Uma iniciativa para descarbonizar a indústria siderúrgica, que responde por cerca de 5% das emissões de poluentes globais, deverá começar a funcionar em 2025 na Suécia. A startup H2 Green Steel prevê produzir aço utilizando hidrogênio verde (H2V) em seu processo, o que representaria redução de 95% nas emissões de CO2 em relação aos altos-fornos que queimam carvão. Com financiamento de € 6 bilhões, o projeto é considerado o de maior escala no segmento de H2V no mundo.
Na sua primeira fase, produzirá 2,5 milhões de toneladas de aço verde. A segunda fase produzirá 5 milhões de toneladas por ano. Até 2040, a expectativa é de redução de 300 milhões de toneladas de CO2. A siderúrgica tem contratos de venda com duração de cinco a sete anos com clientes do setor automobilístico e agrícola.
O hidrogênio verde desponta como promissor combustível da transição energética, mas enfrenta barreiras. Hoje dois grandes desafios são custo e pegada hídrica. O processo, a partir da eletrólise de água com o uso de energia gerada por fontes renováveis, é considerado caro, estimado em US$ 6 por kg - mas segundo estudo da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), esse valor pode cair para US$ 1 a US$ 2 por kg na década de 2030. Outro entrave é seu transporte, que pode ser feito de três principais formas: como gás (comprimido), liquefeito ou através de um outro produto químico, como amônia ou metanol.
No Brasil, a indústria siderúrgica começa a analisar oportunidades. Um exemplo está na Arcelor Mittal, que anunciou em 2022 a compra da Companhia Siderúrgica do Pecém por US$ 2,2 bilhões. Além de ampliar sua produção no Brasil, a aquisição teve na energia um de seus pilares, com a intenção de capitalizar investimentos de terceiros para formar um hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde em Pecém (CE).