Guia de Previdência Valor/FGV
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Por Roseli Loturco — Para o Valor, de São Paulo


Clara Sodré, analista de fundos da XP: “A queda dos juros tende também a favorecer a renda variável” — Foto: Divulgação
Clara Sodré, analista de fundos da XP: “A queda dos juros tende também a favorecer a renda variável” — Foto: Divulgação

Em um ano que começou com crise no mercado de crédito, agravada com os casos Americanas e Light, taxa de juros alta e investidor ressabiado, os ativos de previdência, que estavam estacionados em papéis de renda fixa atrelados aos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, começam agora a arriscar pequenos voos rumo a ativos de maior risco em busca de alta na rentabilidade futura.

Com a curva descendente da taxa Selic e a volta da credibilidade nas emissões privadas, os gestores apontam para novas possibilidades de ganhos futuros para os fundos de previdência. A XP mantém uma lista de recomendações que classifica como Top 30 Prev, com premissa de diversificação e com títulos de crédito high grade com alta liquidez, de empresas com baixo risco de inadimplência e que possui um prazo curto de resgate. A listagem passa por todas as classes de ativos. “Além da renda fixa clássica, tem juros ativos, inflação, multimercado arbitragem, com média e alta volatilidade, long short e long biased, e tem também estratégia internacional”, afirma Clara Sodré, analista de fundos da XP.

A especialista lembra, no entanto, que quando se fala de cenário macro brasileiro, sabe-se que vai ter volatilidade. No atual momento, há perspectiva de corte de juros, porém, não para patamares que chegarão a 5% ou 6% em 2024. “Mas mesmo [se ficarem em] 9%, 9,5%, já alivia para as empresas na tomada de crédito, e esses fundos tendem a se recuperar e terem retornos acima do CDI. A queda dos juros tende também a favorecer a renda variável”, observa Sodré.

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Com mais de 160 fundos abertos de previdência na prateleira, a Icatu também vê o investidor começando a sair do pós-fixado, como as letras financeiras (LFTs), e voltando ao crédito privado. O segundo movimento que deve acontecer, segundo a sua análise, será rumo aos fundos multimercados. “Por último, com os juros em patamares menores, virá a renda variável. Mas este será um movimento paulatino. No retrato de hoje a diversificação tem acontecido dentro da renda fixa ativa”, afirma Henrique Diniz, diretor de produtos de previdência do Grupo Icatu. O executivo explica que faz sentido alocar os recursos em ativos que capturam as oportunidades do momento, sempre pensando que os fundos de previdência são instrumentos de longo prazo.

Os agentes de mercado salientam ainda que outubro e novembro podem ser cravados como os meses da volta de busca por ativos de crédito privado nos fundos de previdência. Isso porque esses títulos estão rodando a 115% e 118% do CDI. “Esses produtos são direcionados a debêntures, mas parcelas significativas também estão alocadas em letras financeiras emitidas pelos bancos, papéis que sempre ficam bem blindados e sofrem menos nas crises”, diz Clayton Calixto, head e especialista de portfólio da Santander Asset.

Aproveitando o momento de estresse do mercado no primeiro semestre, a gestora colocou produtos que considera diferentes e bem diversificados. Um exemplo é o fundo multiestratégia de previdência, que faz alocação em moeda e papel no exterior, além de crédito privado local de diferentes empresas, com posicionamento também em títulos prefixados e em NTN-Bs de dois e três anos. “A diferença está na gestão ativa do fundo que está sempre mexendo no portfólio. [O fundo multiestratégia de previdência] foi lançado em fevereiro e já tem R$ 3 bilhões. Quarenta por cento da carteira está em crédito porque os spreads que entramos estavam altos”, conta Calixto.

Os juros altos nos Estados Unidos têm entrado nos fundos de previdência como opção de diversificação, com pagamento em torno de 5% ao ano nas treasures (títulos do Tesouro norte-americano) de dez anos. “Olhando para a frente, o ciclo de corte nos juros americanos deve ter início entre novembro e dezembro de 2024. Então tem, sim, ganhos para ficar investido em juros nos Estados Unidos”, diz Calixto.

Mas apesar do momento de retomada do crédito privado, de sua baixa volatilidade e gestão mais simples, com rentabilidade maior, o Itaú acha que é preciso que o investidor analise o tipo de papel que está sendo colocado no seu fundo. “Eu acho que o cliente tem que tomar cuidado com crédito privado e entender se está em um fundo high yield e high grade onde tem papéis com mais prêmios. O high yield, com alto retorno, tem maior risco de crédito. Já o high grade paga menos e tem menos risco”, explica Claudio Sanches, diretor de investimentos e previdência do Itaú Unibanco. O executivo também avalia que os multimercados e a renda variável devam retomar em 2024, na esteira da queda da taxa de juros.

O banco tem a terceira maior carteira de previdência do mercado, com R$ 255 bilhões de patrimônio líquido investido.

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