Paraná
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Por Marli Lima Iacomini — Para o Valor, de Curitiba


Edson Vasconcelos, da Fiep: “Um dia vamos deixar de exportar grãos e transformar tudo o que o Paraná produz” — Foto: Gelson Bampi/Sistema Fiep
Edson Vasconcelos, da Fiep: “Um dia vamos deixar de exportar grãos e transformar tudo o que o Paraná produz” — Foto: Gelson Bampi/Sistema Fiep

Em contagem regressiva para celebrar os 25 anos da fábrica de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, em dezembro, e para o lançamento de um novo carro em março de 2024, a Renault prepara-se para novos passos na unidade brasileira. Outros investimentos da montadora francesa serão somados aos R$ 2 bilhões que estão em andamento e que incluem uma plataforma para a produção de mais modelos de veículos. A empresa não dá detalhes sobre o que virá. Além da Renault, o governo do Paraná previu para o último trimestre de 2023 mais três investimentos de grande porte, parte deles na região metropolitana da capital, que responde por 35% do PIB industrial do Estado, segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Tanto na área metropolitana como nas outras regiões, os alimentos são o carro-chefe: respondem por um terço do Valor Bruto da Produção (VBP) da indústria paranaense, contra 22% observados no país. A fabricação de veículos, reboques e carrocerias, mais concentrada na grande Curitiba, onde também estão instaladas empresas como Volkswagen e Volvo, entre outras, ocupa a segunda posição, com 10% do VBP.

“Temos diferenças entre a região metropolitana e as outras regionais. A indústria de alimentos é forte, tem crescido, mas perto da capital isso fica um pouco ofuscado por causa do setor automotivo”, comenta Edson Vasconcelos, presidente da Fiep. De acordo com ele, no interior a industrialização tem sido consequência da vocação produtiva e de decisão tomada há pouco mais de duas décadas, de transformar commodities em alimentos. “Há uma evolução na cadeia e, com o amadurecimento disso, um dia vamos deixar de exportar grãos e transformar tudo o que o Paraná produz”, afirma.

De fato, o crescimento da indústria automotiva chama a atenção - a participação do Paraná na produção nacional de veículos saltou de 0,5% em 1990 para cerca de 13% atualmente. A Volvo optou por instalar a fábrica em Curitiba no fim dos anos 1970. Junto com as montadoras, vieram os fornecedores e ampliações ao longo dos últimos 20 anos, em movimentos que modificaram o perfil de municípios.

Você está perto de tudo; do porto, de São Paulo e de fornecedores”
— Rodrigo Alonso

Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, é um exemplo. O Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o município foi o segundo do país e o primeiro do Estado em crescimento percentual da população, com um salto de 82% - passou de 81 mil habitantes, em 2010, para 149 mil. Foi lá que, desde 2011, a japonesa Sumitomo Rubber, fabricante da marca de pneus Dunlop, investiu R$ 2,7 bilhões em sua unidade brasileira, uma das três maiores do mundo. O último anúncio de ampliação, orçado em R$ 1,06 bilhão, foi formalizado em junho. Quando o projeto estiver concluído, o total de trabalhadores passará dos atuais 1,9 mil para 2,2 mil - e o terreno ocupado pela empresa tem espaço para mais expansões.

“No Paraná você está perto de tudo; de porto para enviar a mercadoria por via marítima, de São Paulo e de fornecedores. Temos no Estado uma estrutura boa e estamos no miolo do Sul e do Sudeste”, diz o diretor de vendas e marketing da Dunlop, Rodrigo Alonso. No começo, o plano da Sumitomo era atender consumidores brasileiros, mas a intenção agora inclui dobrar o volume de exportações para países da América do Sul, como Argentina, Chile, Peru e Colômbia. A produção diária vai passar de 18 mil para 23 mil pneus para automóveis e de mil para 2,2 mil unidades para caminhões.

Quando cita os acordos de investimentos já assinados, Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná, agência de captação de negócios vinculada à Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, fala animado sobre as missões de que tem participado. Como argumento, cita localização e sustentabilidade, mostra estudos com os perfis das regiões e os benefícios fiscais. “Apresento a marca Paraná, que é muito bem vista, tem valor”, afirma.

De acordo com a agência, de janeiro a outubro houve a instalação de oito novas empresas no Estado e a expansão de outras 52 por meio do programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo. “Buscamos investimentos para todo o Estado, eles estão acontecendo”, diz Bekin. Duas regiões se destacam: a de Curitiba e a de Ponta Grossa (115 km da capital). Bekin cita ainda o crescimento das indústrias de alimentos no interior e um esforço do Estado para desenvolver o turismo.

Mais recente Próxima Silvicultura cresce com ampliação de planta e novos usos da madeira

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