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A transição energética implica a redução do uso do petróleo em um mundo cuja dinâmica se alterou nas últimas duas décadas, com o avanço de nações emergentes cuja renda per capita e padrão de consumo ainda estão abaixo das economias desenvolvidas. Reduzir a dependência de combustíveis fósseis, hoje responsáveis por 80% da energia primária no mundo, não será tarefa fácil. Aviões, navios, carros, caminhões, máquinas agrícolas, geradores de eletricidade são fortemente dependentes de óleo ou seus derivados.
Produção industrial, agronegócio e transportes têm dependência de petróleo. Mas seu uso vai além. É praticamente impossível imaginar a vida sem derivados do óleo. O plástico - usado em embalagens, computadores, carros e ônibus, entre outros manufaturados - é produzido a partir de petroquímicos, que também estão presentes em vestuário, celulares, pneus e que respondem por 12% da demanda global mundial de petróleo, segundo a Agência Internacional de Energia.
Os petroquímicos básicos são eteno, propeno, butadieno, aromáticos, amônia e metanol. A partir deles, é produzida uma grande diversidade de intermediários. Por exemplo, a amônia é uma das matérias-primas para a indústria de fertilizantes, sendo usada na produção de ureia e de fertilizantes nitrogenados utilizados nas culturas de milho, cana-de-açúcar, café, algodão, laranja, soja etc. Um dos desafios das próximas décadas que o mundo terá é conciliar o crescimento da população com o aumento da produção alimentar, o que trará impacto sobre o consumo de petroquímicos.
Em 2050, o planeta terá 9,7 bilhões de habitantes, de acordo com a projeção da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Hoje, três em cada dez pessoas no mundo vivem em insegurança alimentar moderada ou grave, segundo estimativa da FAO, a agência das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura. O mundo ainda consome outro combustível fóssil: carvão mineral. Mais de um terço da energia elétrica mundial é produzido em termelétricas através da queima desse combustível, sendo China e Índia grandes consumidores.