Empresas centenárias
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Por — Para o Valor, de São Paulo


Marcos Ivo, da Klabin: “Trabalhamos com indicadores baseados na ciência” — Foto: Divulgação
Marcos Ivo, da Klabin: “Trabalhamos com indicadores baseados na ciência” — Foto: Divulgação

No seleto grupo de empresas com mais de cem anos, há crescente preocupação com certificações, indicadores e metas para garantir maior efetividade, credibilidade e transparência às práticas ESG (ambientais, sociais e de governança corporativa). Além de demonstrarem suas iniciativas sustentáveis cada vez mais demandadas pela sociedade, dissociam-se de casos de greenwashing (“maquiagem verde”), ações meramente de marketing sem respaldo na prática.

A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do país, que completou 125 anos em abril, já nasceu com um modelo de negócios sustentável. “Desde os primórdios, foi adotado um sistema reconhecido mundialmente de manejo florestal de mosaico, que entremeia floresta preservada com plantada. Isso traz resultados visíveis de preservação da fauna e da flora”, diz Marcos Ivo, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Klabin.

Para construir uma relação de confiança com stakeholders, a companhia buscou se adequar a selos verdes. A Klabin foi a primeira empresa do hemisfério Sul a obter a certificação global FSC (Forest Stewardship Council), que atesta que a cadeia de produção respeita aspectos de sustentabilidade. Além disso, é a única empresa brasileira com nota máxima, Triple A, concedida pelo CDP (Carbon Disclosure Project) nos critérios mudanças climáticas, florestas e segurança hídrica.

Em 2020, a Klabin estabeleceu 23 metas para 2030 alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). No site da empresa, há um painel com o status de cada uma delas. Por exemplo, uma das meta foi superada antes do tempo, que é utilizar uma matriz energética, no mínimo, 92% renovável - o índice já é de 92,3%.

A Klabin praticamente zerou a destinação de resíduos industriais para aterros devido ao reuso e reciclagem. “Trabalhamos com indicadores baseados na ciência”, ressalta Marcos Ivo.

A RD Saúde é fruto da união entre Droga Raia, fundada em 1905, e Drogasil (1935). “São duas marcas que já viviam o conceito de sustentabilidade há dezenas de anos, pautadas na ética do cuidado, na valorização das pessoas e na qualidade da relação e valor oferecido aos clientes”, diz Maria Suzana de Souza, vice-presidente de Gente e Cultura da empresa.

Contudo, a partir da fusão em 2011, em meio ao trabalho de integração, reposicionamento de marca e construção de identidade, o tema ESG ganhou mais força. Foram estabelecidos 35 compromissos até 2030 nos pilares pessoas, negócios e planeta mais saudáveis, atrelados às metas e métricas de negócios, bem como ao sistema de incentivos da alta gestão. Dentre eles, a empresa já passou a investir 1% do seu lucro líquido anual em projetos sociais de saúde. Atualmente, 75% das suas mais de 3.000 farmácias contam com abastecimento de energia proveniente de fontes renováveis, sendo que o objetivo é chegar a 90%.

A RD conta com um comitê de executivo de ESG, um espaço para discutir e monitorar iniciativas, bem como para o letramento sobre temas complexos, recebendo consultores especializados em clima, diversidade, entre outros.

Com sua trajetória centenária no agro, a Yara evoluiu de uma empresa fabricante de fertilizantes nitrogenados para uma parceira dos produtores agrícolas. Nesse sentido, tem apostado em inovação, tecnologia e parcerias. A companhia investe na startup Varda, uma ferramenta de identificação geoespacial de propriedades agrícolas, que auxilia na rastreabilidade de produtos. Somado a isso, lançou a Agoro Carbon Alliance, que capacita agricultores para adotarem práticas positivas para o clima.

“Para além da descarbonização e nossos compromissos ‘net zero’, estamos inseridos em grandes discussões e outros compromissos assumidos, como segurança e saúde dos nossos colaboradores”, diz Mônica Bacchiega, coordenadora de Sustentabilidade da Yara Brasil. Segundo ela, a subsidiária brasileira ganhou recentemente o Prêmio Pacto Global no Movimento Mente em Foco pelos seus programas de saúde mental. Na frente voltada à diversidade, uma das metas assumidas é de ampliar a participação de mulheres em cargos de gerência sênior para 40% ou mais.

Na área de tecnologia, a Siemens começou a operar no Brasil em 1867, com a instalação da linha telegráfica entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul e, em 1905, fundou sua unidade no país.

Em um processo de transição, a companhia deixou de ser um conglomerado industrial, tornando-se uma empresa de tecnologia - e ESG virou parte relevante do core business. A Siemens passou a focar em soluções de automação industrial e softwares de controle de iluminação, temperatura, consumo de energia e de água, além de mobilidade urbana. “Hoje, mais de 90% dos negócios da Siemens permitem que clientes tenham impacto positivo na sustentabilidade”, ressalta Luis Mosquera, vice-presidente Jurídico, de Assuntos Governamentais e Sustentabilidade da Siemens Brasil.

Em um passado recente, a multinacional de origem alemã foi pivô de um escândalo de corrupção. Em 2006, uma investigação revelou que a Siemens havia pagado propinas a autoridades governamentais de diversos países em troca de contratos públicos. A companhia foi penalizada com multas e chegou a perder valor de mercado. Porém, teve muitos aprendizados. Com reforços em controles e maior transparência, conseguiu se reerguer.

“Quanto à retomada da confiança de stakeholders, acreditamos que a Siemens conseguiu comunicar o seu compromisso pela integridade, por meio das ações imediatas na crise e, posteriormente, com o aprimoramento contínuo do programa de compliance”, afirma Mosquera. Os funcionários passaram a ser treinados, foi implementado um código de conduta e um canal de denúncias.

Ele comenta que as estratégias ESG para a corporação são bem definidas. Em 2021, a Siemens tornou pública a sua estrutura DEGREE, com compromissos em descarbonização, ética, governança, recursos com uso eficiente, empregabilidade e equidade.

Em março deste ano, a Siemens lançou no Brasil o selo EcoTech para rastreabilidade de suas linhas de produtos. Essa certificação, em processo de implementação, considera critérios como materiais e embalagens sustentáveis e de baixo carbono, eficiência energética, longevidade e instruções de reciclagem. Outro aspecto é que todos os produtos EcoTech têm que ser fabricados usando 100% de energia renovável. “Essa é mais uma forma de darmos mais clareza aos nossos indicadores-chave”, explica Luis Mosquera.

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