De olho em um negócio que deve esbarrar nos R$ 670 bilhões este ano, a Unicred aguarda a aprovação do Banco Central (BC) para se tornar uma DTVM - ou corretora participante de negociação perante a B3 -, em parceria com o BTG Pactual. O modelo, que o mercado batiza de “corretoras light”, será usado pela primeira vez no cooperativismo. A organização já tem R$ 19 bilhões em produtos de captação como o Recibo de Depósito Cooperativo (RDC), que parece com um CDB, entre outros.
A DTVM oferece mais produtos de investimentos ao cooperado, como fundos diversificados, Tesouro Direto e home broker, diz Patrícia Palomo, diretora executiva da DTVM Unicred. “São produtos de diferentes gestores. Fazemos a seleção para adequar ao nosso público cooperado. Não é mar aberto. É um ambiente onde ele confia e já se relaciona”, afirma.
Com foco nas áreas da saúde e da alta renda, a Unicred atende a clínicas, hospitais, laboratórios, médicos e fisioterapeutas e transaciona, além do crédito, seguros, consórcios e um programa de fidelidade exclusivo - o Único -, atrelado ao cartão de crédito. Segundo Palomo, a cooperativa trabalha ainda com serviços de maior valor agregado, como planejamento sucessório e tributário.
“O cooperativismo financeiro está só engatinhando”, diz Palomo, que vê espaço para crescimento. Em abril, os ativos da Unicred estavam em R$ 28,3 bilhões, avanço de 18,6% em 12 meses. Na parte de distribuição de produtos, a instituição ultrapassou R$ 1,5 bilhão sob custódia e tem mais de 8 mil cooperados. A meta é em dois anos alcançar R$ 4 bilhões sob custódia e 30 mil associados.