Segundo dados da Empresa de Pesquisa de Energia (EPE), as empresas de telecomunicações foram o quarto maior consumidor de energia na categoria de serviços, e o 13º na classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022. Com a chegada da rede 5G, que demanda mais antenas, as operadoras que já possuem experiência com a geração distribuída e a capilaridade na alimentação dos pontos para a entrega do sinal serão beneficiadas.
“O 5G já nasce com o conceito de eficiência energética como princípio de design e, além disso, a evolução da tecnologia permite uma melhor distribuição dos componentes computacionais onde o processamento pode ser mais bem aproveitado”, afirma Matheus Rodrigues, sócio líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da Deloitte.
A nova rede aumenta de forma incremental o atual modelo de produção e consumo de energia e ao mesmo tempo traz oportunidades para melhorar a eficiência energética. “A tecnologia permite um controle mais dinâmico do uso da rede e tem capacidade de conectar mais dispositivos IoT (Internet das Coisas) que contribuem para a eficiência energética em muitos setores da economia, como transporte, manufatura e energia”, destaca Adriano Correia, líder em energia da Deloitte.
Para cumprir metas de consumo de energia limpa, as operadoras investem na instalação de painéis solares e turbinas eólicas e na compra de créditos de energia renovável para compensar o consumo de suas operações. “São iniciativas como redução do consumo de sistemas de refrigeração, virtualização e tecnologia verde, como as redes de fibra óptica, que são mais eficientes que os sistemas tradicionais”, explica Correia.
“Os equipamentos evoluíram reduzindo a necessidade de refrigeração, um dos principais custos das empresas”, diz Rodrigues. Com geração própria de energia renovável das fontes solar, eólica, hídrica e biogás, as empresas também diversificam o consumo com a compra de energia renovável do mercado livre e com certificação I-REC (Certificado Internacional de Energia Renovável). “Algumas já alcançaram 100% de seu consumo de energia vindo de fontes renováveis”, afirma.
Outra estratégia são instalações mais eficientes, com arquitetura de prédios sustentáveis, uso de materiais de construção que reduzem a necessidade de resfriamento ou aquecimento, e a criação de espaços de trabalho que promovam a eficiência energética.