Brasil-EUA
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE
Por — Para o Valor, de São Paulo


Sueme Mori, da CNA: “O mundo está se tornando mais protecionista” — Foto: Wenderson Araújo/Divulgação
Sueme Mori, da CNA: “O mundo está se tornando mais protecionista” — Foto: Wenderson Araújo/Divulgação

As preocupações com o aquecimento global e a necessidade de reduzir emissões se materializaram, ou estão no caminho de se tornarem realidade, em políticas que colocam o agronegócio no centro desse debate. “O mundo está se tornando mais protecionista. A pandemia e os conflitos geopolíticos mudaram a cara do comércio internacional. Em meio a esse quadro, há a preocupação legítima com as mudanças climáticas - e temos visto o aumento ou de regulamentos ou de discussões de normas que geram barreiras comerciais tendo questões ambientais como justificativa”, afirma Sueme Mori, diretora de relações internacionais da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

Se há o temor de legislações restritivas pelo mundo e eventual uso de questões ambientais para disfarçar barreiras protecionistas, com os Estados Unidos a relação é de diálogo, diz a executiva. Uma situação diferente da União Europeia (UE), que baixou uma legislação considerada impositiva e unilateral que a partir de 2025, por exemplo, proíbe a entrada de produtos provenientes de áreas desmatadas, mesmo que sejam de desmatamento legal. “No Brasil, a legislação permite a abertura de áreas, dentro dos limites do código florestal”, lembra Mori.

Brasil e EUA ocupam o topo do ranking internacional de produção e exportação do agro. Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), com dados da Trade Map, em 2023 os americanos exportaram US$ 175 bilhões, e o Brasil, US$ 145,8 bilhões em produtos agropecuários. Os números mostram que o Brasil teria muito a perder num eventual cenário de protecionismo por parte dos EUA, que importaram US$ 26,1 bilhões em produtos brasileiros nos últimos cinco anos, segundo os dados levantados pela Amcham.

Em 2023, o Brasil vendeu para lá US$ 5,8 bilhões. Os principais produtos exportados foram café (19,5% do total), carne bovina (7,9%) e suco de laranja (7,8%). Na lista dos US$ 500 milhões importados dos EUA no período estão rações animais (16,2%), preparações alimentícias, (10,5%) e sucos e extratos de lúpulo (8,7%).

Segundo o secretário de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Roberto Perosa, na questão ambiental, os dois países têm posições semelhantes. “Pensamos que não existe uma solução única para os problemas ambientais da produção; cada região tem o seu modo de praticar a sustentabilidade. E temos mantido diálogo com todos os países sobre o assunto, principalmente com Estados Unidos e UE”, afirma Perosa.

“Estamos sempre conversando com os americanos, para que nos escutem e não tomem uma medida unilateral”, conta Mori, da CNA. Segundo a executiva, o Brasil foi citado em um estudo americano que analisou possíveis caminhos para a questão e suas repercussões. “Qualquer discussão relacionada à cadeia de fornecimento livre de desmatamento tem o Brasil na centralidade, porque o país é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e o que mais vende são produtos que vão para a cadeia, B2B”, diz a executiva.

Foi analisado se os EUA devem se encaminhar para algo punitivo. Uma das preocupações considera que proibir ou taxar produtos poderia elevar a inflação de alimentos. “O tema, na visão dos Estados Unidos, tem que ser tratado com outras ferramentas, como cooperação financeira e técnica em acordos comerciais”, diz Carolina Matos, gerente de relações Brasil-EUA e sustentabilidade da Amcham.

Mais recente Próxima Acordo tributário discutido há anos está mais próximo

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Danielle Franco, especialista em Direito Administrativo no GVM Advogados, conta neste artigo sobre ações que empresas com contratos com a administração pública podem e deveriam fazer para mitigar seu impacto ambiental

Contratos de concessão e seu potencial fomentador à transição energética

O colunista Thomas Nader aconselha leitor que não vê perspectiva de crescimento na empresa onde trabalha

O que fazer se me sinto estagnado na carreira?

Para Franco Berardi, a inteligência artificial pode ser ferramenta para o progresso desde que haja subjetividade social para governá-la

‘A razão hoje não é algo que pertença ao humano', diz filósofo italiano

‘Se eu virar padeiro e nunca mais trabalhar como ator, não vou me frustrar’, diz o vilão da próxima novela das sete da Globo, “Volta por Cima”

O ator que virou padeiro: após sucessos no cinema e na TV, Milhem Cortaz diz que está realizado

Nos anos 1990, Mônica e Clóvis Borges lideraram a busca por recursos internacionais para adquirir mais de 19 mil hectares de áreas no litoral do Paraná, hoje em processo de restauração

‘Temos um vício no Brasil de achar que plantar mudas salva o mundo’: o casal que comanda a conservação de áreas naturais há 40 anos

Em ‘Diários da assessora de encrenca’, a autora relata bastidores de turnês mundiais com Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de dar indicações de bons restaurantes na Europa

O que faz de  Gilda Mattoso a relações públicas predileta de grandes artistas da música brasileira

A Corte analisa um recurso da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional que tenta reformar decisão do Tribunal Regional da 4ª Região

STF começa a julgar cobrança de IR sobre doação

Com o incentivo regulatório correto, a expectativa é de que haja menos conflitos e mais fairplay nas corporations brasileiras

O alívio monetário nos EUA retira um dos elementos de risco incluídos na ata da reunião