Mineração
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Domingos Zaparolli — De São Paulo


Guido Germani, CEO da MRN: iniciativa para minimizar a captação de água nova nos rios como o Trombetas — Foto: Wanezza Soares/Divulgação
Guido Germani, CEO da MRN: iniciativa para minimizar a captação de água nova nos rios como o Trombetas — Foto: Wanezza Soares/Divulgação

Os preços internacionais dos principais minérios comercializados globalmente, como ferro, cobre, alumínio, níquel e estanho, tendem à normalidade até o fim de 2024 e o início de 2025, quando deve se iniciar um novo ciclo de alta. “Será um ciclo curto, de quatro a cinco anos, e não trará oscilações intensas de preços”, diz o consultor Helcio Takeda, sócio-diretor da Pezco Economics, um dos painelistas do Congresso Brasileiro da Mineração, que debate os principais desafios do setor mineral entre 29 e 31 de agosto, em Belém do Pará.

Segundo Takeda, não existe no horizonte previsível novos superciclos de demanda de commodities como o gerado pelo consumo da China entre 2000 e 2014, nem mesmo movimentos de grande retração dos preços como ocorreu de 2015 a 2017. “Estamos na fase dos miniciclos pouco intensos, gerados por reequilíbrios constantes da oferta e demanda”, afirma.

Esse cenário econômico, sem grande valorização nos preços internacionais, exigirá que as mineradoras intensifiquem suas ações em busca de eficiência operacional, na otimização do aproveitamento de recursos naturais e dos insumos produtivos, como energia e água, assim como a geração de coprodutos com os resíduos. Algumas das principais experiências do país em inovações que proporcionam ecoeficiência produtiva vão estar em debate no Congresso da Mineração.

A Norsk Hydro, produtora integrada de alumínio com ativos de mineração e refino no Pará, por exemplo, investe na descarbonização de suas atividades e em energias renováveis. Por meio da Hydro Rein, criada em 2021, a companhia desenvolve três projetos de geração de energia eólica e solar fotovoltaica que somarão uma capacidade instalada cerca de 1,5 gigawatt. A energia será destinada a atender a sua unidade de refino Alunorte e a produtora de alumínio primário Albras.

Na Alunorte, a energia elétrica renovável já está sendo utilizada desde 2022 para alimentar uma caldeira elétrica que gera vapor para produzir o vapor necessário para o processo de refino da alumina. Com isso, substitui caldeiras alimentadas com combustíveis fósseis.

A nova caldeira da Alunorte é a maior já instalada em uma indústria; tem capacidade nominal de geração de 95 toneladas de vapor por hora. “Ela tem potencial de reduzir em 100 mil toneladas as emissões de CO2 por ano”, diz José Erik Araújo, gerente sênior de P&D da Norsk Hydro. No total, serão cinco as caldeiras elétricas implantadas na refinaria nos próximos anos. “Com todas em operação, o projeto vai representar uma redução de mais de 400 mil toneladas de emissões de carbono por ano”, diz Araújo.

A Vale implementa um programa de investimentos de até US$ 6 bilhões para reduzir o consumo de insumos e aumentar a sustentabilidade de suas operações. A meta é reduzir em 33% as emissões de carbono de suas atividades produtivas até 2030 e atingir 100% de uso de energia renovável em suas atividades no Brasil até 2025. Globalmente, o índice deve ser atingido até 2030. Outra iniciativa, ainda em fase de testes, é a substituição do uso do diesel, com eletrificação de equipamentos, locomotivas e caminhões de até 72 toneladas.

“Brumadinho foi um ponto de inflexão para a companhia”, diz Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale, referindo-se ao rompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho (MG), que vitimou 273 pessoas em janeiro de 2019. “Passamos a atuar de forma estratégica para eliminar os riscos de nossas operações e remodelar o nosso negócio de forma mais sustentável”, afirma o executivo.

A MRN, mineradora de bauxita em Oriximiná (PA), está empenhada em reduzir o impacto de suas operações em meio ao ecossistema amazônico. Uma ação é minimizar a captação de água nova nos rios da região, como o Trombetas. “Já reutiliza 85% da água em várias etapas de seu processo produtivo”, diz o diretor-presidente Guido Germani. Outro desafio é o reflorestamento de áreas impactadas pela mineração. A companhia mantém um viveiro com capacidade de produzir um milhão de mudas por ano e anualmente reflorestar de 300 a 400 hectares. “Temos áreas que foram reflorestadas há mais de 20 anos e o monitoramento demonstra o retorno da fauna silvestre”, diz Germani.

Mais recente Próxima Transição energética aquece a corrida por insumos estratégicos
Tudo sobre uma empresa
Acesse tudo o que precisa saber sobre empresas da B3 em um único lugar! Dados financeiros, indicadores, notícias exclusivas e gráficos precisos - tudo para ajudar você a tomar as melhores decisões de investimento
Conheça o Empresas 360

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

A ONG disse que as ordens de evacuação e a destruição das instalações de saúde deixaram as pessoas no norte de Gaza com muito poucas opções de atendimento médico

Médicos Sem Fronteiras fecham última instalação de saúde no norte de Gaza

Queda do CPI de junho reforça percepção de que início do ciclo de cortes de juros americanos está mais próximo

Ibovespa e dólar sobem com inflação americana no radar

Média móvel de quatro semanas ficou em 233.500 pedidos, uma queda de 5.250 em relação à média revisada da semana anterior

Pedidos de seguro-desemprego nos EUA ficam em 222 mil na semana anterior

Presidente colombiano está prestes a ter maioria de indicados no banco central do país; nervosismo de economistas aumentou com a recente turbulência no mercado brasileiro após ataques de Lula à política monetária brasileira

Colômbia olha para o Brasil com medo de nomes de Petro no banco central

Contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em alta de 0,79%, a 828,0 yuans (US$ 113,79) a tonelada

Minério de ferro sobe na Bolsa de Dalian

A avaliação é que os cálculos sobre como ficará o valor da alíquota geral, cujo teto foi fixado em 26,5% no texto da Câmara, terão de ser refeitos no Senado.

Senado adota cautela sobre regulamentação da reforma tributária e avalia tirar urgência

Na operação desta quinta-feira, PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, e entre os presos está Marcelo de Araújo Bormevet, agente da PF que integrou a equipe de Ramagem na Abin

Moraes retira sigilo de operação sobre Abin paralela

Recursos serão destinados, em grande parte, no desenvolvimento e produção de um veículo totalmente novo, de um segmento no qual a montadora ainda não atua, revelou o presidente da GM na América do Sul

Dos R$ 7 bilhões de investimento anunciados pela GM no país, R$ 1,2 bilhão vão para fábrica do RS

Volume de vendas cresceu 1,8% em maio ante abril, acima da média brasileira, que foi de 1,2%. Já a receita teve alta de 1,2% no estado, ante variação de 1,3% no Brasil

Corrida aos supermercados e doações puxam alta das vendas do comércio no Rio Grande do Sul

Segundo o UBS, o ouro pode ser “trazido de volta à vida pelas tendências geopolíticas em curso”

'Armamentização' de reservas cambiais é grande risco para bancos centrais