Meios de pagamento
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Por Erivelto Tadeu — Para o Valor, de São Paulo


Eládio Isoppo, da Payface: startup quer entrar em outros segmentos do varejo, como postos de combustíveis e farmácias — Foto: Divulgação
Eládio Isoppo, da Payface: startup quer entrar em outros segmentos do varejo, como postos de combustíveis e farmácias — Foto: Divulgação

A biometria facial desponta como uma das principais tendências na área de pagamento sem contato. Depois do Pix e do cartão por aproximação, a solução de pagamentos que permite transações sem cartão ou celular cresce em ritmo acelerado no Brasil. Várias empresas já utilizam a tecnologia de pagamento biométrico com reconhecimento facial com o intuito de proporcionar ao consumidor uma maneira mais rápida, segura e eficiente de realizar transações e, ao mesmo tempo, fortalecer a chamada fidelização do cliente e impulsionar as vendas. Para especialistas, a tecnologia da biometria facial pode transformar radicalmente o setor de pagamentos e se tornar tão popular quanto o Pix.

A C&A, por exemplo, é uma das varejistas que já contam com pagamento por biometria facial em todas as suas 334 lojas espalhadas pelo país. Para poder fazer suas compras e pagar apenas olhando para uma tela em frente ao caixa, o consumidor precisa antes fazer o cadastro com biometria facial no momento da adesão ao C&A Pay, um cartão virtual da rede de vestuário. A partir daí, ele poderá realizar o pagamento por meio biométrico, em transações on-line e nas lojas físicas.

Em operação desde o início deste ano, o C&A Pay já conta com 3,6 milhões de associados, segundo o vice-presidente de varejo da varejista, Fernando Brossi, para quem este é um indicador de fidelização do cliente trazido pela praticidade e pela comodidade de pagamento.

Hoje, explica ele, além da captura da imagem no caixa, é necessário que o consumidor digite senha a para efetuar a compra, como um reforço à segurança. “Mas estamos trabalhando para até o fim deste ano eliminar a necessidade da senha, de preferência antes do Natal, que é quando há um aumento muito grande do fluxo de clientes nas lojas”, afirma o executivo.

A tecnologia de biometria facial da C&A é fornecida pela Unico, empresa brasileira especializada em identidade digital, que desenvolveu o IDPay em associação com instituições como C6, Neon e XP. A tecnologia, conforme explica José Restrepo, diretor de marketing da Unico, consegue diferenciar uma pessoa ao vivo de fotos, deepfakes (imagens falsas) ou a técnica de “injection” na tentativa de burlar o sistema.

Além da C&A, o executivo diz que o IDPay é usado em 170 estabelecimentos da rede de lojas de departamentos Havan. “Na Havan, todas as vendedoras têm um tablet, o que possibilita que o consumidor possa fazer a compra sem nem mesmo ter que passar pelo caixa”, explica ele, ao dizer que, desde 2018, a tecnologia da Unico já validou mais de 640 milhões de transações.

Pagamento facial também impulsiona a eficiência operacional”
— Bernardo Ouro Preto

A combinação de conveniência e segurança também está impulsionando a adoção da biometria facial para pagamentos pelas redes de supermercados. O St. Marche, por exemplo, já utiliza a tecnologia em oito lojas da rede. O plano da varejista é implantar o sistema de checkout biométrico em todas as 30 unidades espalhadas pela capital paulista, Grande São Paulo, Campinas, além da unidade em Santos.

O CEO do St. Marche, Bernardo Ouro Preto, conta que a varejista iniciou o projeto piloto de biometria facial em maio do ano passado, por meio do Programa Biometric Checkout da Mastercard e em parceria com a startup de tecnologia Payface.

Segundo ele, os benefícios já puderam ser percebidos. “Além de contribuir para a fidelização do cliente, o pagamento facial impulsiona também a eficiência operacional, uma vez que as filas são reduzidas, o atendimento é otimizado e os funcionários podem se concentrar em oferecer um atendimento mais personalizado ao consumidor”, diz o executivo.

A rede de supermercados paranaense Super Muffato é outra que adotou a tecnologia Payface. Inicialmente, ela está disponível em apenas uma loja em Londrina, a primeira do Paraná a contar com biometria facial no varejo alimentar. De acordo com o Grupo Muffato, a tecnologia foi implantada em meados de 2021 e a unidade hoje conta com 33 terminais de pontos de venda (PDV) com biometria facial.

Pioneira no desenvolvimento da tecnologia no Brasil, a Payface é uma startup catarinense que fornece ferramentas que hoje estão instaladas em mais de mil pontos de vendas. Além do St. Marche, as redes de supermercados Zona Sul, que atua no Rio de Janeiro, D'Ville, em Uberlândia, e D’avó Supermercados, em São Paulo, já utilizam a solução de pagamentos por biometria facial da empresa.

A meta agora, diz Eládio Isoppo, CEO da Payface, é aumentar a implantação da tecnologia nos supermercados, mas entrar também em outros segmentos do varejo, como os postos de combustíveis e as farmácias. Ainda neste ano, a empresa deve anunciar um novo produto, o Pixface, para que o usuário tenha no app da Payface uma conta de banco para realizar operações via Pix, usando apenas o rosto como identificação.

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