Mineração
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Por Rejane Aguiar — Para o Valor, de São Paulo


Izabella Pardinho, do Demarest: desaceleração mundial afeta minerais — Foto: Divulgação
Izabella Pardinho, do Demarest: desaceleração mundial afeta minerais — Foto: Divulgação

Após um início de ano otimista com as perspectivas de crescimento global, neste terceiro trimestre o cenário aponta para uma direção mais cautelosa, com impacto nos preços das commodities minerais e metálicas. Prognósticos menos positivos para EUA, Europa e China em geral diminuem a demanda, reduzindo preços de produtos como minério de ferro e intensificando a volatilidade de insumos básicos como cobre. Pode haver altas pontuais, como uma recente subida do minério de ferro, mas a tendência de médio prazo de fato vai depender do avanço das economias. A exceção é o ouro, exatamente pela mesma razão: quando há incertezas macroeconômicas, investidores procuram por essa reserva de segurança.

O quadro menos favorável para commodities minerais e metálicas está refletido no Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central (BC). Em janeiro, o indicador - que considera alumínio, minério de ferro, cobre estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata - registrava um preço médio de R$ 458,02, valor que recuou 15% em julho, para R$ 389,06. Embora entre junho e julho o IC-Br tenha subido 0,87%, em um período de 12 meses ainda acumulava contração de 8,24%.

“Os três principais motores da economia global - China, EUA e Europa - devem apresentar desaceleração, sendo menos intensa nos EUA, mas preocupante para Europa e China. No caso da China, há vários temas importantes, mas o que tem gerado maior cautela é o problema da crise imobiliária”, diz Roberto Padovani, economista do banco BV. “Diante desse quadro, é natural que os preços das commodities também desacelerem”. A produção imobiliária e as obras de infraestrutura consomem uma grande quantidade de produtos básicos, como as commodities minerais e metálicas, com destaque para minério de ferro e cobre.

A combinação de fragilidade macro e setorial da China, maior incerteza nos EUA e perspectiva de economia global em queda ou estagnada impede as pressões de alta sobre as commodities pelo menos num horizonte de três anos, analisa Ricardo Jacomassi, sócio da TCP Partners. “Preço de commodity depende basicamente de crescimento econômico”, avalia.

Para Padovani, do BV, o fato de essas commodities continuarem com preços acima da média histórica dos últimos 20 anos é outro fator que pode pesar para a continuidade das quedas, já que haveria espaço para ajustes. O minério de ferro, em particular, sofre com a mudança do cenário do país asiático. “A China é responsável pela produção de mais da metade do aço no mundo e é a maior importadora global de minério de ferro. Portanto, a performance de sua economia está entre os principais fatores que influenciam nos preços da commodity e também de cobre, alumínio, entre outros metais”, ressalta Izabella Pardinho Reis, sócia das áreas de mineração e M&A do escritório Demarest Advogados.

Embora o cenário seja de desaceleração, Reis observa que é difícil fazer estimativas para esses insumos, já que também há influência de fatores particulares. O alumínio, exemplo; se, por um lado, pode ter menor demanda da China em razão do mercado imobiliário, por outro, pode ser escoado para a crescente produção de carros elétricos e de insumos de construção mais leves que os tradicionais vergalhões de aço - tendências fortes em médio prazo em decorrência da necessidade de descarbonização da economia.

“A produção de carros elétricos exige o uso de ligas metálicas que deixem os veículos com menos massa, ao mesmo tempo em que são utilizadas, na construção civil, tecnologias de pré-moldados e pré-fabricados, que requerem menos aço”, diz Jacomassi, da TCP.

Independentemente do ritmo de queda esperado para os preços dessas commodities, no entanto, as cotações mais baixas são uma notícia ruim para o Brasil, grande exportador dessas matérias-primas. “Com essa dinâmica, o Brasil acaba tendo menor rentabilidade de suas exportações, e isso gera menor crescimento local”, comenta Padovani. Ele lembra que um fator ainda mais negativo para a economia brasileira é a desaceleração global em si, que reduz fluxos de capitais para os mercados emergentes e pressiona o câmbio desses países - e moedas mais desvalorizadas são sinônimo de custos adicionais para as empresas.

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