Florestas
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Por Lúcia Helena de Camargo — Para o Valor, de São Paulo


Viveiro do Instituto Terra, que já reflorestou 2.100 hectares: parceria vai permitir o plantio de 1 milhão de árvores — Foto: Leonardo Merçon
Viveiro do Instituto Terra, que já reflorestou 2.100 hectares: parceria vai permitir o plantio de 1 milhão de árvores — Foto: Leonardo Merçon

Não faltam evidências sobre a necessidade de restaurar as florestas brasileiras. O senso de urgência tem alimentado a criação de programas como o Empresa Amiga, do Instituto Terra, destinado a pequenas e médias companhias que desejam se associar ao trabalho da instituição, que em 25 anos de atuação reflorestou 2.100 hectares de áreas degradadas da Mata Atlântica, nas quais foram plantadas 6,7 milhões de mudas nativas e recuperadas 2.000 nascentes de água da região da bacia do rio Doce. O programa, iniciado em julho de 2022, plantou até agora 3.224 árvores, sendo que a maior contribuinte foi a Semperit, com 1.466 mudas. Cada contribuição varia de R$ 1.000 a R$ 99,9 mil, correspondentes ao mínimo de 30 árvores e ao máximo de 2.857 árvores.

Outra iniciativa criada este ano vai destinar valor para o plantio de uma árvore a cada R$ 5.000 depositados no fundo #Refloresta, da XP. E a parceria firmada em 2020 com a Zurich Seguros deve aumentar em mais de mil hectares a área da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, na qual fica a organização, em Aimorés (MG), com plantio de 1 milhão de árvores até 2027. Segundo Juliano Salgado, que comanda o instituto, até fevereiro de 2023 foram plantadas 225 mil mudas. “A iniciativa vai possibilitar a restauração com 83 espécies diferentes, visando aumentar também a disponibilidade de alimentos para a fauna nativa”, diz Salgado.

Gregory Maitre, CEO da Morfo — Foto: Divulgação
Gregory Maitre, CEO da Morfo — Foto: Divulgação

Acelerar o crescimento de florestas é o principal negócio da Regen Ecosssistemas, que desde 2017 constrói projetos de regeneração florestal para empresas e produtores rurais que precisam compensar passivos ambientais. Luís Klöppel, CEO da companhia, diz que o tempo de recuperação aumenta em até 50% com o método adotado pela empresa para o plantio, que usa, em vez de plástico, papel biodegradável como invólucro para a planta. “Assim, as raízes crescem e rompem o papel, criando mais resistência e aderência ao solo”, explica. A técnica funciona bem no plantio em terrenos inclinados, particularmente desafiadores nas restaurações em razão da erosão que desloca sementes e mudas.

A Regen contabiliza cerca de 1,3 milhão de árvores plantadas, restaurando área equivalente a 761 hectares. Entre os projetos estão o plantio de 90 mil árvores para a Cipasa Urbanismo e outras 1.025 mudas para neutralizar a pegada de carbono em 2022 da agência de publicidade AlmapBBDO. “Trabalhamos em um projeto no qual as mudas haviam sido replantadas quatro vezes. Depois que entramos com a nossa técnica, em três anos conseguimos sucesso”, diz Klöppel.

A restauração florestal custa cerca de R$ 50 mil por ha, a depender das condições do terreno e da quantidade de árvores. “Para o produtor rural que tem obrigação de conservar sua área de preservação permanente, fazemos o serviço sem custo. E ele pode até lucrar”, diz, se referindo ao programa Nascentes de Jundiaí, projeto do município paulista que visa a recuperação em especial da bacia do rio Jundiaí-mirim. Hoje 49 propriedades participantes recebem R$ 425 ao ano por ha como pagamento pelo serviço ambiental de geração de água, segundo Klöppel.

Um possível beneficiado de programas como esse seria Andrei Martinez, produtor de frutas e legumes orgânicos na região de Sorocaba. Ele quer começar o plantio agroflorestal na propriedade, de 58 ha, restaurando parte da área, e chegou a contratar um agrônomo para análise de solo e eleger as espécies nativas que poderiam compor a vegetação, mas o projeto parou por falta de financiamento. “Há muitos entraves para o pequeno agricultor. Vou retomar quando conseguir levantar recursos próprios, porque sei que é viável e quero trazer mais verde para o planeta”, diz. Ele calcula precisar de pelo menos R$ 150 mil iniciais.

Já a Morfo lança mão da tecnologia para cobrir grandes áreas de restauração e derrubar os custos. A empresa faz plantio com drones e usa inteligência artificial para mapear e acompanhar as áreas plantadas. “Um único drone pode semear até 50 hectares por dia, à razão de 180 cápsulas por minuto, em locais às vezes de difícil acesso, enquanto pelo método tradicional a média é de um hectare por dia”, compara Gregory Maitre, CEO da companhia. São lançadas ao solo sementes já germinadas, dentro de cápsulas fertilizadas, o que garante, de acordo com Maitre, a sobrevivência de mais de 80% das plantas, índice considerado bom em qualquer plantio.

Dentro do catálogo de 150 sementes são selecionadas 20 espécies para cada projeto. O preço da restauração fica entre R$ 20 mil e R$ 50 mil por hectare, a depender das condições do terreno. “Em áreas de mineração há mais custos, porque o solo geralmente está degradado”, explica. “Já na Amazônia ou na Caatinga tende a ser mais fácil e mais barato.” A empresa fez 12 projetos de reflorestamento no Brasil, na Guiana Francesa e no Gabão, no continente africano. Até o final do ano, segue com a meta de plantar 600 hectares.

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