Gestão da saúde
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Por Jacílio Saraiva — Para o Valor, de São Paulo


Marisa Chudzinski-Tavassi, do Instituto Butantan: conteúdo adaptado — Foto: Divulgação
Marisa Chudzinski-Tavassi, do Instituto Butantan: conteúdo adaptado — Foto: Divulgação

A formação de pessoal para cuidados médicos prioriza, cada vez mais, conteúdos que tratam de novas tecnologias. Em pelo menos quatro cursos de graduação e pós em gestão da saúde com turmas abertas este ano, até 50% das disciplinas abordam diretamente as inovações ou as apresentam, de forma complementar, em todo o ciclo de estudo.

Os programas ofertados incluem temas como telemedicina, big data e machine learning (aprendizagem de máquina). Novas abordagens, como a “liderança algorítmica”, que ensina como usar a inteligência das máquinas para aperfeiçoar o funcionamento das organizações, estão no radar dos educadores.

o Instituto Butantan, o MBA em gestão da inovação em saúde existe desde 2013 e se renova com o tempo, de acordo com Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação da entidade. “Já formou cerca de 200 gestores, com o conteúdo adaptado às estratégias de enfrentamento das crises de saúde”, afirma ela.

Em março, o curso foi relançado em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Com 460 horas-aulas e um ano de duração, a ideia do treinamento é investigar todas as etapas do processo de inovação em saúde, desde a pesquisa e o patenteamento de soluções, até a produção e venda de insumos.

As novas tecnologias são um dos pilares do currículo do MBA, diz Chudzinski-Tavassi. “Embora exista um módulo dedicado exclusivamente à saúde digital, sobre telemedicina e registros eletrônicos, as inovações aparecem de forma transversal em todo o programa”, afirma. “Há necessidade de profissionais capacitados para gerenciar ambientes cada vez mais digitalizados.” A nova versão do curso recebeu 25 inscritos este ano e a previsão é que as matrículas sejam reabertas a partir de março de 2025.

No Ensino Einstein, área de educação do Hospital Israelita Albert Einstein, a novidade é a graduação em administração, iniciada em 2023, com 70 vagas. Cerca de 50% das disciplinas são ligadas a setores técnicos, como ciência de dados, logística e gestão da cadeia de suprimentos. “O curso foi idealizado para acelerar a formação de líderes”, diz o professor e coordenador João Paulo Bittencourt. “Quando um gestor aprende a atuar em um ambiente complexo como a saúde, consegue se destacar em qualquer outro setor.”

O programa tem 3 mil horas, previstas pelo Ministério da Educação para diplomas de administração, com 700 horas adicionais sobre gestão de saúde. Entre as disciplinas que lidam com conhecimentos de ponta está a modelagem de dados para a tomada de decisões. Os alunos aprendem a organizar e interpretar as informações obtidas em sistemas e prontuários eletrônicos, de acordo com Bittencourt.

O coordenador adianta que enfoques inéditos estão em estudo para compor a grade, como a liderança algorítmica. Segundo estudiosos, o conceito abrange as chefias que desejam usar a inteligência das máquinas para acelerar o desempenho das organizações. “Mais do que aprender linguagens de programação, os gestores precisam saber fazer perguntas para que as novas tecnologias dêem as melhores respostas”, diz Bittencourt.

Na opinião de André Chiga, professor da pós-graduação em gestão de negócios da saúde da Fundação Dom Cabral (FDC), que inicia turmas a partir de 26 de abril, em Belo Horizonte (MG), é crítico conscientizar as diretorias da área médica sobre a importância de incorporar as ferramentas digitais nas rotinas. “Assim, os pacientes podem ter uma melhor experiência nas instituições e os funcionários eliminam processos manuais que demandam tempo no dia a dia”, destaca o professor.

Atualmente, quando pensamos em gestão de saúde, continua Chiga, é impossível “desconectá-la” da tecnologia. “Todas as atividades repetitivas podem ser automatizadas, liberando o expediente do médico para o mais importante: a relação com os pacientes, suas famílias e equipes de trabalho”, analisa.

Mas o professor da FDC chama a atenção também para os entraves à inserção das invenções no setor hospitalar. “O grande desafio está relacionado ao treinamento de pessoal e altos custos de implementação de sistemas e equipamentos”, diz.

Para Marcelo Marinho Aidar, coordenador do MBA em gestão da saúde na Fundação Getulio Vargas (FGV) - que forma, em média, 240 alunos ao ano -, os talentos do setor terão de se aprofundar em demandas emergentes, como robótica, big data e machine learning. “Os profissionais de assistência atuam com um volume de dados crescente e vão necessitar dessas tecnologias para trabalhar mais na promoção da saúde do que no tratamento de doenças”, justifica.

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