Energia
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Por Lauro Veiga Filho — Para o Valor, de São Paulo


Num arranjo consolidado ainda entre os anos de 2005 e 2010 pelo setor sucroalcooleiro, a cogeração de energia tem respondido por até 10% das receitas operacionais das usinas, na estimativa de Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria, podendo chegar a 30% a depender das condições de mercado, calcula João Carlos de Oliveira Mello, CEO da Thymos Energia.

Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), destaca a “qualidade diferenciada” dessa receita, trazida por contratos corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os mercados de açúcar e etanol, em contrapartida, enfrentam volatilidades por causa de flutuações conjunturais de preços e oscilações do câmbio, o que não ocorre com a bioeletricidade.

Mas há muito por avançar, especialmente em regulação, dizem Nastari e Souza. A capacidade de cogeração instalada no setor usineiro ao final de 2022 era redor de 12,3 mil MW. Pouco mais metade dos contratos em vigor, firmados na década de 2000, vencem entre 2023 e 2025; eles correspondem a 996 megawatts médios. As discussões para definir uma solução e evitar uma redução da energia ofertada no mercado regulado pela biomassa iniciaram-se em 2017, mas sem grandes avanços até aqui.

O segmento defende que os próximos leilões reconheçam atributos de segurança energética e ambientais da biomassa e permitam a participação a bioeletricidade em certames de reserva de capacidade e estruturantes. Também querem a participação dessas usinas na contratação dos 8.000 MW em térmicas a gás até 2030. Gerada no inverno, período mais seco do ano, a energia do bagaço e da palha de cana complementa a energia hidráulica e economiza água no período mais crítico para os reservatórios, destaca Nastari.

Num cenário ideal, a biomassa da cana teria capacidade para gerar quase oito vezes os 18,4 mil gigawatts/hora entregues em 2022. O potencial técnico de geração do seguimento é estimado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em cerca de 143 mil GWh.

No primeiro trimestre deste ano, as usinas despacharam para o sistema integrado em torno de 634,2 mil MWh, num salto de 50,6% em relação ao mesmo período de 2022. O avanço deve seguir aproximadamente o da moagem de cana na safra 2023/24, iniciada em abril, estimada por Nastari em 8,2%, para 656,6 milhões de toneladas. A expectativa é que a participação do açúcar no total da cana a ser moída vá de 46% para 48,1%.

Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), levantados pela Unica, antecipam um aumento de 451 megawatts na capacidade instalada no setor de biomassa neste ano, somando 1.644 MW novos entre 2023 e 2026, o que deverá exigir um investimento entre R$ 9 bilhões e R$ 11,5 bilhões, refletindo o aumento nos custos de capital desde março do ano passado.

A Nardini Agroindustrial inaugurou em maio sua planta em Aporé, no sul de Goiás, num investimento próximo de R$ 800 milhões. Segundo Riccardo Nardini, diretor presidente da empresa, a unidade deverá moer nesta safra perto de 900 mil toneladas de cana e terá capacidade para ampliar a geração de energia do grupo em praticamente 40%, avançando de 250 mil MW para 350 mil MW, incluindo a unidade pioneira de Vista Alegre do Alto, no interior paulista. A venda de energia excedente para a rede integrada tende a avançar de 140 mil para 200 mil MW.

A nova usina deverá elevar sua produção para 1 milhão de toneladas na safra 2024/25, passando a gerar energia excedente de 75 mil MW, 35% a mais do que os 55 mil MW planejados para o ciclo atual. A planta deverá concentrar os esforços de crescimento do grupo, afirma Nardini. “Ali temos condições de crescer forte em moagem, produção de etanol e energia e futuramente também em açúcar”, aponta o empresário. Nos próximos anos, a usina de Aporé deverá receber mais de R$ 150 milhões em investimentos na instalação de mais dois geradores de 25,0 MWh, gerando mais 300 mil MW de energia, acrescenta Nardini.

A Tereos, conforme Gustavo Segantini, seu diretor comercial, espera aumentar a geração de energia a partir de resíduos da cana de 1,4 gigawatts/hora na safra 2022/23 para 1,5 GWh no ciclo recém-iniciado, num incremento de 7%. Além disso, deve dobrar o investimento na planta de biogás instalada na unidade de Cruz Alta, em Olímpia (SP), que havia recebido uma injeção de R$ 15 milhões em seu projeto piloto. Segundo ele, a planta tem capacidade para produzir 1,6 milhão de metros cúbicos normais (Nm³).

A empresa espera aumentar a moagem de cana em 10% na safra atual, para 19 milhões de toneladas, das quais 65% serão destinadas à produção de 1,7 milhão de açúcar e a cana restante permitirá a produção de 575 milhões de litros de etanol.

O grupo Raízen investiu mais de R$ 11,3 bilhões na safra 2022/23 na manutenção e expansão de seu portfólio de renováveis. O aumento foi de 47% em relação aos valores investidos em 2021/22, diz Edinaldo Gomes Teixeira, diretor de planejamento integrado agroindustrial do grupo. Os recursos foram destinados à construção de três novas plantas de etanol de segunda geração (E2G), aumento da capacidade de geração de energia renovável, construção da segunda planta de biogás, projetos de melhoria da produtividade agrícola e expansão do negócio de açúcar.

O volume de energia limpa gerada pelo grupo subiu 81%, especialmente por fonte solar, segundo Teixeira. O executivo afirma que a penas a energia gerada do bagaço de cana seria suficiente para abastecer o Rio de Janeiro por até um ano.

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