Mercado livre de energia
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Por Chico Santos — Para o Valor, do Rio


Vanguarda do processo de migração dos consumidores brasileiros para o mercado livre de energia, até pelo desenho da abertura, do topo para a base da pirâmide, as grandes corporações adotam a estratégia da autoprodução como alternativa para reduzir os custos e assegurar o acesso a energia limpa, com foco na descarbonização.

O diretor de Supply Chain da Unipar, Frederico Cruvinel, diz que a empresa compra 100% da energia que consome no mercado livre, onde aportou em 1999, e que a partir deste ano entrou para o segmento de autoprodução. A meta é chegar a 2025 com 80% da energia consumida oriunda dessa modalidade de contratação. Produtora de cloro e soda, a Unipar é intensiva em energia que, segundo Cruvinel, responde por 40% dos seus custos variáveis, sendo que a energia elétrica representa 63% do total que consume no Brasil.

A entrada da empresa no mercado de autoprodução ocorreu por meio de contratos de parcerias com as geradoras AES Brasil e Atlas Renewable Energy. Com a primeira, a Unipar associou-se para a construção de dois parques eólicos, um na Bahia e outro no Rio Grande do Norte, e com a segunda, um parque solar em Minas Gerais.

As parcerias na modalidade PPA (PPA Power Purchase Agreement, no jargão setorial), envolvendo um produtor de energia renovável e um grande consumidor do mercado livre, ganham força porque reduzem os custos de suprimento energético das grandes corporações e porque trilham o caminho da descarbonização.

Lucas Araripe, diretor executivo Casa dos Ventos, explica que a autoprodução completa um tripé de competitividade do mercado livre para os grandes consumidores. A primeira perna é do preço da energia em si, 69% mais barata do que no mercado cativo de distribuição, segundo dados da OCDE divulgados pela Associação Brasileira das Comercializadoras de Energia Elétrica (Abraceel). A segunda decorre do fato de que as fontes renováveis, além de serem mais baratas, ainda contam com um desconto de 50% no Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (CUST). E o tripé se completa, segundo Araripe, com isenções de encargos setoriais que beneficiam o autoprodutor.

A Casa dos Ventos vem firmando sucessivos PPAs com grandes consumidores, como a mineradora Anglo American, a petroquímica Braskem, a siderúrgica ArcelorMittal e a química Dow. “Eles passam a ser acionistas dos projetos e a figurar como autoprodutores”, explica Araripe. Um dos maiores polos de contratos de autoprodução da Casa dos Ventos com grandes consumidores é o parque eólico Rio do Vento, de 1.038 megawatts (MW), no Rio Grande do Norte, em operação desde 2021. Só a Anglo American tem parceria de 20 anos para receber do complexo 30% da energia consumida por suas plantas industriais no Brasil.

Outra produtora de energias renováveis no país, a Voltalia Brasil, subsidiária do grupo francês, está buscando caminho parecido. Robert Klein, CEO da empresa, explica que, no mercado livre desde 2017, ela tem contratos de fornecimento com grandes clientes, como a BRF e a Braskem, mas está também na rota dos autoprodutores. “Nós ainda não fechamos contratos de autoprodução, mas estamos negociando com vários consumidores para que eles possam se beneficiar da regulação de autoprodutores, pagando menos encargos. Temos formas de fazer”.

Segundo Klein, os movimentos em defesa do fim dos incentivos dados aos autoprodutores fazem com que os grandes consumidores se tornem mais ativos na busca de PPAs. À caça desses parceiros, a Voltalia tem uma carteira de 7.000 MW de projetos em vários estágios de desenvolvimento, além de 1.400 MW em operação e 200 MW em construção.

Como o processo de liberação do mercado é gradativo, com a abertura completa mais adiante, são os grandes consumidores que dominam os 39% da energia total que hoje é comercializada livremente. Boletim da Abraceel mostra que em maio o Brasil tinha apenas 11,7 mil consumidores livres, distribuídos por 33,8 mil unidades consumidoras. O ramo que mais cresce é o do saneamento, com aumento de 44,4% em 2022.

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