COP28
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Por Roberto Rockmann — De São Paulo


Com mais de 90% da matriz elétrica formada por energia renovável, um contraste em relação à maioria dos países em que fontes limpas respondem por menos de 50% da eletricidade, o Brasil continua em posição de destaque no cenário global após a apresentação do documento final da COP28. A meta de triplicar a capacidade instalada de projetos renováveis até 2030 poderá manter o país na rota de principal destino de investimentos no segmento no mundo. Usinas eólicas e solares deverão continuar ganhando espaço - irradiação solar e ventos no Brasil estão entre os melhores do mundo.

“A meta é um grande avanço para as renováveis, que ganharão ainda mais um impulso depois dessa decisão, e a energia solar será a grande beneficiária”, diz Rodrigo Pedroso, conselheiro da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Para Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), ao chancelar a meta de triplicar a presença de renováveis na matriz mundial, a COP28 indica que o novo modelo econômico que surge está baseado na energia. “Estamos na neoeconomia. O Brasil poderá se tornar provedor de soluções de energia renováveis, pode atrair cadeias produtivas para descarbonização”, diz.

Sobre o resultado da conferência, Gannoum observa que não esperava grandes avanços. “Não era de se esperar que no país do petróleo, em que o presidente da COP é presidente de uma petroleira, haveria anúncio de redução de combustíveis fósseis. O petróleo é responsável pela receita de mais de 60% dos países signatários da COP. Só de ter aparecido a necessidade de redução dos fósseis, mesmo que sem data, é uma abertura para evolução”, afirma.

Neste ano, até setembro, o Brasil acrescentou 7,13 GW à sua matriz energética, com usinas solares e eólicas respondendo por 90%. Em 2022, a expansão foi de 8,2 GW, sendo quase dois terços em solares e eólicas. As fontes variáveis, como essas renováveis, respondem por quase 30% da eletricidade do país. Esse percentual poderá chegar a 50% na próxima década.

Mas há desafios. Quando o sol começa a se pôr, a geração distribuída solar deixa de produzir eletricidade e as casas e indústrias que a utiliza, a consumir. Em três horas, o Operador Nacional do Sistema (ONS) se depara com a necessidade de atender a uma rampa de carga, como se todos os aparelhos de ar condicionado e chuveiros fossem ligados ao mesmo tempo. “Esse aumento dos recursos distribuídos cria desafios e reflexões sobre valorizar os atributos das diversas fontes”, afirma o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.

Outra parte importante da equação é a transmissão. No Brasil, o maior mercado consumidor está no Sudeste, enquanto boa parte do potencial eólico e solar se concentra no Nordeste. O planejamento da transmissão e da geração se torna ainda mais relevante. “Sem transmissão, não haverá transição”, observa Ciocchi.

Para Joisa Dutra, diretora do Centro de Estudos e Regulação em Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV), ao mencionar a necessidade de redução do consumo de fósseis, os países ricos terão sua responsabilidade ampliada em relação aos passos que terão de ser adotados para a transição rumo a uma economia de baixo carbono. Nesse caso, a precificação e a existência de subsídios para esses combustíveis mais poluentes pode ser colocada em xeque.

Dutra ressalta que no cenário atual cresce a responsabilidade do Brasil sobre a COP30, em 2025, em Belém (PA). “[O Brasil] pode aproveitar para trazer, por exemplo, a questão da água, a gestão dos recursos hídricos, a interdependência com hidrelétricas, seu uso com o hidrogênio verde, além da irrigação para a agricultura e os efeitos das condições climáticas sobre o insumo”, diz.

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