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Por Ana Luiza Mahlmeister — Para o Valor, de São Paulo


Shoraya Virginio Carneiro, do Sírio-Libanês: “A iniciativa se manteve e cresceu com consultas por videoconferência” — Foto: Gabriel Reis/Valor
Shoraya Virginio Carneiro, do Sírio-Libanês: “A iniciativa se manteve e cresceu com consultas por videoconferência” — Foto: Gabriel Reis/Valor

As tendências de saúde que se desenvolveram durante a emergência da pandemia de covid-19 continuaram a ganhar força em 2023, entre elas a telemedicina. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital (SDB) mostram que entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de atendimentos foram realizados por esse meio no Brasil. Mais de 52,2 mil médicos realizaram consultas a distância.

O índice de resolução dos atendimentos foi de 91%, sem a necessidade de o paciente se deslocar para o pronto-socorro. Segundo Caio Seixas Soares, presidente da SDB e diretor médico da Teladoc Health, o teleatendimento se diversificou com a adesão de profissionais de enfermagem, psicologia e nutrição, além de médicos generalistas e especialistas. A aprovação da Lei da Telemedicina, em dezembro de 2022, estendeu essa facilidade ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma parceria com hospitais privados e de referência apoia profissionais do atendimento público de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em zonas em que há poucos médicos especialistas disponíveis. Além da teleconsulta médico-paciente, a tecnologia aproxima profissionais de saúde nas discussões de casos específicos por videoconferência, a chamada de teleinterconsulta.

“A TeleUTI do Hospital das Clínicas de São Paulo [HC] conecta os médicos com profissionais sem formação qualificada para apoiar pacientes intubados em unidades de tratamento intensivo em hospitais de todo o Brasil, com cerca de 11,8 mil atendimentos entre 2020 e 2021”, afirma Chao Lung Wen, chefe da disciplina de telemedicina do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Ampliamos os atendimentos para especialidades como apoio a UTIs”
— Felipe Cabral

O HC faz entre 400 e 500 teleinterconsultas por mês para várias especialidades, como apoio a gestantes, uma das UTIs especializadas da instituição. A plataforma também facilita o telediagnóstico, em que o especialista recebe o exame feito a distância e faz o laudo, usado principalmente em radiologia e cardiologia.

No Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), o projeto começou em 2016 com a teleoftalmologia no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), que atendeu a quase 10 mil pacientes com queixas oculares com uma resolução de 70% - ou seja, somente 30% dos pacientes necessitaram encaminhamento presencial. “Após esse período, ampliamos os atendimentos para outras especialidades como a interconsulta de apoio às UTIs e telerregulação para centrais de regulação de Estados e municípios, totalizando quase 300 mil atendimentos”, afirma Felipe Cabral, gerente médico de saúde digital do hospital.

Nas teleinterconsultas do projeto Proadi-SUS, especialistas do Moinhos de Vento apoiam equipes de saúde da família em municípios do Rio Grande do Norte. Há, no entanto, barreiras na adesão, como a dificuldade de acesso à internet, ausência de computadores, baixo conhecimento de tecnologia e baixa aderência dos médicos da família. “Mesmo com toda a disponibilidade e potencial de melhora na qualidade do atendimento, apenas 20% dos horários são ocupados”, afirma Cabral, que prevê um crescimento da adesão devido à taxa de resolução dos pacientes atendidos, que oscila entre 86% e 100%.

O Hospital Sírio-Libanês criou o Pronto Atendimento Digital para triagem e atendimento virtual de pacientes, evitando deslocamentos desnecessários durante o período caótico da transmissão do vírus na pandemia. “A iniciativa se manteve e cresceu com consultas por videoconferência, onde o paciente recebe um link pelo WhatsApp e é atendido por nossa equipe médica, recebendo orientações, receitas e atestados, com assinatura digital dos documentos”, diz Shoraya Virginio Carneiro, coordenadora médica TeleUTI do Sírio-Libanês.

O hospital participa do programa Proadi-SUS com o atendimento de 5.000 pacientes, 15 mil discussões clínicas e apoio a cerca de 900 profissionais de saúde do setor público em UTIs do Acre, Maranhão, Pará e Piauí no último ano. Outra iniciativa, a TeleNordeste, dá suporte a 170 UBS no interior da Bahia e do Ceará para melhorar a assistência e reduzir os tempos de espera das consultas e o encaminhamento desnecessários de pacientes.

O Hospital Israelita Albert Einstein inaugurou seu sistema de telemedicina em 2012 e aumentou investimentos na plataforma durante e após a pandemia. “Hoje, atendemos mais de 570 mil pacientes, uma média de 2.000 por dia, abrangendo 2.700 municípios em todo o Brasil, volume que representa um crescimento de cerca de 21% no último ano”, afirma Eliezer Silva, diretor do Sistema de Saúde Einstein.

O Pronto Atendimento Digital dá atendimento médico, clínico e pediátrico 24 horas por dia e realiza 20 mil consultas por mês. Cerca de 85% dos casos são resolvidos sem a necessidade de avaliação presencial complementar. “Isso reduz processos e custos de toda a cadeia”, diz Silva.

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