Estar no meio da floresta não precisa necessariamente significar estar sem conectividade. Segundo maior Estado brasileiro em extensão territorial, perdendo apenas para o Amazonas, e com a maior parte de sua área ocupada pela selva, o Pará tem, atualmente, quase 300 operadoras de internet por fibra óptica, mais de uma centena de operadoras de internet via rádio e seis operadoras de telefonia e internet móvel, de acordo com o Ministério das Comunicações.
“Em relação à cobertura de internet no Pará, o número de municípios com fibra óptica cresceu 71,6% de 2016 a 2023, de 60 para 103 cidades. Isso representa 71,5% do total de 144 municípios do Estado. Além disso, 78,8% dos moradores têm cobertura 4G e 40,3%, do 5G”, afirma o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Dados de dezembro da Anatel contabilizam 7,8 milhões de acessos móveis e 872,2 mil acessos de banda larga fixa para uma população de 8,1 milhões de habitantes. E também há empresas atuando na conexão por satélite, como a Starlink.
Apesar dos números, a universalização da conectividade ainda está longe de se tornar real. Segundo a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (Prodepa), o mercado de telecomunicações na região Norte apresenta, historicamente, dificuldades de crescimento em razão de questões geográficas, das grandes distâncias e da dispersão populacional, o que encarece os projetos de expansão.
No entanto, existem ações para a ampliar a conectividade. Segundo Juscelino Filho, o ministério vai investir R$ 1,6 bilhão, a maior parte até 2026, para expandir o 5G para os 144 municípios paraenses, além do sinal do 4G para 406 pequenas localidades. É um valor à parte do R$ 1,3 bilhão destinado ao programa Norte Conectado, que prevê a instalação de oito infovias nos leitos dos rios da região amazônica.
Destinada a provedores, concessionárias e governos estaduais, a Infovia 01 foi inaugurada em agosto de 2023 a fim de levar internet banda larga para 3 milhões de brasileiros, por intermédio de um cabo de fibra óptica com 1.100 km de extensão. Vai proporcionar conexão às cidades de Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti e Terra Santa, no Pará, além de Parintins, Urucurituba, Itacoatiara e Autazes, no Amazonas. Cada uma terá uma rede metropolitana própria conectando escolas públicas, unidades de saúde e segurança e demais equipamentos públicos.
Segundo a Prodepa, a expectativa é que o Pará comece a operar o par de fibra óptica que lhe cabe na Infovia no segundo semestre deste ano. Antes, é preciso concluir um projeto de telecomunicações prevendo o atendimento e a integração com redes metropolitanas e cidades digitais existentes na rota.