Energia
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Genilson Cezar — Para o Valor, de São Paulo


Profissionais observam equipamentos na UHE Ilha Solteira, da CTG: grupo chinês reforma 34 unidades geradoras e construiu novo centro de operação — Foto: Ferdinando Ramos/Divulgação
Profissionais observam equipamentos na UHE Ilha Solteira, da CTG: grupo chinês reforma 34 unidades geradoras e construiu novo centro de operação — Foto: Ferdinando Ramos/Divulgação

Usinas hidrelétricas obsoletas são páginas viradas nos planos estratégicos das operadoras brasileiras. Programas de modernização das unidades geradoras de energia são cada vez mais intensos, envolvem fábulas de recursos financeiros e de pessoal especializado, e visam, basicamente, tornar as hidrelétricas mais eficientes, mais produtivas e até mesmo aumentar a produção energética no país.

A hidrelétrica de Itaipu, construída em Foz do Iguaçu (PR) em associação com o Paraguai há quase 50 anos, por exemplo, executa desde 2022 um vasto plano de atualização tecnológica, que vai consumir R$ 666 milhões ao longo dos próximos 14 anos. Inclui a substituição de todos os cabos de força e controle, a construção de centros de sistemas de controle das unidades geradoras e modernização da subestação da margem direita, que conecta Itaipu ao sistema elétrico paraguaio e transmite parte da energia para o Brasil.

“Não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade tecnológica que trará também benefícios à operação da usina, permitindo manter a excelência no desempenho da central hidrelétrica”, diz Renata de Biasi Ribeiro Tufaile, gerente-executiva do projeto.

Nas usinas Jupiá e Ilha Solteira -ambas na divisa São Paulo-Mato Grosso do Sul -, sob concessão do grupo chinês CTG, o projeto de modernização teve início em 2017. Contempla instalação, substituição e reforma de 34 unidades geradoras, construção de um novo centro de operação da geração de energia, e deve consumir investimentos em torno de R$ 3 bilhões, informa Cesar Teodoro, diretor de engenharia da subsidiária brasileira. Os benefícios já são palpáveis. “Com 1.551,2 MW de capacidade instalada, a usina Jupiá registrou ganho de eficiência nos geradores de 18,3 MW médios”, diz.

Leia mais:

Todas as usinas da AES Brasil, subsidiária da americana AES Corporation, também já passaram por, pelo menos, um ciclo de atualizações tecnológicas, de acordo com Sérgio Silva, diretor de operações de geração. O projeto prevê a substituição de equipamentos, uso de novas tecnologias nas usinas de Barra Bonita, Bariri e Promissão (SP). Os investimentos somam R$ 36,5 milhões em 2023.

A modernização das usinas hidrelétricas brasileiras é uma atração do ponto de vista técnico e econômico, e o momento é oportuno para esses empreendimentos, de acordo com estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Um levantamento feito pela EPE com um conjunto de 51 usinas com capacidade instalada total de 50 GW, construídas há mais de 25 anos, mostram que as ações de modernização e de repotenciação (melhoria da capacidade produtiva do equipamento) tornam possíveis ganhos de energia no sistema de 520 MW médios.

A Spic Brasil, subsidiária da companhia chinesa State Power Investment Corporation Limited, caminha nessa direção, segundo informa Adriana Waltrick, CEO da empresa, que opera a Usina Hidrelétrica São Simão, na divisa de Minas Gerais e Goiás. A modernização de São Simão começou em 2020 e prevê a digitalização e atualização de todas as unidades geradoras e sistemas auxiliares da usina, inaugurada em 1978.

O investimento deve ultrapassar R$ 1 bilhão até 2029. A expectativa da empresa é que as ações resultem no aumento de confiabilidade e da segurança no fornecimento de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN), um total de 1.700 megawatts em seis turbinas. “Há ainda a possibilidade de aumentarmos a produção de energia em São Simão, com obras de repotenciação”, diz ela.

Maior companhia do setor elétrico do país, a Eletrobras, recentemente privatizada, executa um robusto programa de modernização e atualização tecnológica em diversas usinas. Nos últimos dois anos foram aplicados recursos da ordem de R$ 1,1 bilhão, em aquisições de equipamentos para modernização e digitalização de hidrelétricas, entre as quais as de Paulo Afonso IV, Sobradinho (ambas na Bahia), Tucuruí (PA) e Porto Colômbia (divisa MG-SP). Mas a empresa pretende aumentar significativamente o seu volume de investimentos, sendo R$ 6 bilhões em reforços e melhorias de transmissão e mais R$ 3 bilhões pra conclusão da obra de transmissão em andamento, a Transnorte Energia.

A modernização de hidrelétricas representa, além de tudo, boas oportunidades de negócios para os fabricantes de sistemas e de equipamentos para o setor elétrico brasileiro. “É um mercado promissor para as soluções que desenvolvemos em nossa fábrica em Taubaté (SP)”, comenta Cláudio Treiger, CEO da divisão hydro da GE Renewable Energy na América Latina, presente atualmente em mais de 40% dos grandes projetos hidrelétricos do Brasil. No momento, a empresa participa de projetos de modernização nas usinas São Simão, da Spic, Jupiá e Ilha Solteira, da CTG Brasil.

Mais recente Próxima Leilões de reserva têm desafios ambientais

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Considerando-se o segundo trimestre deste ano, a produção diária no período foi de 50,7 mil barris de óleo equivalente, resultado 1,5% abaixo do registrado no primeiro trimestre deste ano

Produção da 3R Petroleum avança 4% em junho sobre maio

A produção total de junho foi de 156,7 mil barris de óleo equivalente, ante 503,8 mil em maio

Enauta tem queda de 68% na produção diária em junho ante maio

Queda do CPI de junho reforça percepção de que início do ciclo de cortes de juros americanos está mais próximo

Dólar e juros futuros passam a cair após inflação ao consumidor dos EUA abaixo do esperado

O movimento ocorre diante da percepção de que o início do ciclo de corte dos juros americanos está mais próximo

Dólar e juros futuros vão às mínimas após inflação ao consumidor nos EUA mais fraca que o previsto

A empresa espera que o mercado de cabos submarinos dos Estados Unidos cresça mais de 30% ao ano nos próximos 10 anos

A greve é por tempo indeterminado, pois, segundo o sindicato, a empresa não tentou dialogar durante os três dias de paralisação

Samsung Electronics enfrenta maior greve trabalhista em 55 anos de história

Mudança poderá alterar carreiras, prejudicar empresas e afetar a economia de um país com nove milhões de habitantes que depende da cooperação e apoio internacional

Boicotes a Israel levam isolamento também à ciência e à educação do país

Cada acusação contra Bill Hwang, fundador da Archegos Capital Management, acarreta uma pena máxima de 20 anos de prisão; ex-diretor financeiro também foi considerado culpado

Investidor que contribuiu para colapso do Credit Suisse é condenado por fraude e manipulação de mercado

A Catedral de Notre Dame de Rouen está passando por reformas e um vídeo da cena mostrou fumaça espessa subindo da torre, que está parcialmente coberta por andaimes

Incêndio atinge Catedral de Rouen, na França

A varejista disse que o lucro deverá aumentar 23%, para um recorde de 365 bilhões de ienes (US$ 2,26 bilhões), sobre vendas de 3,07 trilhões de ienes no ano fiscal encerrado em 31 de agosto

Fast Retailing, dona da Uniqlo, aumenta novamente projeção de lucro