam mais de 100 mil pessoas.

No esforço para conquistar um novo mercado, a Plaenge envia, dois ou três anos antes de iniciar sua atuação, uma pessoa para residir na cidade em que pretende se instalar. “Ela coloca os filhos na escola, conhece imobiliárias, frequenta restaurantes locais, acompanha lançamentos e negocia terrenos. Ou seja, se integra totalmente à comunidade”, diz. É o conhecimento obtido com esse contato que ajuda a Plaenge a atender os gostos locais. “Em Cuiabá, entregamos apartamento com previsão de instalação de ar condicionado no banheiro. Sem ele, uma mulher não consegue se maquiar, porque a maquiagem derrete”, afirma. As opções de lazer também variam de acordo com as regiões.

João Luís Felix, fundador da Construtora JL, conta o caso de uma grande construtora que fracassou em Porto Alegre porque ergueu um empreendimento sem churrasqueira. “É preciso respeitar muito o que é importante para o cliente”, afirma o empresário. Fundada em 1977 em Cascavel (510 km de Curitiba, na região oeste), a companhia tem 3,5 mil funcionários e atua na área de incorporação e na realização de obras industriais, rodoviárias e de infraestrutura em geral. A área imobiliária deve representar, neste ano, 30% do faturamento - Felix não revela o valor. A companhia está presente em Joinville, Camboriú (SC) e Vitória (ES). A empresa possui hotel e shopping em Foz do Iguaçu (640 km da capital) e uma marina no Rio de Janeiro. Atualmente, tem 15 empreendimentos em andamento. Seus residenciais são voltados para as classes média e alta.

Para oferecer produtos em sintonia com a cultura local, a área de inteligência de incorporação faz levantamentos ouvindo imobiliárias para detectar gaps no mercado, ter dados sobre demanda e conhecer as melhores regiões da cidade para empreender. Uma peculiaridade da JL é que ela fabrica toda a marcenaria, portas, janelas, esquadrias, estruturas metálicas e granito envolvidos em uma obra.  “Temos realmente uma indústria da construção civil”, afirma Felix. Segundo ele, essa medida foi adotada para manter a qualidade dos produtos. A empresa também possui 250 equipamentos de construção civil, como gruas, elevadores, formas, além de usina de asfalto. Toda a aparelhagem também é empregada na construção pesada.

Com 58 anos, a londrinense A.Yoshii chegou em 2019 a Campinas, após já ter atuado em Curitiba e Maringá. “Escolhemos Campinas por sua capacidade econômica, estar em um importante vetor logístico e possuir um IDH alto”, conta Leonardo Yoshii, presidente da empresa. Focada no alto padrão, a construtora estudou durante dois anos o mercado campineiro para se inteirar  da cultura e hábitos locais e preferências do consumidor, conhecer as regiões da cidade, formar terrenos, construir parcerias e criar equipes. “E aí entramos com um produto de alto padrão”, diz o executivo. A empresa tem 35 obras em andamento e prevê uma receita líquida de R$ 1 bilhão.

Mais recente Próxima Privatização da Copel traz investimentos que devem ter início em 2024

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Companhia resolveu apresentar detalhes para tentar dissipar o que chamou de "descaracterizações públicas" de suas negociações

Nippon Steel divulga negociações com sindicato sobre U.S. Steel

Índice de preços pode consolidar apostas de corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed na semana que vem

Inflação ao produtor nos EUA e decisão de juros do BCE concentram as atenções

Os números de julho do comércio varejista também devem ficar no foco dos participantes do mercado, no momento em que as expectativas de crescimento econômico no Brasil seguem em alta

Manhã no mercado: Ativos globais têm manhã positiva à espera de BCE e PPI dos EUA

Montadoras buscam maior escala enquanto enfrentam uma transição mais cara e demorada do que o esperado dos motores de combustão interna para os elétricos

GM e Hyundai assinam acordo para explorar parceria na produção de veículos elétricos

Dados econômicos dos EUA seguem na pauta dos investidores

Bolsas da Ásia fecham em alta com setor de tecnologia; Tóquio lidera ganhos

Confira o que você precisa saber e acompanhar nesta quinta-feira

Agenda do dia: Decisão do BCE; índice de inflação no atacado dos EUA

Também terminou a vigência da MP que permitiu ao governo conceder, por exemplo, subvenção econômica a mutuários que tiveram perdas materiais nas áreas afetadas pelos eventos climáticos extremos ocorridos nos meses de abril e maio

MP que autoriza Conab a importar arroz tem vigência encerrada

Criptomoedas acompanham mercado acionário após a divulgação do dado de inflação dos EUA de agosto

Bitcoin sobe e chega aos US$ 58 mil impulsionado por rali de tecnologia

Banco foi condenado, na primeira instância da Justiça, a restituir 50% dos prejuízos sofridos com a fraude

CEF deve indenizar cliente por movimentações fraudulentas e atípicas, mesmo com senha