Maioria das edtechs estão focadas em empresas

O IFTL é uma das 813 edtechs - startups especializadas em educação - mapeadas pela Associação Brasileira de Startups em 2022, uma alta de 44% sobre 2020. Segundo o estudo, 70% das edtechs são voltadas para soluções direcionadas para empresas. Destas, 40% estão na categoria de cursos livres, 38% em educação corporativa e 12% em cursos preparatórios.

Foi justamente em cursos preparatórios que o educador financeiro Lucas Silva decidiu investir ao fundar, em 2018, a edtech Professor Lucas Silva Certificados. Em cinco anos, aprovou mais de 150 mil profissionais, sendo 50 mil em provas de certificação financeira. A startup faturou R$ 15 milhões em 2022.

Para Thiago Terra, da Academia BePro, especializada em capacitação e treinamento nas áreas de finanças, RH e vendas, o grande desafio das edtechs é a rapidez com que as tecnologias avançam. “Um ano de mercado digital vale por sete. É muita mudança”, diz. “Isso exige que os cursos renovem constantemente seus conteúdos, a fim de capacitar o profissional de acordo com a demanda do mercado”.

Leandro Herrera, CEO da Tera, plataforma de educação on-line e ao vivo para profissionais digitais, observa que o movimento de oferta de ensino não regulado, com foco nas demandas do mercado, é relativamente novo. “Quando começamos, em 2016, já se sentia a necessidade de profissionais híbridos, isto é, com habilidades comportamentais e técnicas”, afirma. “Ao mesmo tempo que temos de formar as pessoas para o futuro do trabalho, também temos de captar as tendências e trazer para o portfólio da Tera”, diz Herrera.